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Cresce o uso do sol e do vento para gerar energia

em Tecnologia
segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Vivaldo José Breternitz (*)

A capacidade de geração de energia eólica e energia solar dobrou desde 2015, passando a responder por quase 10% da eletricidade produzida em todo o mundo e praticamente se igualando à geração de energia nuclear. Isso é importante por estar substituindo a energia produzida pela queima de combustíveis fósseis – no caso do Brasil, usinas termelétricas que utilizam derivados de petróleo e gás.

Para os países do hemisfério norte a importância é ainda maior, por permitir a substituição da queima do carvão, extremamente poluente, cujo consumo caiu 8,3% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2019. Essa queda deveu-se principalmente à redução da atividade econômica em função da covid-19, porém 30% dela pode ser atribuída ao aumento da produção das energias eólica e solar.

Nos países que mais poluem queimando carvão, China, Estados Unidos e Índia, apenas 10% da energia vem do sol ou do vento. A China é responsável por mais da metade do consumo de carvão em todo o planeta. Recentes pesquisas, envolvendo 48 países que produzem 83% da energia consumida no mundo, mostraram que a instalação de turbinas e painéis solares vem crescendo muito, com destaque para a União Europeia, onde 21% da energia produzida vem dessas fontes, sendo que a Alemanha, com 33%, é a líder no bloco.

Essa situação é animadora, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido até que seja atingido o objetivo fixado em 2015 pelos acordos de Paris, no sentido que o aquecimento global não supere 1,5 graus Celsius em relação às temperaturas observadas no período anterior à Revolução Industrial.

Para se atingir esse objetivo será necessário reduzir a queima de carvão em 13% ao ano nos próximos 10 anos e praticamente zerar as emissões de dióxido de carbono até o ano de 2050, mas já há a percepção de que essas metas não serão atingidas.
O uso do sol e o vento para a geração de energia são a solução para esses problemas, mas infelizmente sua adoção ainda não vem sendo feita de maneira suficientemente rápida.

(*) – Doutor em Ciências pela USP, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.