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CNI: índice de confiança do consumidor permanece em queda

em Economia
quinta-feira, 01 de outubro de 2020

A falta de confiança do consumidor é explicada pela piora das expectativas em relação à evolução futura dos preços, do desemprego e da renda. Foto: Tomaz Silva/ABr

O consumidor brasileiro continua sem confiança, devido aos efeitos da pandemia de covid-19 na economia. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) de setembro de 2020 ficou em 42,8 pontos, 3,3 pontos abaixo da média histórica (46,1 pontos) e 4,5 pontos abaixo do último resultado disponível, de dezembro de 2019. O indicador foi divulgado ontem (1º) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O índice varia de zero a 100. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do consumidor. Quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais disseminada é a falta de confiança.

A queda do Inec da pesquisa de setembro, na comparação com dezembro de 2019, é comum a todos os perfis de consumidor considerados na pesquisa. As maiores quedas foram dos consumidores com renda familiar maior do que cinco salários mínimos (-7,4 pontos), com ensino superior (-6,8 pontos), com idade de 25 a 34 anos (-5,5 pontos) e que moram em capitais (-5,3 pontos). Entretanto, os menores índices de confiança são registrados entre a população de renda familiar até um salário mínimo (Inec de 40,4 pontos), entre os consumidores que residem nas capitais (41,1 pontos), os com ensino superior (41,4 pontos) e os que residem na Região Sudeste (41,6 pontos).

Segundo a CNI, a falta de confiança do consumidor é explicada pela piora das expectativas em relação à evolução futura dos preços, do desemprego e da renda. Além disso, houve piora nas condições financeiras. O índice de expectativa de inflação “mostra piora significativa das perspectivas dos preços para os consumidores”. O indicar chegou a 71,4 pontos, com cinco altas seguidas. “A despeito da baixa inflação da economia como um todo, possivelmente o aumento de preços em produtos específicos, sensíveis para o consumidor, está afetando a percepção do seu poder de compra e contaminando as expectativas”, diz a CNI.

O índice de expectativas de desemprego subiu de 56,4, em dezembro, para os atuais 65,1 pontos, enquanto o de expectativas para a própria renda de 50 para 44,5 pontos. Já o índice de compras de bens de maior valor registrou 53,4 pontos, 1 ponto acima do verificado em dezembro de 2019. Para a CNI, o “resultado reflete o início de período mais favorável para o consumo desses bens e as medidas do governo de transferência de renda”, diz a CNI. A pesquisa foi realizada pelo Ibope Inteligência, que ouviu 2 mil pessoas em 127 municípios, entre 17 e 20 de setembro.