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A retenção de talentos no mercado de Private Equity

em Manchete Principal
domingo, 19 de março de 2023

A retenção de talentos está entre os objetivos principais de 76% dos grandes fundos de Private Equity (PE) e de 67% dos médios, que enxergam esse trabalho como obrigatório para ser competitivo no mercado. Entre os fundos de menor porte, 60% acreditam na necessidade de contratar e manter os melhores talentos.

Há, ainda, preocupação com a diversidade, com 53% dos grandes fundos entrevistados apontando o estímulo à diversidade como prioridade no gerenciamento de talentos. O levantamento mostra ainda que os CFOs de PE são avaliados pelo valor que fornecem aos profissionais de investimento. Interações frequentes entre os profissionais de investimento e os CFOs são importantes para o sucesso de longo prazo.

Além disso, esses profissionais estão focados em supervisionar melhorias operacionais, como modelagem de cenários, bem como liderar a transformação da tecnologia. Mais de 70% das maiores organizações reconhecem a necessidade de investir em tecnologia e em consultoria para apoiar esse processo de transformação.

As informações são da EY Global PE Survey, que acompanha há dez anos a evolução do impacto que os executivos financeiros apresentam em um mercado em rápido crescimento.

A nova edição da pesquisa entrevistou mais de 100 empresas de PE de todo o mundo para mapear os obstáculos que esses executivos enfrentam, assim como o papel deles para a formação do futuro da indústria. Além das tarefas tradicionais financeiras, esses profissionais ocupam cada vez mais posições estratégicas nos negócios, com o papel importante de ajudar a elevar a capacidade de encontrar talentos nas organizações.

Segundo o estudo da EY, 38% das grandes empresas do setor de PEs acreditam que seus colaboradores preferem trabalhar remotamente, enquanto 59% das pequenas consideram que seus colaboradores têm maior necessidade de interação pessoal, e não virtual, o que significa preferência pelo trabalho híbrido ou presencial.

Além disso, os grandes fundos disseram que a implantação de tecnologia (72%) e o aumento do uso de terceirização (62%) permitiram a eles lidar com a queda ou erosão das margens. Para melhorar as margens, essas empresas implantaram novas tecnologias e aumentaram a terceirização, enquanto suas contrapartes menores se concentraram em soluções de curto prazo.

“Os CFOs que podem combinar dados com uma mentalidade estratégica estão sendo recompensados por empresas de PE. O que se espera é que esses líderes dos maiores fundos se concentrem na revisão de opções de transações estratégicas e gastem menos tempo supervisionando o trabalho transacional, como a conclusão de auditorias e a execução do processo de avaliação”, explica Pablo Sola, líder do Segmento de Mercado de Private Equity da EY para América Latina Sul.

O papel do CFO continuou a evoluir com o crescimento dos PEs em tamanho e complexidade. Além de serem estratégicos, focados, inovadores e colaborativos, eles terão de aprimorar novas habilidades, como a capacidade de permanecerem criativos, focados em dados e com tino comercial, para que possam orientar suas organizações em uma nova era de crescimento e oportunidades. De forma geral, o CFO precisará:

• Construir a infraestrutura da empresa para melhor apoiar a tomada de decisão e relatórios aprimorados para as principais partes interessadas;

• Abraçar seu papel como líderes estratégicos para a organização enquanto usa dados para analisar e responder rapidamente a novas oportunidades;

• Aumentar seu foco estratégico em talentos porque reter e atrair talentos são fundamentais em um mercado caracterizado pela volatilidade.

O líder financeiro ampliou seu escopo, incluindo funções mais estratégicas, como fornecer suporte a profissionais de investimento e empresas do portfólio, além de gerenciar um grupo maior de talentos, sem excluir as funções financeiras rotineiras, como contabilidade, impostos e contas a pagar.

Espera-se agora que esses profissionais desempenhem posição de liderança estratégica e forneçam dados para dar suporte a iniciativas potenciais, como adicionar ofertas de produtos, expandir a base tradicional de investidores e até mesmo orientar a empresa em transações estratégicas como a venda de ações da empresa ou a aquisição de outros negócios.

“O PE sempre foi uma atividade intensiva em mão de obra, e os fundos que são capazes de recrutar e reter talentos, tanto no front quanto no backoffice como para suas portfolio companies, alcançaram vantagem competitiva. Para isso, os CFOs trabalharam com sua equipe de capital humano no desenvolvimento de estratégias de terceirização e de identificação de novas contratações, criando programas de motivação e retenção desses colaboradores”, diz Sola.

A história tem mostrado que o investimento contínuo nas pessoas e a preservação da cultura da empresa de PE são fatores fundamentais para o sucesso do negócio. “A indústria teve retornos extraordinários nos últimos dez anos. O futuro imediato deve ser marcado por incerteza econômica por causa do aumento das taxas de juros e de questões geopolíticas.

É difícil, no entanto, determinar o impacto que esses fatores externos terão nesse mercado e no apetite dos investidores por novos negócios, e, por isso, o rol do CFO continua evoluindo, já incorporando habilidades estratégicas e de gestão que complementam o perfil financeiro”, finaliza Sola. – Fonte e outras informações, acesse: (https://www.ey.com/pt_br).