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Novo método detecta câncer de próstata por meio da urina

em Especial
segunda-feira, 09 de dezembro de 2019

Um estudo produzido pelo Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina da USP, em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas, conseguiu identificar pacientes com câncer de próstata a partir do exame de amostras de urina

Jornal da USP

Além de permitir o diagnóstico de modo não invasivo, a técnica também possibilitou a análise da agressividade do tumor, fundamental para determinar o melhor tratamento

Agora, o próximo passo é a validação das descobertas. Os pesquisadores buscam financiamento para um novo projeto de pesquisa que terá como objetivo comprovar se os resultados encontrados se repetem em uma população diferente da estudada até então. Caso validadas, as descobertas poderão contribuir como uma opção mais prática e barata de exame.

Apesar de já existirem testes semelhantes disponíveis comercialmente, estes são mais complexos e protegidos por patente, o que resulta em alto custo e baixa disponibilidade. “Por isso, é bastante desejável que consigamos disponibilizar esse exame, validar e talvez disponibilizar na prática”, afirma a professora Kátia Leite, professora da FMUSP.

Atualmente, os dois principais modos de analisar a suspeita do câncer são o toque retal, que busca identificar uma zona de endurecimento na próstata relacionada à presença da doença, e o exame dos níveis de Antígeno Prostático Específico (PSA) no sangue. Apesar de menos invasivo, este último não elimina a necessidade da biópsia, explica a professora.

Foto: Portal da Band

“O PSA é um marcador interessante, pois é específico da próstata. Mas não é específico do câncer de próstata, pois também pode aumentar na hiperplasia prostática benigna e na prostatite, por exemplo”, diz a professora, que também é coautora do estudo. “O que precisamos é de melhores indicadores para fazer uma biópsia de maneira segura e em um número menor de pacientes.”

A pesquisa foi feita com homens que já tinham suspeita de câncer e, por isso, tinham indicação de biópsia para diagnóstico definitivo. Destes pacientes foi coletado um fragmento da biópsia, para estudo molecular, e também uma amostra de urina, da qual foi possível sequenciar uma série de gene. Foi então que o professor Giuseppe Palmisano, do ICB, se juntou à pesquisa.

Ele propôs que a partir da urina coletada fosse caracterizado um perfil de proteína, por meio da espectrometria de massa (técnica que mede a massa e a estrutura química das moléculas). Como apontou o estudo, a urina pode conter elementos que reflitam os processos bioquímicos relacionados ao desenvolvimento de um tumor.

O estudo foi realizado com 12 pacientes, sendo seis com a doença e os outros com hiperplasia benigna. Os resultados indicaram que um painel de 56 glicoproteínas (tipo de proteína ligado a um carboidrato) nas amostras de urina alcançou uma precisão de 100% no diagnóstico do câncer de próstata. A pesquisa também mostrou que o exame via urina é capaz de indicar a existência e agressividade do tumor com maior precisão do que o PSA sozinho.

Como explica a professora Kátia, o câncer de próstata é um dos tipos mais comuns entre os homens, mas em parte dos casos não apresenta ameaça grave à saúde. Alguns deles são caracterizados como “câncer indolente”: pouco agressivos e sem necessidade de intervenção imediata.

Trombose: causas, sintomas, tratamento e prevenção

Foto: AI/Centro Médico Consulta Aqui

O Dr. Matheus Mozini Cavichioli, médico vascular e endovascular do Centro Médico Consulta Aqui, fala sobre essa perigosa doença silenciosa.

Trombose é uma doença potencialmente grave causada pela formação de coágulos (trombos) no interior das veias profundas. Esse coágulo pode bloquear o fluxo de sangue e causar inchaço e dor na região. Quando ele se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia, pode ficar preso no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outras áreas, levando a problemas graves.

“As causas são multifatoriais, porém, de maneira geral a trombose ocorre pela imobilização ou repouso prolongado do membro, seja por trauma local ou por alterações no mecanismo de coagulação do paciente”, explica o Dr. Matheus Mozini Cavichioli, médico vascular e endovascular do Centro Médico Consulta Aqui.

