Haroldo Matsumoto (*)
“Ninguém faz nada sozinho”. Em algum momento, você já ouviu, pensou ou pronunciou essa frase, que retrata uma grande realidade. É interessante observar como a ação em equipe ou movimentos realizados em conjunto ganham muito mais força.
No caso do mundo dos negócios, as parcerias entre empresas concorrentes ou entre companhias que oferecem produtos e serviços complementares eram raras até pouco tempo atrás. Afinal, era impossível se juntar ao ‘inimigo’ para traçar estratégias de negócios. Não seria inteligente e nem seguro se aproximar da concorrência.
Aos poucos, porém, as alianças colaborativas formadas entre empresas passaram a ser encaradas com um novo olhar por gestores e empresários, especialmente com as mudanças de comportamento apresentadas pelos consumidores brasileiros, que passaram a ter mais acesso à informação e, assim, pesquisam mais antes de realizar suas compras.
Essas alianças firmadas entre companhias dos mais diversos portes e segmentos têm proporcionado benefícios interessantes a cada um dos participantes. Entre as vantagens, na minha percepção, estão a possibilidade de aumento do número de clientes, maior poder de negociação com fornecedores, ganho de visibilidade, insights para o desenvolvimento de novos produtos ou de serviços que se complementem.
Os impactos também costumam ser positivos em relação à reputação das marcas e à sustentabilidade financeira das respectivas empresas. É claro que será necessária uma dose de precaução na hora de buscar e estabelecer esses acordos colaborativos. Oriento, por exemplo, que os gestores interessados nessas parcerias façam pesquisas profundas usando não só a internet, mas participando de rodadas de negócios, feiras e congressos do segmento.
Analisar o que empresas de outras áreas estão fazendo também é interessante para identificar o que pode funcionar. Também recomendo que ao realizar a aproximação do potencial parceiro, a empresa procure agendar uma reunião para mostrar o seu modelo de negócios, quais são as similaridades entre as marcas e como elas podem se fortalecer ao atuar em conjunto.
Nesse processo é importante que as necessidades e interesses de cada empresa estejam claros e que o papel de cada um, bem como os objetivos e metas fiquem bem definidos. A estrutura de comunicação entre as duas empresas será essencial para o sucesso da ação conjunta. É preciso que haja transparência e clareza em todas as atividades que forem desempenhadas em prol da parceria. O mesmo vale para a troca de experiências e de conhecimento entre as partes.
Elas podem ser decisivas para alavancar os negócios e a própria parceria. Por isso, é importante que os dois lados estejam abertos à troca, compartilhamentos, dúvidas e às boas práticas adotadas pelo outro. O processo colaborativo é interessantíssimo, também, para que aconteça a adoção de boas práticas de governança, por exemplo. Isso leva à maior sustentabilidade e longevidade das empresas.
Quando uma parceria é firmada tendo como base cada um desses aspectos citados, a margem para o sucesso só aumenta e as chances para que ambas cresçam no mercado e ultrapassem os demais concorrentes também. Avalie se esse não seria um bom momento para ter um parceiro!
(*) – Especialista em marketing e gestão, é sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa (www.prosphera.com.br).