O planejamento estratégico pode ser definido como sendo um processo sistêmico que permite definir o melhor caminho a ser seguido por uma organização, para atingir um ou mais objetivos, dentro de um contexto previamente analisado e mediante a alocação de recursos existentes. O conceito surgiu na década de 70 como resposta a uma serie de crises que ocorreram na época, e que obrigaram as organizações a pensar em formas de se estruturar para momentos de crise. O planejamento estratégico está associado aa definição de objetivos de curto e longo prazo da organização, e as ações que precisam ser tomadas para o atingimento desses objetivos.
Muitas empresas, principalmente as de menor porte, tendem a crescer organicamente sem um planejamento para o médio e longo prazo. Isso significa que algumas decisões podem ser tomadas de forma equivocada, trazendo prejuízos para a organização. Ferramentas como o Business Model Canvas, ou Canvas (tela) de Modelo de Negócios, criado pelo acadêmico suíço Alexander Osterwalder, podem ser muito uteis para empresas de porte menor visualizarem seus elementos estruturantes sem que haja necessidade de gastar dinheiro em consultorias caras. O entendimento desses elementos é fundamental para a uma melhor definição dos objetivos da organização e, portanto, do seu planejamento estratégico.
O Business Model Canvas é composto por 9 blocos, ou elementos estruturantes, que juntos compõem a organização. O primeiro bloco trata da definição clara do segmento de clientes. Seguindo a máxima de que “quem vende para todo mundo, não vende para ninguém”, é fundamental que os gestores da organização tenham uma visão clara e explicita de quem são os clientes que a empresa pretende atender.
O segundo bloco tem como objetivo definir a oferta de valor, ou benefício oferecido pelo negócio para os seus clientes. Esses benefícios precisam ser explícitos, assim com o diferencial competitivo da organização. O terceiro bloco descreve os canais através dos quais a organização se comunica e entrega valor para os seus clientes. O bloco seguinte descreve as estratégias de relacionamento para retenção de clientes e manutenção do bom nome da empresa. O quarto bloco mapeia a maneira como o cliente paga pelos benefícios recebidos. Os blocos recursos-chave e atividades-chave tratam das atividades mais importantes que precisam ser realizadas para que o negócio funcione no dia a dia. O bloco seguinte, denominado parceiros-chave é particularmente importante para pequenas empresas, pois se trata da identificação correta dos principais fornecedores e parceiros. São eles que ajudam a entregar a oferta de valor, algo fundamental para empresas que atuam em estruturas de rede. O bloco final descreve os custos, ou seja, os elementos que têm peso financeiro na operação da empresa.
A definição e entendimentos dos 9 blocos descritos acima é fundamental para que uma empresa possa realizar o seu planejamento estratégico, ou seja, responder três perguntas básicas: onde o negócio está atualmente, onde pretende chegar e principalmente o que precisa ser feito para chegar lá. Quem não souber responder a essas três perguntas fica perdido, sem estrutura e terá muito mais dificuldade em atingir o sucesso nos negócios.
Andrea Lofgren – Especialista em Processos e Projetos, com mais de vinte anos de experiência em gestão de processos e planejamento operacional. Atuou em empresas de diversos segmentos incluindo consultoria de gestão, telecomunicações, tecnologia da informação, serviços financeiros, óleo & gás, megaeventos, parques temáticos e associações de classe. Hoje é sócia da Gig Flows, uma consultoria de gestão que se dedica exclusivamente ao planejamento estratégico e melhoria de processos para empresas das Indústrias Criativas e do Entretenimento ao vivo. Andréa é advogada formada pela PUC-RJ com Mestrado em Gestão da Economia Criativa pela ESPM-RJ, MBA pelo IAG PUC-RJ e Master’s Degree em Entertainment Business pela Full Sail University.
