Nos últimos anos, a sociedade tem prezado mais por fatores como a prática de esportes, saúde mental, hábitos de vida mais saudáveis e práticas sustentáveis. É seguro dizer que esse conjunto, que pode ser resumido ao conceito de bem-estar, tornou-se uma grande estratégia de conexão das empresas com seus consumidores e colaboradores.
Em pesquisa realizada pela empresa de consultoria empresarial McKinsey & Company no ano de 2020, 79% dos consumidores consideram o bem-estar importante — enquanto 42% colocam-no como uma das prioridades na hora de escolher produtos, serviços e empresas. O bem-estar como estratégia de marketing foi tema do webinar realizado pela Amcham Curitiba (Câmara Americana de Comércio) neste mês.
Os convidados Marjorie Teixeira, diretora de Comunicações e Operações da P&G e Felipe Lacerda, CEO da Beecorp, participaram de um bate-papo moderado por Italo Conceição, cofundador da Shaperfy.
. Como investir em bem-estar? – Quando a qualidade de vida é realmente uma preocupação para a empresa, isso é percebido pelos consumidores e valorizado pelos potenciais futuros colaboradores. Para criar a imagem de uma empresa que preza pela saúde dentro e fora de suas instalações, os palestrantes têm dicas de como implementar a cultura do bem-estar antes de incorporá-la ao marketing.
1 – Planeje e crie uma estratégia – O primeiro passo é colocar na ponta do lápis todos os problemas que podem ser resolvidos com as medidas adotadas. A partir daí, é hora de precificar, montar estratégias e ter clareza sobre os benefícios que vão ser gerados. “Não adianta fazer campanhas pontuais que não tem nada a ver com a empresa. O plano é muito importante para saber onde se pode entrar e com que ações”, salienta Lacerda.
Pensando em saúde física e mental, alguns exemplos de iniciativas que podem ser implantadas são o oferecimento de plano de saúde para os funcionários, pausas na rotina para ginástica laboral, serviços como assistência psicológica ou massagem no ambiente de trabalho, grupos de meditação e datas como o casual friday, em que os funcionários podem ir vestidos como se sentirem mais confortáveis para se expressarem.
2 – Walk the Talk – A expressão diz respeito a seguir em ações, o que se propõe no discurso. Neste caso, é fundamental que a empresa invista em atitudes que transpareçam sua preocupação genuína com o bem-estar. “A ética e a governança tem que estar pautadas em todas as áreas e as empresas que não têm uma reputação de cuidado com as pessoas podem ter reflexos em seus resultados.
Entra aí o papel das redes sociais, por exemplo, que trazem essa possibilidade de revelar condutas ruins”, exemplifica Marjorie Teixeira. Segundo os participantes do webinar da Amcham Curitiba, a pandemia intensificou essa preocupação entre consumidores e funcionários, que passaram a valorizar os momentos de conforto e flexibilidade de rotina do home office e os cuidados com a saúde física e mental.
“Enfatizar práticas de cuidados com a comunidade e os funcionários se tornam pilares muito relevantes. Ninguém quer consumir papel da empresa que não refloresta ou pneus da empresa que não recicla os seus pneus usados”, ressalta o CEO da Beecorp.
3 – Faça parte do debate – Quando o time de marketing está focado na propagação do bem-estar, a pergunta “o que podemos fazer para ajudar as pessoas” norteia as suas ações. Para associar a imagem da empresa à preocupação com a qualidade de vida, são válidas ações como o patrocínio de lives, shows e peças de teatro, que constroem momentos de descompressão e prazer.
Para além disso, é indicado que a empresa assuma uma posição de porta-voz do bem-estar, o que pode aumentar a conscientização acerca da importância dessa questão e inspirar pessoas e outras marcas.
4 – Comece de algum lugar – A cultura do bem-estar está presente das grandes empresas à startups de pequeno porte. O importante é que os investimentos em qualidade de vida venham do cerne das organizações, o que é percebido pelos clientes e se reflete em ambientes com colaboradores mais satisfeitos e produtivos.
Se a sua empresa tem 600 funcionários ou seis, toda iniciativa é capaz de produzir efeitos e, como em toda caminhada, o primeiro passo é o mais importante. – Fonte e outras informações: (https://www.amcham.com.br/curitiba).