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O futuro do crédito: setor caminha para ser mais inclusivo e ágil

em Mercado
quinta-feira, 08 de dezembro de 2022

O mercado financeiro vem passando por um avançado processo de digitalização. Mas para onde ele está indo? A visão de futuro vislumbra um mercado mais inclusivo, ativo e eficiente. Para Carlos Benitez, CEO da BMP, hub de soluções financeiras e tecnologia, é preciso primeiro conhecer o passado e entender o presente para pensar sobre o que vem lá na frente.

“Se a gente pensar no Pix, ele realiza o mesmo movimento de um TED ou DOC – o dinheiro vai de uma conta para a outra. O que muda é que agora não há taxas e ele pode ser feito durante as 24 horas do dia, durante os sete dias da semana. Ou seja, o que evoluiu foi a estrutura, mas o objetivo permanece o mesmo, a movimentação do dinheiro”, comenta.

Segundo Benitez, a chegada do Buy Now, Pay Later, ou mesmo do Pix Parcelado, também levanta essa questão. “Esta modalidade representa, em quase todos os aspectos, a mesma ideia do carnê, aquela pequena caderneta que sintetizava o crediário em que o comprador acertava pagar para a loja em parcelas pelo produto que levou.

A modalidade ainda permite que pessoas que não têm acesso a um cartão de crédito consigam fazer uma compra parcelada, já que o pagamento das parcelas pode ser feito por boleto, transferência bancária e até Pix”. Na visão do executivo, é preciso analisar o que estamos fazendo hoje e se está dando certo – a criação de novos serviços e produtos, segundo ele, é uma grande movimentação de tentativas, acertos e erros.

“Se as fintechs tivessem em suas carteiras o tanto de clientes que os grandes bancos possuem, elas não aprovariam crédito da mesma maneira. Cada negócio tem seu perfil e seus riscos. Costumo brincar que banqueiro não é quem tem licença bancária, mas sim quem tem dinheiro. Então as grandes instituições bancárias não vão morrer, o perigo maior é para as fintechs – que nesse momento, deveriam ter uma boa governança e estratégia para não desaparecerem”, afirma.

Adivinhar o que vai acontecer lá na frente é muito caro, e em razão disso as grandes instituições aguardam o mercado se posicionar. Se deu certo, elas vão lá e incorporam aos seus serviços.

“Se formos pensar em um jovem de 15 anos hoje, que daqui a alguns anos será bancarizado, ele não vai querer entrar no aplicativo do banco para fazer transações bancárias de maneira burocrática. O acesso ao mercado vai precisar ser mais ágil. O que vai mudar é velocidade e eficiência, sem precisar que as pessoas entrem em um ambiente bancário”, finaliza Benitez.