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Cidadãos ativos e sadios

em Artigos
quarta-feira, 03 de fevereiro de 2016

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

No país do carnaval, enfrentando tantos problemas, a questão é quem está custeando tantas despesas com propaganda e eventos carnavalescos.

Carnaval e bebida são anestésicos? E depois da quarta-feira, onde estaremos? Enquanto isso, a natureza continua dando sinais de que nada mais é como já foi um dia. Para os países que ficaram atrasados na educação e na economia como o Brasil, a dependência por dinheiro de fora se tornou o grande entrave; some-se a isso a má gestão, e o Brasil corre o risco de retroceder para o tempo das cavernas.
Precisamos encontrar meios de reativar a educação e a economia. Nos Estados Unidos há movimentos para o retorno da indústria levada para fora, e o setor têxtil já está na mira. Temos de fazer o mesmo: facilitar a produção com menos impostos, produzir em vez de importar.

Quanto aos jovens, sabemos que todos têm talentos para desenvolver e podemos ajudá-los a transformar esse potencial em capacitações. Precisamos compreender que a nossa presença deve promover a melhora, não o contrário. É necessário auxiliar os jovens a saberem lidar com as situações adversas da vida, para superá-las com confiança. Se todos estiverem empenhados na busca da melhora, ela surgirá beneficiando a todos.

As novas gerações têm sido conduzidas para uma existência mecânica: comer, beber, trabalhar, muito sexo na cabeça acima da naturalidade, se divertir, consumir. Perdeu a visão de conjunto, o bom senso, a percepção dos riscos. Somos mais do que essa vidinha que nos afasta de nossa essência e das questões vitais. Temos que conduzir as novas gerações para uma nova visão da vida e seu sentido. Sem que haja a preocupação com a construção da vida civilizada, não há governo. Para bem governar, os governantes necessitam promover a formação de cidadãos ativos e conscientes.

Vivemos numa época caótica cuja loucura e insensatez atinge a todos e tende a aumentar. Se não ficarmos vigilantes, o aumento do estresse, os descontentamentos e a tristeza acabarão moldando o nosso querer. Perde-se a esperança de que as coisas possam ser modificadas pela solidariedade e generosidade. As vendas dos antidepressivos e ansiolíticos batem sucessivos recordes.

As pessoas, além de cuidar do físico, também estão precisando prestar atenção ao metafísico para barrar os traumas que, procedentes de todos os lados, querem invadir as suas mentes. Perceber isso claramente deveria nos levar à busca do significado da vida e à descoberta da razão que move a nossa vontade e atos, enfim, à percepção da necessidade de buscar a cura psico-espiritual, para ser sadio de corpo e alma.

Segundo uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil e pela Confederação de Dirigentes Lojistas, 36% dos consumidores brasileiros combatem o estresse fazendo compras. É preciso manter a serenidade no foco dos pensamentos para tomar decisões conscientemente; comprar porque quer, porque precisa, não por um impulso invasor da mente. Indagar sobre as grandes questões da vida faz parte de nossa tarefa e uma sociedade que deixa de fazer isso está fadada ao retrocesso.

Com a indolência, o ser humano enfraquece a voz do espírito, perdendo a visão do saber da Criação. Com a ignorância, passa a agir em oposição às leis da Criação prejudicando a si mesmo. Com a busca da compreensão do significado da vida surge o estado interior humano certo, transpassado do mais sério anseio de progredir no espírito e de ser ativo interiormente, gerando um querer enobrecido e impulsionador de ações construtivas e beneficiadoras da Criação, isto é, da vida e tudo o mais.

Quebram-se as algemas que mantêm os seres humanos presos às ninharias da vida porque a busca pela Luz da Verdade se potencializa, passando a ser a grande prioridade da vida.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida e coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e www.library.com.br). Autor de: Conversando com o homem sábio; Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; e O Homem Sábio e os Jovens ([email protected]).