76 views 3 mins

Águas de março

em Artigos
quinta-feira, 24 de março de 2016

Danny Braz (*)

Chegamos ao mês de março e as chuvas que caracterizam o fim do verão têm deixado os níveis dos reservatórios que banham a capital paulista em níveis mais aceitáveis.

Saímos do volume morto e, ao que tudo indica, o racionamento que acometia grande parte da região metropolitana terminou. Porém, isso não quer dizer que os esforços para controlar o gasto de água não devem ser mantidos. Prova disso é que a Sabesp, mesmo que o pico da seca já tenha passado, permanece com a estratégia de conceder desconto na fatura para o cliente que reduzir o consumo mensal.

Afinal de contas, estamos vivendo períodos de grande influência de fenômenos naturais, como é o caso do El Niño, que tem alterado o volume e os períodos em que a chuva ocorre com mais frequência. Desta maneira, torna-se oportuno aproveitar este período de cheias para se precaver. Uma das saídas já conhecidas pela população, mas que só agora têm reunido um número maior de adeptos em função da realidade atual é a captação de água da chuva.

Trata-se de uma solução eficiente, prática e com excelente custo-benefício, uma vez que um sistema integrado com captação de água, armazenamento em cisternas e sistema de irrigação tem um retorno de investimento interessante, que varia de um ano e meio para edificações corporativas, e três anos para projetos residenciais.

Isso sem contar com os benefícios ao meio ambiente, já que você poderá irrigar seu jardim, lavar o carro, quintal ou até mesmo destiná-la ao consumo doméstico, desde que haja tratamento adequado. Tudo isso sem gastar uma gota sequer de água vinda da rua.

É importante termos a consciência sobre a necessidade de estimularmos as boas práticas, na medida do possível incorporar em nosso dia a dia soluções inovadoras, que privilegiem o bem estar das pessoas e da natureza.

Vivemos em um período da história em que a atuação de cada um de nós para com o meio ambiente é fundamental para as gerações futuras.

Cada gota de água consumida hoje, se bem administrada, poderá significar a sobrevivência de nossos filhos, netos e bisnetos. Pensemos nisso.

(*) – É engenheiro civil e consultor internacional com foco em construções verdes e diretor geral da empresa Regatec.