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Indústria 5.0: como ela vai melhorar a nossa vida?

em Artigos
quarta-feira, 02 de março de 2022

João Pires (*)

As revoluções tecnológicas estão se concretizando em tempos recordes.

A Indústria 4.0, marcada pela automação e eficiência operacional, já completou mais de dez anos, favorecendo o desempenho das empresas de vários segmentos ao redor do mundo. Com fortes pilares construídos, as portas para a Indústria 5.0 já estão abertas, trazendo conceitos importantes para um novo modelo de negócios baseado não apenas na otimização dos processos, mas principalmente, em aliá-los a um propósito maior, a qualidade de vida das pessoas.

Esse conceito trata de adicionar o toque humano às inovações tecnológicas da Indústria 4.0. Não se trata apenas de tecnologia, mas do trabalho em conjunto entre humanos e robôs. Ela reconhece a importância dos avanços robóticos, digitais e de automatização, sem abrir mão do potencial da inovação criativa e do papel do ser humano no processo de manufatura.

Na prática, ninguém imaginava que a Indústria 4.0 traria tantos avanços impressionantes e vantajosos em tão pouco tempo. Processos de interoperabilidade desenvolvidos por meio da inteligência artificial ganharam força nos últimos anos – proporcionando o surgimento de máquinas inteligentes, smart watches, consultas online e muitos modelos de negócios descentralizados com soluções altamente modernas.

Um dos exemplos mais clássicos foi o Bitcoin, uma das criptomoedas que mais se destacou internacionalmente pela dispensa de controle e administração governamental. A produtividade e competitividade foram os grandes preceitos que conduziram o empreendedorismo 4.0 nos últimos anos, IOT (Internet of Things), machine learning, vitualização com automação aos processos.

Seus benefícios foram tamanhos que, startups que oferecem produtos e soluções para a inovação neste setor, registraram um crescimento de 427% no valor recebido em investimentos em 2021, segundo dados da pesquisa Distrito Indústria 4.0 Report. Agora, colhendo os frutos destes avanços, uma nova necessidade foi identificada e vem sendo redirecionada às estratégias corporativas. O ser humano se tornou o grande protagonista e foco da quinta revolução industrial.

Com uma arquitetura voltada a serviços, a preocupação com a sociedade, os processos ambientais e o impacto para a vida do ser humano, se tornaram prioridade. Não à toa, os investimentos nas práticas socioambientais e de governança, sob a sigla ESG, ganharam tamanha notoriedade nos últimos anos. A expectativa, segundo uma pesquisa conduzida pela Bloomberg, é de que os investimentos nessa área devem chegar a US$ 53 trilhões até 2025.

Mas, muito mais do que ter o conhecimento técnico necessário para se inserir neste novo contexto, a Indústria 5.0 necessitará de profissionais com amplas soft skills, como comunicação, autogestão e criatividade. Todas essas habilidades são essenciais para unir a eficiência das máquinas ao trabalho humano em prol da qualidade de vida e da sustentabilidade em todo o mundo.

O mindset corporativo será completamente reformulado: unindo essas mudanças interpessoais com a maior colaboração de todas as áreas organizacionais, de forma que todos operem em conjunto, visando o mesmo objetivo. As oportunidades de crescimento em termos de infraestrutura são imensas no nosso país. Em um contexto de permanentes avanços, não há como ficar de fora destas revoluções – especialmente, diante de importantes novidades que estão chegando no mercado, como a chegada do 5G.

Os processos ágeis, autogestão orçamentária e controle de projetos devem ser priorizados para que as empresas consigam automatizar estas responsabilidades, reduzindo a burocracia e elevando seu desempenho e produtividade. Para isso, o apoio de sistemas modernos e completos é indispensável – assim como medidas de cibersegurança embasadas nas normas estabelecidas pela LGPD.

Estamos no meio de uma verdadeira revolução, onde muito além de investir em inovação de produtos e serviços, precisamos usar as tecnologias da Indústria 5.0 para melhorar a vida das pessoas. As máquinas nunca substituirão completamente o trabalho humano, e devem ser aliadas na rotina interna para uma maior conquista das metas estipuladas.

Uma realidade na qual não podemos ficar alienados ou acionar o piloto automático – mas, incorporá-la imediatamente, para que um negócio cresça e alcance o sucesso almejado no mercado.

(*) – Formado em Marketing e Gestão Comercial pela UMESP, é executivo de Vendas da SPS Group (www.spsconsultoria.com.br).