120 views 12 mins

Geral 29/06/2016

em Geral
terça-feira, 28 de junho de 2016

Unicef aponta reformas educativas do Brasil como exemplos a serem seguidos

Aumenta número de jovens pobres que concluem o ensino médio.

O relatório anual do Unicef, divulgado ontem (28), apresenta como exemplos as reformas educativas do Brasil, que em nove anos aumentaram as taxas de matrícula dos jovens de 15 anos de 65% para 78%

Com o título “Uma oportunidade justa para todas as crianças”, o documento alerta para a urgência de investir nas crianças mais pobres do mundo, sob pena de deixar para trás milhões delas. No capítulo dedicado à educação, o Unicef cita alguns exemplos: “O Brasil e o Vietnam oferecem lições valiosas sobre como reformar os sistemas educativos”.
Segundo o relatório, reformas múltiplas que começaram nos anos 90 no Brasil permitiram melhorar as taxas de matrículas dos adolescentes e os desempenhos escolares. Entre 2003 e 2012, as taxas de matrícula dos adolescentes de 15 anos aumentaram de 65% para 78% e muitas crianças que entraram nesse período no sistema educativo eram de regiões carentes. No mesmo período, os resultados médios dos alunos brasileiros no Programa para a Avaliação Internacional dos Estudantes (Pisa) aumentaram 25 pontos.
Entre os estudantes mais desfavorecidos, o aumento foi de 27 pontos, segundo programa de avaliação feita a cada três anos pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entre as reformas que produziram esses resultados está a criação de uma comissão independente, que se tornou o Sistema de Avaliação do Ensino Básico e serve hoje como mecanismo transparente de avaliação e como um método comum de medição dos desempenhos na aprendizagem, diz o Unicef. Como resultado das avaliações, as escolas mais bem sucedidas ganham mais autonomia, enquanto as que registram piores resultados recebem apoio para melhorar os padrões.
Os autores do relatório acrescentam que o Brasil também aumentou o financiamento da educação, que em 2012 atingiu 6,3% do PIB. A formação de professores e o programa Bolsa Escola, que prevê transferências de dinheiro para as famílias mais pobres, também contribuíram para melhorar a educação no Brasil, segundo a instituição. O exemplo “mostra que acelerar o progresso educativo para as crianças mais desfavorecidas pode ter resultados positivos” (Ag. Lusa).

Vida removida: a luta pela permanência na Vila Autódromo

Rio de Janeiro - Escombros da Vila Autódromo e o Parque Olímpico ao fundo.

A transformação do Rio de Janeiro em cidade olímpica levou a prefeitura a ir além das obras de instalações esportivas e da ampliação das vias de acesso necessárias à mobilidade de atletas e do público. Para a construção do Parque Olímpico, o poder municipal removeu os moradores da Vila Autódromo, comunidade que reunia cerca de 500 famílias e tinha mais de 40 anos. Do total de famílias que vivia ao lado do antigo Autódromo de Jacarepaguá, apenas 30 permanecerão no local depois da urbanização prometida pela prefeitura para ser concluída até 22 de julho.
Apesar do número pequeno de moradores contemplados, a comunidade e a Defensoria Pública acreditam em “vitória da resistência”. Cerca de 400 famílias foram alocadas em apartamentos no condomínio Parque Carioca, na Estrada dos Bandeirantes, zona oeste. Moradores reclamam do processo conduzido pela prefeitura, dizem que as promessas não foram cumpridas e que os apartamentos são pequenos para o tamanho das famílias. Eles consideram a negociação injusta e dizem que sofreram pressão psicológica para aceitar qualquer tipo de acordo. Há ainda moradores que receberam indenização e se mudaram para outros locais.
O poder municipal diz que essa é a única remoção diretamente ligada aos Jogos Rio 2016. O Comitê Organizador, entretanto, afirma que não exigiu a retirada da comunidade. Organizações de direitos humanos criticam a remoção de moradores e denunciam o que chamam de “limpeza social”. Para a pesquisadora Regina Bienenstein, coordenadora do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos da UFF, a retirada forçada dos moradores da Vila Autódromo só beneficia a especulação imobiliária.
“Na história da evolução urbana, o capital imobiliário vem comandando o uso e a ocupação do solo. Com um megaevento, isso se acirra. É o que está acontecendo na Barra. É não ‘contaminar’ o espaço com uma população de trabalhadores que, na verdade, chegou lá muito antes de qualquer família de classe média ou média alta, antes de qualquer condomínio. E agora os condomínios não os querem perto, para não desvalorizar os imóveis, como se os trabalhadores não tivessem o direito de usufruir as benfeitorias e os bônus da vida urbana” (ABr).

