As emissões de carbono financiadas referem-se aos gases de efeito estufa (GEE) liberados por atividades que recebem apoio financeiro de bancos e outras instituições, como empréstimos, investimentos e financiamentos. Essas emissões, apesar de serem geradas por terceiros — no caso, os clientes do setor financeiro —, são indiretamente atribuídas às instituições financeiras que fornecem recursos para a realização dessas atividades. Segundo a pesquisa desenvolvida pela WayCarbon em parceria com o Banco Santander, no contexto da agropecuária, setor responsável por aproximadamente 24% das emissões totais de GEE no Brasil, as emissões financiadas têm um papel fundamental.
A engenheira ambiental e sócia da Climate Tech Vankka, Clarissa M. de Souza, explica que a agropecuária brasileira é reconhecida como uma das principais responsáveis pela emissão de carbono no país, com o desmatamento vinculado à expansão das fronteiras agrícolas sendo uma das suas maiores fontes de emissões. “Estima-se que quase a metade das emissões totais de GEE no Brasil em 2021, sejam provenientes do desmatamento, enquanto o manejo agropecuário e as mudanças no uso da terra compõem uma parcela significativa das emissões indiretas financiadas por instituições financeiras. Nesse cenário, bancos que financiam o setor agrícola acabam participando, indiretamente, dessas emissões, o que traz um desafio adicional para suas metas de sustentabilidade”, afirma.
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