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Maioria dos brasileios não pretende frequentar locais de aglomeração

em Economia
segunda-feira, 27 de julho de 2020

Muitos dos estados brasileiros já flexibilizaram as medidas de isolamento social, reabrindo comércio, bares, restaurantes e até locais de lazer como praias, parques e salas culturais. Entretanto, levantamento prévio do FGV IBRE, pela Sondagem do Consumidor, mostra que a velocidade da reabertura não deve ser a mesma do ímpeto do brasileiro de frequentar locais com grande aglomeração: entre 54,5% e 80% declararam que não frequentariam em hipótese alguma bares e restaurantes, cinemas e teatros e shopping centers, nem viajariam de férias.

“Grande parte dos consumidores avalia que o ritmo de flexibilização está acima do que eles consideram apropriado. Enquanto uma vacina não estiver disponível, o medo de contaminação deve continuar provocando aversão a locais de grande aglomeração na maioria das capitais pesquisadas. Além disso, o período de maior restrição fez com que muitos consumidores perdessem seus empregos ou tivessem redução de sua renda.

O medo do desemprego ou a demora para recuperar a renda média da família junto com um maior endividamento, mantém consumidores cautelosos, fazendo com que o ímpeto de compras de bens e serviços permaneça em patamar ainda muito baixo”, avaliou Viviane Seda, coordenadora da Sondagem do Consumidor do FGV IBRE. Sobre ir a cinemas e teatros, 80% informaram que não iriam em hipótese alguma e 17,2% declararam que iriam se fossem tomadas medidas de prevenção adequadas.

Com relação a frequentar bares e restaurantes, a maioria (64%) também disse que não iria em hipótese alguma, com 32,6% dos consumidores se dizendo preparados para frequentar com a adoção de medidas de prevenção. Números semelhantes à pergunta sobre a disposição de viajar de férias, de ônibus ou avião: 69,4% e 27,1%, respectivamente. O resultado menos pessimista foi em relação aos shoppings centers, locais em que 54,5% não frequentariam em nenhuma hipótese, enquanto 40,9% iriam havendo medidas adequadas de prevenção à Covid-19.

Ainda segundo o levantamento, o maior percentual dos cariocas (37,9%) considerou muito rápido o ritmo de flexibilização das medidas de isolamento social. Outros 23,3% avaliaram o ritmo como rápido, 23,8% como normal, 10,1% como lento e 4,9% como muito lento. Já os paulistas, em sua maioria (31,7%), consideraram o retorno às atividades em ritmo normal, 27,7% consideram o ritmo muito rápido, seguido por 24,2% (rápido), 11,8% (lento) e 4,8% (muito lento). Na média nacional, 29,9% analisaram o ritmo como muito rápido, quase o mesmo percentual de consumidores (27,8%) que avaliaram como normal.

A pesquisa consultou 1500 consumidores de sete capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Brasília), entre os dias 2 e 16 de julho, de diferentes faixas de renda (AI/FGV).