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Como a gamificação auxilia empresas a se aproximarem da Geração Z

em Manchete Principal
quarta-feira, 28 de abril de 2021

A gamificação tem sido a aposta de muitas empresas para engajar seus colaboradores em diferentes processos de recursos humanos. Por meio de mecanismos utilizados em jogos, como o feedback em tempo real, dinamicidade e recompensas, ela tem se consagrado na área como um método capaz de gerar engajamento, colaboração e satisfação nos seus participantes.

Agora, além de ser utilizada para o público interno, é usada para atrair e reter novos talentos da Geração Z. Esse é o caso do programa Make It Bright, da Japan Tobacco International (JTI). A estratégia é aplicar ferramentas utilizadas em jogos em situações que não se restringem ao entretenimento. Alguns recursos adotados de maneira conjunta são pontuação, storytelling, fases e prêmios. A ideia é criar uma dinâmica que seja motivadora e capaz de conquistar o engajamento dos participantes na atividade proposta.

Fórmula para a motivação – Dessa forma, a gamificação tem avançado, sendo aplicada por empresas como Microsoft, SAP e Salesforce com diferentes propostas e objetivos. Uma pesquisa de 2019 da TalentLMS que entrevistou 900 empregados, dos quais 526 afirmaram notar algum elemento de gamificação nos softwares ou aplicativos que utilizavam para trabalhar, identificou que 89% deles se sentiam mais produtivos e 88% mais felizes com essa metodologia.

Além disso, 33% apontaram que gostariam de mais recursos de gamificação nos softwares de treinamento e 78% dos entrevistados afirmam que sua utilização em processos de recrutamento torna a empresa mais desejável.

Uma das premissas dessa metodologia é que esses benefícios vêm do fato de que as pessoas estão familiarizadas com esses elementos de jogos que promovem sentimentos de competitividade, autossuperação e a motivação na busca pela recompensa.

Para a geração Z, de pessoas nascidas entre 1996 a 2010, a tendência é que o uso da gamificação se torne ainda mais importante, pois são consideradas nativos digitais e tiveram muita influência dos videogames em sua formação. A Pesquisa Game Brasil de 2021, por exemplo, indica que eles representam mais de 22,5% dos gamers do país.

Imagem: Freepik

Oportunidade de estágio global faz uso da estratégia – É nesse contexto que a Japan Tobacco International (JTI) tem apostado no seu desafio global Make It Bright para se aproximar ainda mais dessa geração que já representa 24% do mercado de trabalho brasileiro, segundo a pesquisa Millennials – Unravelling the Habits of Generation Y in Brazil. Ele funciona da seguinte forma: jovens estudantes de 18 a 24 anos precisam formar duplas para elaborar um projeto sobre um problema de negócio da organização.

Após a inscrição, as melhores ideias são selecionadas e as duplas que avançam de fase passam por um processo de mentoria com colaboradores voluntários da JTI, além de receberem um curso conceituado sobre técnicas de apresentação. A dupla vencedora da etapa nacional compete no evento final global, concorrendo com os mais variados países nos quais a JTI está presente.

Cada um dos jovens vencedores na final global ganha US$ 2.000 para investimentos em educação/treinamento, um Macbook e o principal, um estágio remunerado de 6 meses em um dos escritórios da JTI espalhados pelo mundo. O segundo e terceiro lugares recebem US$ 1.500 / IPad e US$ 1.000 / Apple Watch, respectivamente. A primeira edição do programa no Brasil ocorreu em 2019 e de lá pra cá vem conquistando o engajamento de cada vez mais jovens.

Em 2020, o número de inscritos foi o triplo do ano anterior e a expectativa é de que neste ano esse número seja mais uma vez superado. “No Make It Bright utilizamos a gamificação para a formação e o desenvolvimento de habilidades dos participantes enquanto vamos nos relacionando e aprendendo sobre as características e expectativas dessa nova geração de talentos.

Dessa forma, eles podem vislumbrar oportunidades de carreira enquanto passam por uma vivência de desenvolvimento de projeto, apresentação e avaliação. Já nós conseguimos ir gradualmente ampliando nossas estratégias para atração e retenção desses talentos”, afirma Thiago Dotto, Diretor de Pessoas & Cultura da JTI.

A empresa compreende o programa como uma estratégia de Employer Branding voltada para um novo grupo de líderes que ainda estão em processo de formação. Sendo assim, buscam jovens proativos, competitivos, estudiosos e com desejo de terem carreiras promissoras, oferecendo um desafio que desperta interesse e curiosidade e promove o desenvolvimento de habilidades que poderão ser aplicadas ao longo de toda sua carreira.
André Carrara e André Mafei, ambos alunos do curso de Engenharia Mecânica da Unicamp, são dois estudantes com esse perfil que participaram do programa em 2020, sendo os finalistas do Brasil.

Imagem: Freepik

Segundo Mafei, a oportunidade proporcionou um olhar diferente sobre como propor soluções disruptivas. “Eu adoro participar de competições de inovação, é que elas me motivam a ir além do que já existe de mais novo num segmento por meio da tecnologia. Esse aprendizado intenso que o Make It Bright nos proporcionou aperfeiçoa uma visão mais rápida e criativa de resolução de problemas. E ainda tivemos a chance de conquistar um espaço no time da JTI internacionalmente, o que é surreal e life-changing”, afirma.

José Henrique Brixius, de Santa Cruz do Sul (RS), participou da edição do programa em 2019 e é um dos talentos identificados por meio do programa. Ele e sua dupla, André Lopes, de Passo do Sobrado (RS), chegaram a viajar à Suíça para apresentar o projeto que desenvolveram. Hoje, após ter estagiado na área de melhoria contínua da JTI, José Henrique foi efetivado como Auxiliar de Melhoria Contínua.

“O programa contribuiu muito com a minha carreira, pois foi minha porta de entrada na empresa e pude mostrar quem eu era e meu trabalho. Além disso, tive diversos outros ensinamentos por meio da mentoria com profissionais experientes, a oportunidade de viajar para outro País, apresentar o projeto e conviver com pessoas de diferentes nacionalidades. Experiências e aprendizados que foram muito importantes”, afirma.

Para Dotto, a experiência positiva do Make It Bright nas suas três edições até aqui demonstra o potencial da gamificação. “Compreendemos que essa metodologia tem conseguido cumprir os seus objetivos de engajamento e atração de talentos. Por esse motivo, ela vai estar cada vez mais presente em nossas práticas”, ressalta.

A edição do Make It Bright 2021 está com inscrições abertas até o dia 30 de abril. Para participar é necessário que os participantes formem duplas, além de precisar atender a alguns requisitos: ter entre 18 e 24 anos, ter inglês avançado, estar motivado a inovar por meio da criação de projetos e ter menos de dois anos de trabalho com carteira assinada. Os inscritos devem enviar até o dia 31 de maio uma ideia de negócios que responda a um dos desafios propostos pela empresa. Quem quiser participar ou conferir mais informações deve acessar o site: (www.makeitbright.com).