Alan de Carvalho (*)
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos, chega em meio à promessa de ser uma alternativa mais ágil e econômica que as opções existentes até então. O motivo para tamanha expectativa é o impacto que o serviço terá no mercado como um todo, afetando desde grandes bancos, que lucram com as transações TED e DOC, empresas de emissão de boletos, e até mesmo pequenos empreendedores. Para bares e restaurantes, o novo serviço pode ter vindo a calhar.
Serviços de alimentação estão entre as dez atividades mais prejudicadas pela pandemia. Um outro dado, resultado de um levantamento do Sebrae em parceria com a Abrasel, mostra que 7% desses estabelecimentos fecharam devido à crise. Ainda, nove em cada dez empresas do setor tiveram queda no faturamento. Mas, se teve algo que os últimos meses nos ensinaram, foi a importância da tecnologia. Será ela, por meio da transformação digital, que poderá auxiliar bares e restaurantes no processo de retomada. Em relação ao Pix, são diversas as vantagens:
• Pagamento sem contato: a volta às atividades exige a responsabilidade e o comprometimento dos estabelecimentos com a saúde de seus funcionários e do público em geral. Adotar soluções que evitem a circulação e o contato entre pessoas, como o Pix, que permite o pagamento de boletos e transações sem custos, ajuda a garantir segurança para todos.
• Rapidez: a recomendação de sair somente o necessário ainda está valendo. Portanto, quanto menos tempo todos passarmos fora de casa, melhor. Uma das principais demandas dos clientes antes da pandemia era a agilidade no atendimento. Com a simplificação da forma de pagamento, o estabelecimento pode destinar os funcionários para outras atividades, melhorando a experiência.
• Maior rotatividade das mesas: como resultado da agilidade no atendimento e no pagamento, o bar ou restaurante ganha na movimentação de clientes. Em um momento em que muitos estão contendo os gastos, focar no volume de clientes pode alavancar o caixa do estabelecimento.
• Menos dinheiro físico nos caixas: com pagamentos digitais disponíveis a todo instante, reduz-se a necessidade de os caixas manterem grande quantidade de dinheiro físico, tornando os estabelecimentos menos vulneráveis a assaltos problemas com troco.
• Redução de custos: além disso, por ser um sistema gratuito ou com um custo bastante reduzido para empresas, os estabelecimentos podem substituir as máquinas de cartão pelo Pix. Toda economia é bem-vinda!
É hora de bares e restaurantes focarem na otimização de recursos e atividades. Entender as expectativas dos clientes, oferecer mais segurança e conforto e aprimorar a experiência no local certamente ajudarão a cativar o público. O próximo ano deve apresentar boas perspectivas para o setor, com um maior controle da pandemia e (esperamos!) a chegada da vacina!
(*) – É advogado do Sinthoresp – Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de São Paulo e região – (www.trabalhoutemdireito.com.br).