Celso Vergeiro (*)
Juventude é sinônimo de tecnologia. Em qualquer sala de espera, o que não faltam são crianças mexendo em smartphones com uma independência invejável.
Os dedos sabem deslizar ou clicar na tela com destreza. Já os jovens, são capazes de produzir vídeos e fotos surpreendentes em questão de segundos. E se eles não sabem sobre determinado assunto, basta uma busca rápida na internet e, em um piscar de olhos, têm respostas para tudo. Com tanta familiaridade tecnológica e acesso a informação, é absolutamente esperado que eles sejam muito mais exigentes que a maioria dos clientes.
Mas, como as marcas podem chamar e, principalmente, prender a atenção desse público? Na minha opinião, acredito que o primeiro grande passo é não ser superficial. Não adianta usar uma paleta em tons de verde e uma frase de conscientização em uma peça publicitária, se a sua empresa já se envolveu em algum problema ambiental. Engajados como nunca, hoje os jovens vão stalkear (na gíria deles) e, se descobrirem, começarão uma verdadeira guerra nas redes sociais.
Eles pensam muito mais em suas decisões de compra e estão preocupados com valores, culturas e propósitos. Por isso, alinhe as estratégias das campanhas de ponta a ponta. Veja se aquilo realmente procede, se tem começo, meio e fim, e se vão conseguir cumprir o que foi proposto. Não entre em uma guerra com os jovens, a chance de perder é gigante.
Do ponto de vista de distribuição, invista na pluralidade: os mais novos utilizam todos os dispositivos disponíveis no mercado: smartphones, smart TVs, notebooks, tablets e videogames. Por isso, se conecte em todos eles. Se focar em apenas um, o potencial de perda de audiência também é enorme.
Ser rápido é outro diferencial. Comerciais longos e textos extensos estão fora da jogada. A todo momento, você está disputando a atenção do telespectador com outros milhares de anunciantes, em diversas plataformas. Defina o seu objetivo e seja ágil e eficiente. Afinal, eles estão antenados em tudo o que acontece ao redor mundo e, ao mesmo tempo são distraídos, em razão da variedade de informações as quais eles têm acesso.
Obviamente, não há um guia-prático de como falar com os jovens quando o assunto é publicidade. Mas, se levarmos em consideração alguns desses pontos, acredito que os resultados podem ser bem mais significativos.
Lembre-se de que estamos falando de uma geração consciente, decidida e seletiva.
(*) – É CEO da AdStream, maior plataforma de armazenamento e distribuição de conteúdo publicitário do mundo.