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Geral 20/09/2017

em Geral
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Guterres afirmou que os líderes mundiais precisam “criar um mundo melhor para todos” e propor uma “globalização justa”.

‘Ameaça nuclear nunca foi tão grande’, diz Guterres na ONU

Guterres afirmou que os líderes mundiais precisam “criar um mundo melhor para todos” e propor uma “globalização justa”.O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, disse ontem (19) que o mundo “está em pedaços”, enfrentando sérios “problemas”, e que a ameaça nuclear nunca foi tão grande desde o fim da Guerra Fria

“A ameaça nuclear nunca foi tão grande desde o período da Guerra Fria. O medo não é abstrato. Milhões de pessoas vivem sob uma sombra de terror causada por provocadores testes nucleares da Coreia do Norte”, disse Guterres, em sua estreia em Assembleias-Gerais da ONU.
O português pediu que a comunidade internacional, através do Conselho de Segurança, una-se para combater a ameaça, mas de maneira política e diplomática. De acordo com ele, o “mundo está com problemas”, “com a sociedade global se desintegrando”, “em pedaços”. Citando questões como o aumento da insegurança e da desigualdade econômica, além de crises financeiras, Guterres afirmou que os líderes mundiais precisam “criar um mundo melhor para todos” e propor uma “globalização justa”.
O secretário-geral falou também das ameaças representadas por grupos terroristas, “que destroem sociedades e desestabilizam regiões”. “Precisamos intensifar o trabalho de contraterrorismo de maneira integrada”, orientou Guterres, propondo a criação, no ano que vem, de uma agência internacional de contraterrorismo. Mas o português ressaltou a necessidade das lideranças mundiais atuarem em programas contra a radicalização, com base em educação de jovens e integração. “Não vamos conseguir combater o terrorismo se não resolvermos os conflitos que causam o terrorismo”, comentou.
Em seu discurso de aberta da 72ª Assembleia-Geral, Guterres também mencionou o Acordo Climático de Paris, o qual os Estados Unidos ameaçam se dissociar. “O Acordo de Paris deve ser cumprido já por todos os governos”, pediu, ressaltando que a mudança climática está entre os maiores desafios e ameaças para o mundo e chamando as emissões de poluentes de “suicidas”.
Sobre a crise migratória, que afeta a Europa, o Oriente Médio e a África desde 2015 devido às guerras e conflitos internos, Guterres afirmou que “todo país tem o direito de controlar as fronteiras, mas deve fazer isso protegendo os direitos das pessoas em trânsito”. “Imigração deve ser uma opção, não uma necessidade”, afirmou. “Por experiência pessoal, eu sei que muitos preferem ficar nos lares de seus países que imigrar. A mobilidade humana não é uma ameaça”, disse (ANSA).

Cidades rohingyas em Myanmar foram dizimadas

Incêndios e perseguições obrigaram os rohingyas a abandonarem seus lares.

A população minoritária muçulmana rohingya foi quase dizimada na cidade de Maungdaw, em Myanmar, de acordo com uma denúncia feita ontem (19) pela ONG de direitos humanos Arakan Project. Segundo os ativistas, em toda a zona de Rakhine (enclave muçulmano também chamado de Arracão) há registros de incêndios e perseguições, o que obrigou os rohingyas a abandonarem seus lares.
O Arakan Project atua desde 1999 para melhorar as condições dos rohingyas em Myanmar, cuja a maioria da população é budista e onde há históricos conflitos étnicos. A denúncia apresentada pela ONG local foi corroborada pela Human Rights Watch, que detectou 214 vilarejos incendiados desde o fim de agosto, baseando-se em imagens de satélites. Desde o início do mês, as Nações Unidas denunciam uma perseguição contra os rohingyas, levada a cabo pelo Exército de Myanmar.
Estima-se que quase 400 mil rohingyas tenham fugido do país em busca de asilo em Bangladesh. A crise começou em 25 de agosto, quando várias delegacias foram atacadas por rebeldes do grupo Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA). Desde então, os militares de Myanmar perseguem e executam de forma indiscriminada qualquer muçulmano. Pressionado para mediar a situação, a Prêmio Nobel da Paz de 1991 e conselheira de Estado, San Suu Kyi se nega a reconhecer a crise. A líder, que governa “de facto” o país, voltou a dizer que não houve violação nas residências rohingyas.
Em um discurso a diplomatas em Naypyidaw, a Nobel da Paz comentou que “mais da metade das residências” está intacta e até convidou os estrangeiros a visitarem os locais para comprovarem a suposta normalidade da situação. San Suu Kyi também afirmou que “não teme” as críticas da comunidade internacional. “Condenamos todas as violações de direitos humanos e a violação da lei. Somos um país frágil e com muitos problema, mas devemos enfrentar todos. Não podemos nos concentrar apenas em alguns deles”, comentou (ANSA).

