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A estrela brilhante

em Artigos
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Há muito tempo a humanidade se esmera em exterminar o próprio futuro, a começar pela destruição da natureza.

Quase oito bilhões de seres humanos estão sintonizados de forma errada perante as leis da natureza ou da Criação. Aumenta a turbulência porque as consequências estão pipocando por todos os lados, na vida individual, nas famílias, nas empresas e nos países agravando a situação geral. Acelera-se a decadência humana. O século 20, com suas guerras sangrentas, foi um tempo em que ainda havia previsibilidade.

Os seres humanos planejavam e seus objetivos iam sendo alcançados sem grandes embaraços. É lamentável que grande parte desses planos não visavam o bem geral e o progresso real. Tudo caminhava para que a reciprocidade natural da Criação passasse a se manifestar de forma mais rápida. Surgiu o conceito VUCA, sigla em inglês significando as aceleradas transformações: Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade).

Essa nova interpretação da realidade mostra a aceleração das consequências decorrentes das resoluções tomadas que até então se processavam mais lentamente, mas que hoje têm eclosão. As resoluções são as sementes que logo produzem os frutos, bons ou maus, conforme o querer envolvido. Tudo se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres em seu querer e em suas resoluções. É preciso uma nova sintonização, o fortalecimento da vontade de melhorar as condições gerais de vida e de aprimoramento.

A humanidade está com o foco voltado para a vacina como o meio para a interrupção da continuação e evolução da pandemia de forma que tudo possa voltar a ser como era antes do alastramento da covid-19. A cada dia surgem novas informações impactantes como a da mutação do vírus que está ocorrendo na Inglaterra. Já que está difícil a volta ao velho normal é preciso pensar em alternativas para que a vida prossiga afastada da indolência espiritual.

Ficar parado esperando quebrará a cadeia da economia, fazendo-a parar. Não podemos parar de produzir pão, de educar as crianças e de seguir em frente com todos os cuidados necessários. Quando a estrela da promessa brilhou sobre Belém, a Luz deveria ter se firmado na Terra. As trevas dominavam os seres humanos levando-os a se rebaixarem cada vez mais. O Criador, a Luz, enviou o Seu filho encarnado em Jesus para desobstruir o canal encoberto pelas trevas.

A humanidade recebeu Jesus com hostilidades, mas o canal da Luz ficou aberto, dando forças aos seres humanos que procuram a Luz da Verdade com sinceridade.

No Brasil, nota-se alguma melhora e tentativa de mudar ou atenuar o comportamento corrupto que nas últimas décadas se generalizou entre os poderes. A democracia brasileira vai mal devido às manipulações dos políticos astutos que só se lembram dos eleitores que moram em regiões precárias na época das eleições, oferecendo cerveja e churrasco para conseguirem seus votos.

Falta interesse para elevar o nível geral da população, o que torna inevitável a decadência do país. Fornecemos matéria-prima e alimentos, adquirindo os importados com dólar artificialmente barato, enquanto a indústria submerge. Permanecemos sem autossuficiência financeira. Estamos enfrentando uma grande crise moral. Chegamos ao limite da desfaçatez na exploração dos recursos naturais e financeiros do país. Qual seria a fórmula para evitar uma decadência ainda maior?

Que o digam nossos ilustres políticos. Temos 513 deputados federais, mais senadores, mais deputados estaduais, vereadores, prefeitos, governadores, juízes, todos bem qualificados. Que espécie de Brasil eles querem para a população? A história está num vai e vem. Veio o neoliberalismo pregando o estado mínimo e privatizações, afinal os Estados tinham dívidas a pagar.

Hoje muito se fala em governo mundial em substituição aos políticos corruptos; em padronização do consumo e do comportamento cerceando as individualidades e liberdades. Falta fortalecer nos jovens a vontade de construir um mundo decente. A essência do ser humano, que vem sendo erodida há séculos, poderá ser extinta totalmente. A alma, já indolente, vai ficando cada vez com menos espaço para atuar.

Necessitamos de líderes empenhados no beneficiamento do planeta e no aprimoramento da nossa espécie que deveria ser responsável pela humanização da tecnologia, mas que em vez disso está se tornando mecânica, com pouca inspiração e nenhuma intuição.

(*) – Graduado pela FEA/USP, coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). É autor dos livros: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; O Homem Sábio e os Jovens, entre outros. E-mail: ([email protected]); Twitter: @bidutra7.