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Economia 05/04/2016

em Economia
segunda-feira, 04 de abril de 2016

Mercado financeiro projeta queda da economia em 3,73% este ano

As estimativas de inflação estão distantes do centro da meta, de 4,5%.

A projeção de instituições financeiras para a queda da economia este ano passou pelo 11º ajuste consecutivo

Agora, a estimativa para a queda do PIB foi alterada de 3,66% para 3,73%. Para 2017, a expectativa de crescimento foi reduzida de 0,35% para 0,30% no terceiro ajuste seguido. As estimativas fazem parte do boletim Focus, do Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
As instituições financeiras alteraram a projeção para a inflação, medida pelo IPCA, de 7,31% para 7,28%, no quarto ajuste seguido. Para 2017, a estimativa segue em 6% há oito semanas consecutivas. As projeções ultrapassam o centro da meta que é 4,5%. O teto da meta é 6,5% este ano, e de 6% em 2017. Em um cenário de retração da economia, as instituições financeiras esperam que o BC reduza a Selic. A expectativa para o final de 2016 passou dos atuais 14,25% para 13,75%. Para 2017, a mediana das expectativas é que a Selic encerre o período em 12,50% ao ano.
Em entrevista coletiva de apresentação do Relatório de Inflação, na última quinta-feira (31), o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, reforçou que não deve haver redução da Selic. “O mercado que se ajuste”, disse. A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo IGP-DI, que foi ajustada de 7,43% para 7,41% este ano. Para o IGP-M, a estimativa passou de 7,68% para 7,67%, em 2016.
A estimativa para o IPC-Fipe segue em 7% em 2016. A projeção para os preços administrados foi alterada de 7,30% para 7,40% este ano e mantida em 5,50% em 2017. E o cálculo para a cotação do dólar passou de R$ 4,15 para R$ 4, no fim de 2016, e de R$ 4,20 para R$ 4,10, ao final do próximo ano (ABr).

País questiona sobre restrições à carne bovina brasileira

O Brasil apresentou ontem (4) pedido de consultas à Indonésia sobre restrições impostas às exportações de carne bovina brasileira, em “desconformidade com as obrigações assumidas por aquele país no âmbito dos acordos da OMC”. De acordo com nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, os questionamentos brasileiros envolvem amplo conjunto de medidas mantidas pela Indonésia, entre as quais se destacam entraves comerciais de natureza alfandegária, sanitária, técnica e relacionadas ao regime de licenciamento.
Segundo a nota, o governo brasileiro espera que as consultas, que constituem a primeira etapa do procedimento de solução de controvérsias da OMC, contribuam para o pronto equacionamento da questão e que a solução do problema permitiria ao Brasil exportar mais de 20 mil toneladas de carne bovina para a Indonésia. A data e o local das consultas serão definidas de comum acordo nos próximos dias.
Também no âmbito do Sistema de Solução de Controvérsias da OMC, o Brasil apresentou pedido de consultas à Tailândia sobre subsídios concedidos pelo país ao setor de cana e de açúcar, em desconformidade com obrigações assumidas no Acordo de Agricultura e do Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias da organização.
No entendimento do governo brasileiro, as medidas tailandesas têm afetado artificialmente as condições de competitividade internacional do açúcar, em detrimento das exportações brasileiras, cuja participação no mercado global do produto caiu mais de 5% entre 2012 e 2014, com prejuízos anuais da ordem de US$ 1 bilhão (ABr).

Aprovação da compra do HSBC pelo Bradesco

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomenda a aprovação da compra do HSBC pelo Bradesco. Agora, o processo segue para decisão final do Tribunal do Cade, que pode acolher a recomendação, reprovar a operação ou ainda adotar outras medidas para afastar problemas de concorrência. A decisão foi publicada na edição de ontem (4) no Diário Oficial da União. A superintendência recomendou a aprovação, desde que condicionada à celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) entre o Bradesco e o Cade.
Segundo o Cade, esse proposta de acordo já foi aceita pelo banco. “O ACC foi elaborado depois que a Superintendência-Geral analisou de forma detalhada o mercado bancário brasileiro e verificou a existência de alguns problemas concorrenciais que indicam baixa competição entre os bancos”, disse a superintendência, em comunicado. Segundo a superintendência, o Bradesco é o quarto maior banco do país em ativos totais, enquanto o HSBC é o sexto. Com a aquisição, o Bradesco permanece na mesma posição, com menos de 20% de mercado, atrás do Banco do Brasil, da Caixa e do Itaú (ABr).