177 views 8 mins

É o momento para se tornar cabeleireira ou abrir o próprio salão

em Destaques
sexta-feira, 03 de fevereiro de 2023

O mercado da beleza é um dos que mais cresce no país. Segundo dados divulgados pelo Sebrae-SP, o Brasil é o quarto maior mercado consumidor do mundo na área de salões de beleza, ficando atrás apenas de grandes potências, como Estados Unidos, China e Japão.

Recentemente uma pesquisa realizada pela Pnad, Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, e divulgada pelo IBGE, mostrou que as atividades que se encontram na categoria “outros serviços”, do qual fazem parte os salões de beleza, alcançaram a marca de crescimento de 4,8% no 2º trimestre de 2022.

Além disso, 31% das pessoas entrevistadas em pesquisa recente feita pela Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB) em todas as regiões do país, em parceria com o Sebrae, disseram que faturaram mais em abril de 2022 do que em abril de 2021.
Tem mais. A pesquisa da ABSB também trouxe os percentuais dos serviços mais procurados no cenário em que os salões de beleza crescem. São eles: corte (29%), manicure (24%), coloração (24%), e escova (13%).

Além dos que apontam o crescimento dos salões de beleza, 66% das pessoas consideram que gastos com beleza são uma necessidade e não luxo, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Num contexto em que os salões de beleza crescem, ter um mercado inclinado ao consumo é um sinal verde para investir.

Não por coincidência, nos últimos anos, a procura por salões de beleza no Google teve um aumento de 300%, segundo a plataforma Google Trends. A frase mais utilizada pelos usuários é “salão de beleza perto de mim”, o que reforça que a localização do estabelecimento é crucial para a escolha do consumidor.

Nesse cenário promissor, os pequenos empreendedores estão em alta. O cabeleireiro Oliver Costa, com mais de 20 anos de carreira, já atendeu famosas como Perlla, Debby, a atriz Letícia Pedro e a cantora Lexa, e agora faz parte do mais novo empreendimento, localizado na Penha, a Casa Divo. O novo espaço será um salão, com 300 m2, possui inspiração no Rio, com uma pegada de Olaria, relembrando a verdadeira casa do subúrbio carioca.

“Acredito que como diferencial um bom cabelereiro deve cativar, priorizar e conquistar a confiança do cliente. Para isso, deve saber ouvir, deve cuidar do bem-estar, dominar as técnicas e aprofundar seus conhecimentos sobre produtos, ser flexível, saber lidar com erros e trabalhar com excelência e transparência”, explica Olivier, ao destacar a importância de manter uma equipe com profissionais qualificados para manter um serviço de qualidade.

Segundo uma pesquisa realizada pela ABSB, em 2022, 44% dos salões não conseguiram repor profissionais qualificados após a pandemia. “Para superar esse desafio o empreendedor precisa entender que os profissionais do salão precisam ser estimulados. Oferecer capacitações técnicas e comportamentais que ajudam na qualificação”, recomenda o empresário.

O mercado também é bastante atraente para as mulheres, que têm uma forte participação no ramo da beleza. Carolina Franco, fundadora da marca Franco Hair, que possui duas unidades no Rio de Janeiro (uma em Bangu e outra em Campo Grande), especializada na venda de mega hair e nos serviços de beleza, como coloração e aplicação de extensões, explica que para vencer nesse ramo é necessário diferencial e foco em um nicho:

“Eu comecei o meu negócio focando na venda de mega hair e indico seguir um padrão na hora de empreender, quando você tenta abraçar o mundo com somente dois braços fica difícil de focar num serviço que pode ser o seu carro chefe, além de que ter um nicho específico irá te ajudar a estudar e a se aperfeiçoar no serviço. Por exemplo, faça um salão que atende mulheres cacheadas, faça um espaço que seja especializado em cabelos loiros, e por aí vai”, indicou a empreendedora.

Carolina explica que muitas pessoas ligam o ramo de beleza diretamente em salões de beleza ou clínicas de estética, mas você pode (e deve!) seguir outros caminhos, podendo oferecer cursos e treinamento para outros profissionais que buscam se especializar e se aperfeiçoar, além de poder também ser um local de venda de produtos, como linhas de cabelo profissionais, maquiagem e itens de beleza em geral.

Não basta abrir um salão de beleza: é preciso manter um serviço de qualidade. Por isso, a empresária mantém seus estudos sempre em dia. “Estudar nunca será algo maléfico para a sua carreira profissional, e se você quer proporcionar um ótimo serviço para os seus clientes a busca por uma boa capacitação deve ser contínua. Procure sempre se especializar, fique atento às tendências do seu ramo, se surgir uma nova técnica de coloração, por exemplo, estude sobre ela, empreender significa que você precisa estar sempre em alerta”, Carolina afirma.

A cabeleireira e empresária Tatiana Araújo, dona da franquia que leva seu nome, aponta que o mercado apesar de favorável é muito competitivo. Por isso, um de seus diferenciais é estar sempre atenta às tendências do mercado da beleza. E investir em marketing digital.

“A concorrência nas redes sociais se intensificou e, quem souber utilizá-las com eficiência, pode sair na frente e impulsionar as vendas”, orienta a empresária.
Outro ponto levantado por Tatiana é que as empresas que melhor entenderam sobre o comportamento do cliente se destacaram frente à concorrência.

“Após a pandemia o comportamento das clientela mudou. Elas não querem mais passar horas no salão. E o atendimento está super valorizado pelas clientes. Hoje em dia é fundamental ser simpático, ter uma boa receptividade, ser atencioso, humano.

Da recepcionista ao profissional, querem ser bem recebidas e cuidadas, ter confiança na qualidade dos produtos e serviços prestados. Muitas preferem inclusive serem atendidas pelo mesmo profissional, o que sinaliza a importância da retenção dos profissionais no salão”, orienta Tatiana. – Fonte: (Sarah Monteiro [email protected]).