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Quem é o profissional jurídico do futuro?

em Artigos
quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Fábio Steren (*)

Unindo o tradicional ao dinâmico, o Direito é uma das áreas mais fundamentais na garantia de uma sociedade justa e igualitária.

Assim como muitos outros segmentos do mercado, vem transformando sua rotina, influenciado pelos intensos avanços tecnológicos – exigindo habilidades que vão muito além dos já desafiadores conhecimentos legislativos.

Pautado por essas tendências, o trabalho do profissional jurídico do futuro demandará um comportamento mais abrangente do que aquele visto até o momento, buscando um desenvolvimento interpessoal muito mais profundo para assegurar um atendimento ao cliente excepcional e qualitativo.

Há anos, a tecnologia já é considerada como uma aliada valiosa para os profissionais do ramo. Apenas em 2020, como exemplo, dados divulgados pela Statista mostram um investimento de US$ 17,58 bilhões em tecnologia jurídica ao redor do mundo – com expectativas de que seja movimentado, até 2025, uma cifra correspondente a US$ 25,17 bilhões.

Em meio a um sistema legislativo complexo e passível de atualizações, o uso de tais recursos a favor destes profissionais trouxe uma otimização interna elevada aos escritórios de advocacia, transformando processos extensos e confusos em algo mais simples e prático. Mas, ao contrário do que muitos acreditam, a tecnologia não é a grande protagonista do melhor desempenho deste setor.

A assertividade e qualidade nos processos favorecidos por tais avanços são fatores secundários, garantidos apenas mediante um atendimento ao cliente próximo e humanizado. Fora um bom preparo técnico, o desenvolvimento da inteligência emocional já é um dos fatores primordiais exigidos dos profissionais jurídicos do futuro – utilizando as soft skills a favor de uma maior parceria e colaboração entre os times e, assim, uma prestação de serviços muito mais eficiente ao cliente final.

A linha rígida e tradicional, até hoje vista no core business de muitos escritórios, já se mostra antiquada e necessária de ser adaptada neste novo cenário. A formalidade deve dar espaço para a flexibilidade, utilizando tais recursos na simplificação das informações jurídicas transmitidas à população, para que possam não apenas compreender com maior clareza o andamento de seus casos, como também se sentirem mais confiantes e próximos daqueles que estão liderando suas causas.

Assim como temos pessoas mais tecnológicas que buscam a inovação em grande parte de suas atividades diárias, vemos também aquelas que prezam pela resolução dos seus problemas de forma simples e direta. Por isso, os diferentes perfis de públicos devem ser igualmente atendidos, promovendo um olhar humanizado em vista de relações mais sólidas, transparentes e duradouras – feito que nem mesmo os mais sofisticados sistemas são capazes de atender.

O advogado do futuro deve ser capaz de conciliar diferentes habilidades que favoreçam seu destaque no mercado, não se limitando apenas à interpretação jurídica a favor de cada caso.

Com o constante apoio tecnológico e as otimizações garantidas pela inteligência artificial, saber analisar todas as informações recolhidas para embasar a tomada de decisões fará toda a diferença para a prestação de um serviço com cada vez mais qualidade e assertividade para o ganho de causas.

(*) – É sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção (https://wide.works/).