Os acidentes de trabalho envolvendo, manuseio com agentes químicos, representou 12,7% das notificações registradas no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, em 2022. O percentual significa mais de 600 mil profissionais que tiveram algum tipo de lesão ou mesmo óbito, durante as atividades realizadas no ambiente laboral.
É importante acrescentar que o Ministério da Saúde atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho, acrescentando 165 novas patologias. Outro dado relevante é o número de notificações registradas de janeiro a novembro, 390 mil casos de lesões ocorridos durante o expediente.
A engenheira de segurança do trabalho e docente do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Senac EAD, Deise Sprenger, explica que os riscos relacionados aos agentes químicos produzidos na indústria devem ser controlados e mensurados, pela forma como atuam em contato com o ar.
“Existem produtos que se transformam em vapores, gases, névoas, neblinas, poeiras, entre outros. Por isso, cada especificidade deve ser avaliada, tendo em vista que a principal forma de intoxicação nos trabalhadores acontece por via respiratória ou dérmica”, esclarece.
Outra informação importante apresentada pela especialista é que o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são fundamentais para garantir a saúde e segurança dos funcionários, contudo, não evitam acidente, mas sim, minimizam as lesões. “Além da obrigatoriedade do uso de EPI, são recomendadas uma serie de medidas preventivas que reduzem ou eliminam chances de lesões no trabalhador”.
Na indústria química, o trabalho do Técnico em Segurança do Trabalho (TST) é esclarecer as duas partes (empregador e empregado) das atividades desenvolvidas. As etapas iniciais consistem na avaliação e diagnóstico do cotidiano das operações, pois, as informações coletadas auxiliarão a indicar as melhores formas de reduzir riscos operacionais.
Deise acrescenta que, “o objetivo do levantamento inicial é esclarecer os trabalhadores sobre a forma correta de operação da máquina ou manuseio dos produtos químicos. Além disso, é fundamental reforçar as medidas preventivas de segurança, no sentido de evitar acidentes”. Do mesmo modo, o TST tem uma atuação continua na inspeção dos ambientes de trabalho, avaliando: condições de liberação de atividades, mudanças de processo, cuidados e requisitos de manuseio, transporte ou aplicações dos produtos com segurança.
A docente do Senac EAD elenca ainda, as principais normas regulamentadoras da indústria química:
- NR 20 que trata de produtos inflamáveis e combustíveis;
- NR 01 é focada na elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR);
- NR 07 diz respeito ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
“Levando em conta os riscos das atividades industriais, o técnico em segurança contribui com informações essenciais ao bom direcionamento do trabalho em ambientes insalubres. Outra colaboração importante é promover treinamentos dos funcionários e ser o responsável pelas inspeções periódicas do parque industrial”, acrescenta.
Por último, mas não menos importante, a especialista recomenda que a melhor forma de reduzir o número de acidentes pessoais ou ambientais são as ações preventivas. “Desse modo, a empresa oferece mais segurança de trabalho aos funcionários e diminui significativamente, as chances de acidentes ambientais”, finaliza.
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