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Geral 13/11/2018

em Geral
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Memorial temproario

Memorial do Holocausto lembra 80 anos da Noite dos Cristais em SP

Na noite do dia 9 para o dia 10 de novembro de 1938 o governo alemão, sob o regime nazista, autorizou o ataque físico aos judeus.

Memorial temproario

Memorial da Imigração Judaica tem exposição permanente sobre o holocausto. Foto: Rovena Rosa/ABr

Sinagogas, casas e lojas foram depredadas e queimadas. Mais de 30 mil judeus foram presos e 100 assassinados. O episódio ficou conhecido como a Noite dos Cristais pelos cacos das vitrines e janelas que cobriam as ruas no dia seguinte. Os 80 anos da data foram lembrados na noite de ontem (12), em uma cerimônia no Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto no Bom Retiro.

O ato reuniu a comunidade judaica, sobreviventes do Holocausto e autoridades. Na oportunidade, foram lançados o terceiro e quarto volume da coleção Vozes do Holocausto, das pesquisadoras Maria Luiza Tucci Carneiro e Rachel Mizrahi. As obras trazem mais de 300 relatos de refugiados do nazifascismo e de sobreviventes do massacre dos judeus. Também foi lançado o livro de fotos Sobreviventes do Holocausto do fotógrafo e membro da curadoria do memorial Luiz Rampazzo.

Até a Noite dos Cristais, a Alemanha, sob o comando dos nazistas, havia adotado diversas leis e medidas discriminatórias contra os judeus, mas foi a partir desse momento que começou a violência física. Por ordem de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda, foi autorizada a destruição das propriedades dos judeus no território alemão.

“O Estado oficializou. Era permitido esse massacre, e a população foi conivente. Os policiais e os bombeiros foram proibidos de intervir a favor dos judeus. Só era permitido intervir se ameaçasse algum cidadão alemão ou algum imóvel, algum prédio de residência dos alemães”, explica a historiadora e orientadora pedagógica do memorial, Ilana Iglicky.

As turbas destruíram cerca de 7,5 mil lojas e 1,4 mil sinagogas naquela noite. Ilana conta que em Viena, capital da Aústria, apenas uma sinagoga sobreviveu. “Ela começou a pegar fogo, foi incendiada pela população. Um bombeiro acabou apagando o fogo porque viu que poderia incendiar um prédio ao lado de moradores vienenses”, conta.
A professora destaca que é importante lembrar que muitas pessoas se opuseram ao regime e ajudaram a salvar os perseguidos.

“Temos a nossa querida Aracy Guimarães Rosa que emitiu vistos, mesmo contra as ordens do governo brasileiro, para várias famílias judias e, assim, conseguiu salvar várias pessoas”, ressalta sobre a segunda esposa do escritor João Guimarães Rosa que trabalhou no consulado brasileiro em Hamburgo. Manter viva a lembrança das atrocidades é fundamental, segundo Ilana, para evitar que situações assim se repitam no presente ou no futuro (ABr).

Coreia do Norte retira minas em fronteira com Coreia do Sul

Coreia temproario

Ambos os países concluíram no domingo passado a retirada de 11 postos de guarda fronteiriça com suas tropas correspondentes. Foto: Reprodução internet

A Coreia do Norte retirou 636 minas antipessoais no vilarejo fronteiriço de Panmunjom nas operações de retirada destes dispositivos realizadas até 20 de outubro, revelou ontem (12) o ministro da Defesa sul-coreano, Jeong Kyeong-doo. Esse procedimento fez parte do acordo militar, no qual Seul e Pyongyang chegaram a um acordo para retirar as minas em torno da cidade fronteiriça sul-coreana de Cheorwon (90 km a nordeste de Seul).

“Não foram encontradas minas terrestres em nossa região e o Norte nos informou que eliminou mais de 600”, disse Jeong em uma sessão da Assembleia Nacional e citado pela agência de notícias “Yonhap”. Quando lhe solicitaram que especificasse o número, o ministro disse que foram 636. Jeong também informou que ambos os países concluíram no domingo passado a retirada de 11 postos de guarda fronteiriça com suas tropas correspondentes.

A Coreia do Sul costumava operar 60 postos na Zona Desmilitarizada, além de postos avançados, enquanto o Norte tem mais de 160, segundo os dados apresentados pelo ministro da Defesa. Sobre o custo da implementação do acordo, Jeong disse que solicitou 10.100 milhões de wons (aproximadamente 8 milhões de euros) nos orçamentos estatais do ano que vem. Jeong também falou sobre a postura dos Estados Unidos, que estão oferecendo um “apoio ativo” para o pacto intercoreano.

