Roberto Ribeiro da Cruz (*)
Compreender que o momento econômico desfavorável pode se apresentar de forma vantajosa é o primeiro passo para otimizar uma empresa durante a crise.
Esta época tão delicada econômica e socialmente pode se tornar um momento oportuno para buscar ganho de eficiência, melhor utilização de recursos e reorganização de força de trabalho de maneira a privilegiar a produtividade. A questão é como fazer isso? O processo não é tão trabalhoso como parece. Muitas vezes uma empresa possui as ferramentas necessárias e não sabe como aproveitá-las 100%. Isso é o mesmo que ter uma grande biblioteca em casa e nunca ter lido nenhum dos livros que há nela, ou pior: ler os livros e não colocar nunca o seu conteúdo em prática.
Neste momento convido as pessoas a fazerem uma reflexão corporativa e rever o uso da tecnologia em suas empresas. Segundo dados da pesquisa TIC Empresas 2014, do Cetic.br, 85% das empresas com mais de 250 colaboradores atualizaram os softwares que utilizavam nos últimos 12 meses e 58% das companhias de mesmo porte que não tinham softwares instalados em suas operações, passaram a ter. Isso reflete de forma positiva inclusive no mercado como um todo, a TI foi o único dos segmentos analisados na mais recente pesquisa sobre o desempenho do setor de serviços do IBGE que obteve um desempenho positivo em 2015, cresceu 4% no ano. Isso mostra que a preocupação das corporações com a informatização de seus negócios tem crescido.
Voltando à comparação de um sistema de informação já instalado em sua companhia com uma biblioteca, ambos possuem informações que podem agir como aliadas na hora da tomada de decisões. Um sistema de gestão informatizado apresenta indicadores de desempenho e qualidade que podem ser úteis na hora de entender o quão funcionais são os departamentos de uma empresa.
Verificar tempo médio de execução de tarefas de um departamento, insumos gastos em uma determinada atividade diariamente ou mesmo entender como os clientes utilizam os serviços e produtos de uma empresa, pode aumentar os ganhos.
A tecnologia implantada em uma empresa deve ser vista como uma ferramenta estratégica para os negócios. A utilização das informações inteligentes coletadas precisa ser completamente alinhada com os planos de negócios, e mais que isso: devem ser arcabouço para o desenvolvimento de estratégias de atuação da empresa no mercado.
Compreender que a maior parte das instituições apresenta indicadores claros para tomada de decisão com foco em produtividade e utilizá-los de maneira inteligente é uma forma de driblar a crise de maneira criativa. É buscar na tecnologia uma oportunidade durante momentos economicamente desfavoráveis.
(*) – É CEO da Pixeon.