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Como lidar com a falta do saneamento básico no Brasil?

em Artigos
sexta-feira, 17 de março de 2017

Elias Oliveira (*)

Avançamos muito pouco no quesito de saneamento e isso é grave, pois são inúmeros os danos que esse cenário pode trazer à população.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2015 pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria GO Associados, 50,3% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgotos e, desse resultado, somente 42% dos esgotos são tratados. Diante desses números, é importante aproveitar o Dia Mundial da Água, celebrado nesta quarta-feira (em 22 de março), para debater a questão do saneamento básico.

É que outro dado significativo apresentado nesse estudo também chama a atenção: em 24 capitais brasileiras, menos de 80% dos esgotos são tratados.
Basta olhar para um dos grandes problemas da saúde pública no momento: a proliferação do mosquito Aedes Aegypti e o consequente aumento desenfreado dos casos de dengue, chikungunya e vírus zika. Isso ocorre porque o esgoto a céu aberto se acumula em poças, que se misturam às águas da chuva e se transformam em novos criadouros para o mosquito.

Uma publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), World Health Organization (WHO), de 2002, trata sobre a redução de riscos e promoção de uma vida saudável, o documento diz que efeitos adversos à saúde estão ligados à ingestão de água insegura associada à higiene inadequada e motivadas pela falta de acesso ao saneamento e gestão inadequada dos recursos e sistemas hídricos, sendo que a diarreia infecciosa é o maior fator de contribuição para carga de doenças associadas à agua, ao saneamento e à higiene.

A diarreia infecciosa é responsável por cerca de 4 bilhões de casos a cada ano.

Outras doenças, como a febre tifoide, hepatite A e E, pólio e cólera também são potencialmente causadas pela falta de tratamento da água. Além das muitas vítimas, o combate a essas doenças também afeta diretamente os cofres públicos, afinal investir em saneamento e prevenir os danos custa bem menos que cuidar de um paciente internado. Já é de conhecimento que, segundo a OMS, cada dólar gasto com o saneamento básico representa uma economia de US$ 4,3 com a saúde.

Embora seja uma realidade distante de boa parte da população, algumas soluções químicas são extremamente eficazes para minimizar os níveis de contaminação da água e capazes de contribuir diretamente com a qualidade de rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Para auxiliar no tratamento feito tanto por administrações públicas quanto por privadas, empresas nacionais trabalham constantemente no desenvolvimento de sistemas e produtos altamente eficazes e seguros, como o Cloro ideal para desinfecção de águas e esgoto.

Soluções a base de cloro já são aplicadas a mais de cem anos, por exemplo, em estações de tratamento e também em indústrias de alimentos e bebidas. É o meio mais eficaz e barato para prevenir doenças, eliminar parasitas, vírus, fungos e bactérias. Ter água limpa e saneamento básico é mais que um direito, é sinônimo de qualidade de vida e saúde para a população.

Por isso, o Dia da Água deve ser visto como uma oportunidade perfeita para chamarmos a atenção do poder público, da sociedade civil e da iniciativa privada para um dos grandes problemas do país que necessita urgente de uma solução.

(*) – É gestor institucional da unidade de negócio Sabará Químicos e Ingredientes; membro da Comissão de Estudo de Produtos Químicos para Saneamento Básico, Água e Esgoto da ABNT; da Comissão de Manuseio e Transporte da ABICLOR; e do Comitê Gestor Prodir da ASSOCIQUIM.