Segundo dados da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, uma em cada quatro pessoas no mundo morre por condições causadas pela doença.
Os tipos e trombose são:

•   Trombose venosa - o mais comum. Acontece quando o coágulo de sangue bloqueia uma veia. Estima-se que cerca de 180 mil novos casos de trombose venosa surgem no Brasil a cada ano, sendo que ela também pode causar embolia pulmonar.

•   Trombose arterial - ocorre quando o coágulo de sangue bloqueia uma artéria. Acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e infartos podem ser consequências de tromboses arteriais. Esse tipo costuma ser mais grave do que a venosa.

A boa notícia é que a trombose tem cura. “Quando diagnosticada e iniciado tratamento precoce, os resultados do tratamento são altamente eficazes”, esclarece o Dr. Matheus.

Devido ao repouso prolongado, principalmente das pernas, indivíduos que se submetem a longas viagens devem ficar atentos. Os sintomas mais comuns são dor, edema, vermelhidão e calor local. O exame diagnóstico mais utilizado para detectar a trombose é o Ultrassom Doppler. “Além das meias elásticas, quando indicadas, atividade física regular e alimentação saudável são formas de contribuir com a boa circulação do sangue nas pernas, evitando assim essa temida doença”, aconselha o Dr. Cavichioli.

Ministério da Saúde e IBGE coletarão dados sobre população infantil

A ideia é obter dados mais apurados sobre a Atenção Primária à Saúde e sobre o desenvolvimento infantil. Foto: Wilson Dias/ABr

O Ministério da Saúde (MS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) formalizam ontem (9) um termo de Cooperação Técnica de Pesquisa em Saúde de Base Domiciliar Nacional que possibilitará a coleta de informações relevantes sobre a saúde da população e a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na Atenção Primária à Saúde (APS).

De acordo com o ministério, serão destinados R$ 30,1 milhões para o convênio, de forma a viabilizar a realização de três pesquisas: a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) e a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS).

A PNAD Contínua tem previsão de ser iniciada em 2020 e abranger cerca de 210 mil domicílios. A ideia é obter dados mais apurados sobre a Atenção Primária à Saúde (APS) e sobre o desenvolvimento infantil, possibilitando um “diálogo intersetorial” com outras políticas públicas – caso do Marco Legal da Primeira Infância, desenvolvido pelo Ministério da Cidadania.

“Nessa pesquisa, serão incorporados dois módulos para abordar a saúde da população infantil. Um deles vai avaliar a qualidade da APS na perspectiva do cuidado à criança, com a inserção do PCATool-Brasil [modelo de avaliação da qualidade de serviços que se baseia na mensuração de aspectos de estrutura, processo e resultados dos serviços de saúde] em sua versão infantil”, informou por meio de nota o MS.

O outro módulo inclui o desenvolvimento infantil, por meio do instrumento de avaliação do projeto Primeira Infância para Adultos Saudáveis (PIPA).Já a PNDS, feita pela última vez em 2006, atualizará as informações sobre a saúde da mulher e da criança “para construção de séries históricas e estudos comparativos em nível nacional e internacional”. Para tanto, a pesquisa contará com “instrumentos para avaliação da atenção primária, porta de entrada do SUS, em relação ao cuidado oferecido à população”.

Essa pesquisa será iniciada no primeiro semestre de 2021. Por meio de entrevistas domiciliares com visitas a 110 mil domicílios, ela fornecerá dados e indicadores relevantes para o contexto da saúde da mulher e da criança, com foco em reprodução, amamentação e saúde nutricional.

Tendo por base dados obtidos pelo IBGE, a iniciativa pretende incluir “assuntos relevantes para a avaliação do momento atual do SUS”. Para tanto, será resgatada a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária, que teve a última edição em 2009. A previsão é de que nesse caso a pesquisa abranja cerca de 100 mil estabelecimentos de saúde no 2º semestre de 2021.

Segundo o Ministério da Saúde, essa pesquisa será feita via ligações telefônicas, com o objetivo de atualizar o “perfil da capacidade instalada do SUS, considerando os subsistemas público e privado, além de permitir conhecer o perfil da força de trabalho em saúde e da oferta e uso dos equipamentos médico-hospitalares”.

Também será criado um módulo específico para avaliar as estruturas das unidades de saúde familiar, no âmbito da atenção primária à saúde, “permitindo a conexão com o novo e-SUS AB [estratégia de qualificação da gestão da informação] e a base Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)” (ABr).