Dominica ‘perdeu tudo’ na passagem do furacão Maria

O primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit, afirmou ontem (19) que seu país perdeu tudo e que a “devastação é generalizada” após a passagem do furacão Maria, que alcançou a categoria 5 ao atravessar a pequena ilha caribenha, mas que perdeu força. Skerrit, que precisou ser resgatado depois que sua casa sofreu graves danos, disse em sua conta no Facebook temer a confirmação de que há pessoas mortas e feridas, “como resultado dos prováveis deslizamentos de terra provocados pelas chuvas persistentes”.
“Eu fui resgatado”, disse o premier, antes de avisar que estava a “mercê do furacão. A casa está inundando”. “Até agora, perdemos tudo o que o dinheiro pode comprar e substituir”, disse ele, em sua mensagem. Os “ventos varreram os telhados das casas de quase todas as pessoas com quem já conversei. O telhado da minha própria residência oficial foi um dos primeiros a sair voando”, disse Skerrit.
Apesar de a imprensa local afirmar que o “Maria” foi o pior furacão que passou por Dominica, o premier lembrou que há 38 anos o ciclone David, também de categoria 5, atingiu a ilha, com ventos de mais de 281 quilômetros por hora (km/h) e causou a morte de 2 mil pessoas (Agência EFE).

Cardeais estão próximos de finalizar reforma da Cúria Romana

O chamado Conselho de Cardeais começou a se reunir em março de 2014 e, desde então, se reuniu por 21 vezes.

Os cardeais que estão fazendo a análise da reforma da Cúria Romana, um dos primeiros atos do Pontificado de Francisco, informaram que os trabalhos estão quase no fim. O chamado Conselho de Cardeais – “C9” – começou a se reunir em março de 2014 e, desde então, se reuniu por 21 vezes. “Estamos em uns 75% do trabalho de revisão da constituição apostólica ‘Pastor Bonus’ sobre a Cúria Romana, e no fim do ano, deveremos estar aptos para entregar aos canonistas os novos documentos”, disse o coordenador do C9, cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga à “Rádio Vaticana”.
Após a reunião da última semana, os religiosos devem se reunir novamente entre os dias 11 e 13 de dezembro. “Essa obra de revisão da ‘Pastor Bonus’, todavia, não é o único objetivo do conselho de cardeais. Precisamos responder a outros objetivos que o Papa nos confiou. Estamos convictos de que o Papa quer incluir, por exemplo, mais mulheres e mais jovens nos organismos da Cúria”, acrescentou o cardeal Maradiaga. O grupo revisa o documento promulgado pelo então papa João Paulo II, em 1998, e pode mudar a composição da Cúria Romana – o órgão que controla toda a parte administrativa da Igreja Católica.
Seguindo na lógica do cardeal Maradiaga, Jorge Mario Bergoglio quer que as posições mais voltadas para a administração tenham um rosto mais jovem e mais internacional – assim como ele já fez em entidades financeiras do Vaticano. Além disso, todos os Dicastérios – um tipo de “Ministério” do Vaticano – estão tendo suas estruturas revistas e reorganizadas. A ideia nesse quesito também seria “descentralizar” os processos de dicastérios específicos para outros ou para mais de um dele. Entre os principais pontos já abordados foi a criação de um comitê que analisa denúncias de abusos sexuais e/ou pedofilia cometidas por religiosos (ANSA).

Liberação da ‘cura gay’ causa polêmica nas redes sociais

A decisão da Justiça Federal de conceder liminar que autoriza psicólogos a atenderem eventuais pacientes que busquem terapia para reorientação sexual causou polêmica nas redes sociais. Diversos especialistas, militantes LGBT, entidades e artistas usaram suas contas para protestar contra a medida que autoriza o uso de “reversão sexual”, tratamento proibido pelo Conselho Federal de Psicologia (CPF) desde 1999.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) definiu como “aberração jurídica” a decisão que já foi alvo de embate entre os parlamentares ligados à defesa dos Direitos Humanos e a bancada evangélica no Congresso. Wyllys avisou que vai promover uma mobilização no Parlamento e se aliar ao CFP para recorrer da decisão do juiz federal. “É uma aberração jurídica, como outras que acontecem no País. Como é que o Judiciário se presta a isso? O Judiciário não está agindo de acordo com a Constituição”, comentou.
A decisão atendeu a uma ação de três psicólogos que pediam a suspensão de uma resolução do CFP que estabelece como os profissionais da área devem atuar nos casos que envolvam a orientação sexual de pacientes. O conselho irá recorrer da decisão. Publicada em março de 1999, a Resolução nº 1 do CFP proíbe os psicólogos de exercerem qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, bem como de colaborarem com eventos ou serviços que proponham o tratamento e a cura da homossexualidade. Em julho de 2013, a Câmara arquivou um projeto que derrubava a determinação do conselho e permitia o tratamento por psicólogos de pacientes que quisessem “reverter” a homossexualidade. No entanto, o projeto foi retirado de tramitação após pressão (ANSA).