Considerar o compliance desde o início da definição da estratégia corporativa é uma forma de prevenção a problemas, afinal, legislação, requisitos específicos e políticas internas prevalecem desde a concepção dos objetivos. Assim, logo no nascedouro, são detectadas e evitadas eventuais não conformidades.
Uma empresa, ao estar inserida em um ou mais mercados, cada um com suas regulações, precisa seguir princípios de governança e boas práticas para uma competição justa com concorrentes e uma relação transparente e virtuosa com todos os stakeholders.
Essa premissa é universal, acontece em todos os setores e, quanto maior e mais influente é a empresa, mais ela ganha um poder simbólico de guardiã do mercado, cobrança extra por parte de consumidores e fornecedores, cada vez mais ativos e conscientes da importância de uma economia saudável.
O alinhamento entre compliance e estratégias corporativas também fornece subsídios para uma análise de riscos assertiva. Com o monitoramento mais próximo e abrangente de oportunidades de falhas, diminuem as probabilidades de não conformidades e, com isso, evita-se problemas com organismos regulamentadores, sindicatos e Poder Público.
Essa sinergia se reflete nas ações e no comprometimento de todos os colaboradores. Afinal, em um ambiente que valoriza o status de “estar em compliance”, todos se sentem incentivados e engajados nas políticas internas de governança. Com isso, a própria imagem institucional ganha valor dentro de cada pessoa que, amiúde, sente orgulho de pertencer ao time.
Com tudo isso, a cultura organizacional – o bem intangível mais impactante em qualquer empresa – torna-se voltada ao compliance naturalmente, ou seja, coloca o cumprimento dos requisitos no DNA da companhia, e facilita a criação de mecanismos de comunicação, operacionalização e correção.
Um ambiente seguro une o time, aproxima o colaborador da alta direção e das políticas de governança. Um grupo probo valoriza a ética, a integridade e a transparência, pontos fortes para as tarefas cotidianas e para decisões difíceis e complexas, como a elaboração de objetivos estratégicos.
Assim, o alinhamento primevo é fundamental para manter a empresa na linha, evitar problemas judiciais, agregar valor à imagem dentro e fora do escritório e, principalmente, torná-la um benchmark de governança, símbolo de tradição e credibilidade necessário para suas relações institucionais.
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Denise Debiasi é CEO da Bi2 Partners, reconhecida pela expertise e reputação de seus profissionais nas áreas de investigações globais e inteligência estratégica, governança e finanças corporativas, conformidade com leis nacionais e internacionais de combate à corrupção, antissuborno e antilavagem de dinheiro, arbitragem e suporte a litígios, entre outros serviços de primeira importância em mercados emergentes.