Espanha registra mais mortes do que nascimentos em 2015

A crise demográfica está se agravando na Espanha, onde o número de mortes superou o de nascimento no ano passado pela primeira vez desde 1941, durante a II Guerra Mundial, quando os dados começaram a ser recolhidos. Em 2015, o número de nascimento caiu cerca de 2%, enquanto o de falecimentos subiu 6,7%, segundo cifras do Instituto Nacional de Estatísticas. Ou seja, o crescimento vegetativo foi negativo, com o saldo de mortes superando o de natalidade em quase 3 mil pessoas. Além disso, a tendência deve permanecer nos próximos anos, alertam as estatísticas.
A crise demográfica é tida por especialistas como mais um dos efeitos da severa situação econômica pela qual atravessa o país nos últimos anos. A imprensa espanhola destaca que as medidas de austeridade, como a redução de auxílios estatais, fizeram com que muitos casais decidissem postergar o sonho de ter filhos ou então pensar em famílias menores. Além disso, as mulheres estão optando pela maternidade cada vez mais tarde. Para complicar a situação, a expectativa de vida diminuiu na Espanha pela primeira vez desde 2005, caindo em 0,2 anos, para 82,7 anos, e o número de nascimento é o menor desde 2002.
O envelhecimento populacional, que vem sendo previsto desde os anos 1970, também tem graves consequências econômicas. Quando uma sociedade tem muitos aposentados, precisam de um número ainda maior de pessoas ativas no mercado de trabalho para não colocar em risco o sistema de previdência (ANSA).

Funeral de Bud Spencer será realizado amanhã

Bud Spencer e Terence Hill, famosa dupla do ‘Spaghetti Western’.

O funeral do ator italiano Carlo Pedersoli, mais conhecido como Bud Spencer, para o qual são esperadas centenas de pessoas, será realizado amanhã (30), na Basílica de Santa Maria in Montesanto, na Piazza del Popolo, em Roma. O velório, por sua vez, começou hoje (29), no Capitólio, ainda na capital italiana.
Spencer, estrela do estilo cinematográfico “Spaghetti Western”, como eram chamados os filmes de faroeste italianos dos anos 1960 e 1970, morreu na tarde da última segunda-feira (27), aos 86 anos. Ele estava internado em um hospital de Roma. O anúncio do falecimento foi feito pelo seu filho Giuseppe Pedersoli. “Papai foi embora serenamente às 18h15 [horário local]. Não sofreu, e sua última palavra foi ‘obrigado’”.
Nascido em 31 de outubro de 1929, em Nápoles, Spencer construiu uma longa trajetória, estrelando não apenas produções de apelo popular, mas também suspenses, dramas e obras de cinema de autor, como “Cantando dietro i paraventi”, de Ermanno Olmi. Sua fama, no entanto, veio com as parcerias com Terence Hill no faroeste à italiana. O ator nunca escondeu certa amargura por não ser suficientemente reconhecido no meio artístico.
Após o fim da II Guerra Mundial, sua família se mudou para o Brasil, onde Spencer trabalhou por três anos no Consulado da Itália em Recife (ANSA).

Lei já permite entrada forçada em imóveis com focos de Aedes

A lei que permite entrada forçada de agentes de saúde em imóveis suspeitos de terem focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como zika, dengue e chikungunya foi publicada ontem (28) no Diário Oficial da União. Entre os vetos do presidente interino, Michel Temer, está o que isentava de impostos produtos como repelentes, larvicidas e inseticidas usados para o combate ao Aedes.
A entrada forçada de agentes de saúde é permitida nos casos em que os imóveis estejam em situação de abandono e em que o dono do imóvel esteja ausente ou não tenha permitido a entrada. Se necessário, os agentes poderão solicitar a ajuda à autoridade policial ou à guarda municipal.
A lei institui também o Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes), com o objetivo de financiar projetos de combate à proliferação do mosquito transmissor. O Ministério da Saúde terá até 30 dias, contados a partir da publicação da lei, para regulamentar critérios e procedimentos para a aprovação de projetos deste programa.
Ainda de acordo com a lei, as mães de crianças acometidas por sequelas neurológicas decorrentes de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti terão direito a licença-maternidade pelo período de 180 dias. Ao final desse período, a criança terá direito, na condição de pessoa com deficiência, a receber benefício de prestação continuada temporário pelo prazo de três anos.