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Economia 28/07/2016

em Economia
quarta-feira, 27 de julho de 2016

Cenário de crise incentiva venda de terrenos

O sonho da casa própria continua viável para muitos brasileiros.

Com a crise e o consequente aumento da inadimplência, os bancos estão restringindo cada vez mais as liberações de créditos, em especial o imobiliário

Entretanto, o sonho da casa própria continua viável para muitos brasileiros. Com a possibilidade de não precisar desembolsar um valor alto de entrada e pagar parcelas que cabem no bolso, a compra de terrenos tem sido uma alternativa para muitas pessoas.
“O consumidor que procura um terreno pode definir o prazo e um orçamento para a realização de cada fase de sua obra, flexibilidade financeira que ganha ainda mais relevância com o cenário econômico atual”, comenta Carla Roberto, gerente de vendas da Cemara, empresa loteadora com forte atuação no estado. Os loteamentos podem ser abertos ou fechados. Os abertos funcionam como um bairro tradicional, com livre acesso para todas as pessoas. Já os fechados tem portaria com controle de acesso e funcionam como um condomínio.
A loteadora é responsável por preparar toda a infraestrutura básica para o funcionamento – como pavimentação asfáltica, rede de coleta de esgoto, rede elétrica e, algumas vezes, áreas para integração dos moradores. Com a possibilidade de financiar diretamente com a loteadora, sem a intermediação de uma instituição financeira, o modelo tem ganhado cada vez mais adeptos. O processo de compra se torna mais fácil, especialmente, para clientes que não conseguem justificar a renda ou têm pequenas restrições, o que tem refletido no aumento da oferta.
No estado de São Paulo, por exemplo, o número de loteamentos aprovados avançou 9% entre 2014 e 2015, de acordo com a Graprohab, órgão do governo responsável pela aprovação dos pedidos de loteamentos – ano em que o PIB registrou queda de 3,8%. “Os lotes são vistos pelos consumidores como uma excelente opção porque encontram um bairro planejado com uma estrutura já pronta e, na grande maioria, com áreas comuns para lazer”, conclui Carla, da Cemara.

Juros do cheque especial atingem recorde

A taxa do cheque especial chegou a 315,7% ao ano.

A taxa de juros do cheque especial continuou subindo em junho. De acordo com dados do Banco Central (BC), a taxa do cheque especial aumentou 4,7 pontos percentuais (pp) de maio para junho, quando chegou a 315,7% ao ano. Essa é a maior taxa da série histórica do BC, iniciada em julho de 1994. Em 2016, a taxa do cheque especial subiu 28,7 pp em relação a dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano.
Já taxa de juros do rotativo do cartão de crédito caiu 0,6 pp de maio para junho. Mesmo assim, continua sendo a mais cara entre as pesquisadas pelo BC. Em junho, ficou em 470,9% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de juros mais alta na pesquisa do BC.
A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 0,5 pp e ficou em 149,5% ao ano. A taxa do crédito pessoal caiu 1,5 pp indo para 128,3% ao ano. Já a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) diminuiu 0,2 pp e está hoje em 29,4% ao ano. O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos caiu 0,5% em junho e 2,8% no ano. No mês passado, o saldo ficou em R$ 3,130 trilhões. Esse valor correspondeu a 51,9% do PIB – ante o percentual de 52,5% de maio deste ano (ABr).

CNI: valorização do dólar impulsiona exportações

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou ontem (27) que a valorização do dólar ante o real, e a retração do mercado interno, impulsionaram as exportações e reduziram as importações da indústria de transformação brasileira. Os dados fazem parte da publicação Coeficientes de Abertura Comercial do primeiro semestre de 2016.
Pelos números, nos últimos 12 meses, encerrados em maio último, o Coeficiente de Exportação, indicador que mostra a participação das vendas externas no valor da produção da indústria de transformação, ficou em 15,8% a preços constantes (excluídos os efeitos de variações dos preços), maior que os 14,2% registrados em 2015. Para a CNI, o resultado reflete o crescimento das quantidades exportadas pela indústria de transformação (ABr).