O exército sul-coreano começou a mobilizar escavadeiras para derrubar 10 de seus 11 postos, enquanto planeja manter um ao longo da costa leste, que foi estabelecido pouco depois do cessar-fogo da Guerra da Coreia em 1953. O Norte também manterá um posto.
“A demolição irreversível dos postos de guarda é a medida mais tangível e simbólica para prevenir fundamentalmente os confrontos acidentais entre Coreia do Sul e Coreia do Norte e gerar confiança”, disse o general sul-coreano Kim Yong-woo durante a inspeção da destruição de um posto, segundo a “Yonhap”.

Vencedor do Oscar, Ennio Morricone completa 90 anos

Nunca antes o cinema se reconheceu tanto na música. O italiano Ennio Morricone, que completou 90 anos no último sábado (10), compôs mais de 500 melodias para o cinema e para a televisão, vendeu mais de 70 milhões de discos e conquistou o Oscar por sua carreira em 2007.

O músico deu o tom do pop italiano dos anos 1960 com seu toque de arranjador, ainda que sua verdadeira paixão tenha sido a música sinfônica, a experimentação e a inovação, com as quais ainda viaja o mundo com a turnê “The 60 Years of Music”.

A tour celebra suas seis décadas compondo, e desde 2016 o italiano já conduziu cerca de 50 concertos em 35 cidades na Europa. Até o fim do ano, Morricone ainda se apresenta na França, Bélgica e no Reino Unido, com mais de 200 músicos conduzidos por ele no palco, em um show que vendeu mais de 500 mil ingressos desde 2014.

Morricone também conquistou, em 2016, uma estatueta do Oscar de melhor trilha sonora com o filme “Os Oito Odiados”, de Tarantino, firmando mais uma vez sua marca como um dos maiores músicos das telonas. Apesar dos grandes amigos que fez durante a vida, Morricone comemorou seus 90 anos em casa, no coração da velha Roma, onde nasceu, ao lado de seus quatro filhos e da mulher, Maria Travia, com quem vive desde 1956 (ANSA).

Extrema-direita se une a governo em marcha na Polônia

Marcha temproario

Presidente da Polônia, Andrzej Duda, discursa no início da “Marcha da Independência”. Foto: Agata Grzybowska/Reuters

Cerca de 200 mil pessoas saíram às ruas domingo (11), em Varsóvia, para celebrar o centenário da independência da Polônia. Nacionalistas e expoentes da extrema-direita se uniram à marcha organizada pelo governo, apesar da tentativa da Prefeitura de Varsóvia de impedir o movimento, alegando “razões de segurança” e que a cidade “já sofreu o suficiente com o nacionalismo agressivo”.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, e o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki encabeçaram a passeata. Apesar do predomínio das bandeiras vermelhas e brancas (as cores da Polônia), também foram vistos símbolos do partido Acampamento Radical, que simpatiza com o movimento fascista dos anos 1930.

Alguns grupos exibiram mensagens supremacistas, a favor de uma Europa branca e contra imigrantes, e queimaram bandeiras da União Europeia (UE). A Polônia comemorou o centenário da reconquista da sua independência, em 11 de novembro de 1918, depois de 123 anos de ocupação pela Prússia, Rússia e Império Austro-Húngaro (ANSA).

Dinheiro em ‘paraísos’ deve ser usado contra fome

O papa Francisco cobrou ontem (12) que recursos aplicados em paraísos fiscais sejam investidos em projetos de combate à fome e de energias renováveis. A declaração foi dada durante a assembleia plenária da Pontifícia Academia das Ciências, realizada no Palácio Apostólico, no Vaticano.

“Faltam vontade e determinação política para interromper a corrida armamentista e colocar fim às guerras, para passar com urgência às energias renováveis, aos programas voltados a assegurar água, comida e saúde para todos, para investir no bem comum os enormes capitais inativos nos paraísos fiscais”, disse. Segundo Francisco, o mundo possui hoje 800 milhões de “excluídos”. “A derrota da fome e da sede, da elevada mortalidade e da pobreza não acontecerá sem uma mudança nos estilos de vida”, acrescentou.

A Pontifícia Academia das Ciências foi fundada em 1603 e é a principal instituição da Santa Sé para pesquisa científica. “Precisamos de mais atenção aos valores e bens fundamentais que estão na base da relação entre os povos, a sociedade e a ciência. Tais relações exigem uma nova forma de pensar, a fim de promover o progresso integral de cada ser humano e do bem comum”, disse o Papa (ANSA).