Vinicius Guimarães (*)
Por acompanhar a tendência mundial, o comércio eletrônico no Brasil atrai cada vez mais a atenção dos investidores.
Esse movimento é mais que justificável, uma vez que o setor oferece excelentes oportunidades de negócios, independentemente da área em que se deseja atuar. O segredo é encontrar um nicho com potencial de desenvolvimento e, claro, organizar para ter uma loja virtual competitiva.
Ao analisar as perspectivas deste mercado no país, enxergamos uma ascensão contínua do setor em termos de faturamento.
Apesar da situação econômica pouco favorável nos últimos anos, o e-commerce conseguiu se destacar. Na última Black Friday, por exemplo, o crescimento em comparação com 2016 foi de 40%, de acordo com dados da Tray. Mas para que você possa entender melhor o que sustenta o potencial de crescimento do comércio eletrônico, listei alguns pontos importantes:
1. Consumidor cada vez mais conectado – de acordo com o estudo We are Social, de 2017, estima-se que o Brasil tenha atualmente 139 milhões de usuários conectados, sendo que 90% desse público utiliza a internet todos os dias. Outra pesquisa, divulgada pelo Google, também no ano passado, afirma que 96% dos usuários pesquisam na web antes de decidirem em que loja física comprar. Ou seja, é essencial entender esses clientes hiperconectados.
2. Crescimento da confiança por parte dos usuários – além do público estar mais ligado ao ambiente digital, tem outro aspecto que beneficia o comércio eletrônico: o aumento da confiança dos usuários. Esse crescimento, aliado ao investimento em segurança, propiciou um lugar ainda mais favorável para os internautas, que quanto mais utilizam os serviços, mais à vontade se sentem.
3. Emprego de tecnologia de ponta nas lojas – segurança, navegabilidade, sistemas de atendimento e logística: não há uma área do e-commerce que não seja beneficiada pelos avanços tecnológicos, desde a configuração da loja até o pós-venda. Analisando as tendências para os próximos anos, duas chamam mais a atenção: o emprego de robôs para agilizar as entregas e os sistemas de pagamento online, que devem ficar cada vez mais seguros, com a inclusão de funcionalidades como o reconhecimento facial.
4. Adoção de ferramentas e estratégias facilitadoras – por meio das ferramentas adequadas, as lojas têm como iniciar o relacionamento com o cliente antes mesmo do fechamento da venda, acompanhando de perto todo o processo de consumo daquele produto ou serviço. O pós-venda, que tem sido cada vez mais trabalhado, é um aditivo importante para o e-commerce. Projetos nessa área permitem que as abordagens feitas pelas lojas sejam mais personalizadas, o que tende a melhorar os resultados.
5. Foco no empreendedorismo – as mudanças no mercado de trabalho também têm estimulado bastante o crescimento do e-commerce por aqui. Com as facilidades na configuração das lojas, os empreendedores sentem-se motivados a correrem atrás do sonhado negócio próprio. Nesse caso, aliás, não importa se a pessoa quer atuar com a venda de produtos próprios ou fazer a intermediação das transações, já que existem ótimas oportunidades em ambas as áreas. Uma prova disso é o crescimento dos e-commerces B2B, especializados na venda para empresas.
6. Conveniência para os clientes – o atendimento multicanal, que permite a integração das lojas físicas e virtuais, facilita bastante a vida dos compradores. Dessa forma, os clientes conseguem transitar com facilidade entre os ambientes, usando o canal que for mais conveniente de acordo com suas demandas e preferências. Isso vale tanto para o fechamento dos negócios quanto para o atendimento.
7. Novas relações de consumo – isso tem favorecido o mercado eletrônico no Brasil, uma vez que é no ambiente virtual que as pessoas vão conseguir, por exemplo, atender à demanda por mais personalização. Estudos realizados pelo Google comprovam que, diante dessa nova condição, as empresas devem valorizar cada vez mais os “micros momentos”, levando em conta todas as interações que os clientes estabelecem com o negócio.
Nesse contexto, mais que uma adaptação de canais, o que interessa é a capacidade da marca para complementar suas estratégias, deixando o poder de escolha na mão de consumidores que têm uma postura mais ativa.
(*) – É coordenador de marketing e inside sales da Tray, unidade de e-commerce da Locaweb.