Lucia Camargo Nunes (*)
Carro popular: remédio amargo que pode não fazer efeito
Enquanto o mercado aguarda os detalhes da publicação da Medida Provisória para os próximos dias, o debate sobre o carro popular pode durar mais do que o próprio programa. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a redução de impostos seria temporária, por apenas 3 a 4 meses e não pelo menos um ano, como aguardava a Anfavea, entidade que representa a indústria.
Além disso, durante o tempo que levar até o anúncio definitivo, os segmentos de novos e usados, que já caminhavam de lado, ficam paralisados: ninguém negocia sob tantas dúvidas e variáveis.
O que se sabe é que participação para descontos inclui apenas carros produzidos no Brasil que custem até R$ 120 mil. Assim, ficam de fora modelos como Nissan Versa (feito no México), os Peugeot 208 e 2008 e o Fiat Cronos (esses produzidos na Argentina).
Os produzidos no Brasil representariam cerca de 70 versões de diferentes modelos, a maioria de hatches e sedãs pequenos. As exceções aos compactos são poucos: Chevrolet Spin (monovolume), Fiat Fiorino (utilitário), Fiat Strada e Renault Oroch (picapes) e os SUVs Hyundai Creta (antigo), Nissan Kicks, Citroën Cactus e Fiat Pulse.
Veículos mais acessíveis, como Renault Kwid e Fiat Mobi, ambos a R$ 68.990, não custariam menos de R$ 60 mil se atingirem o desconto máximo (10,98%), frustrando quem esperava algo em torno de R$ 50 mil.
Com as taxas de juros no atual patamar e a crescente inadimplência, os descontos tornam-se inócuos. Não basta apenas reduzir o preço do carro: é preciso melhorar a renda do brasileiro, que não consegue sustentar o custo de manter um carro.
Outra polêmica envolve o mercado de usados, que segue a tendência de desvalorização à medida que os preços dos seus relativos modelos novos caem. Ou seja, para quem busca um carro agora, novo ou usado, o ideal é esperar.
Ford lança a primeira picape híbrida no país
A estratégia da Ford ao lançar a Maverick Hybrid é colocar para o consumidor um questionamento: prefere uma picape mais urbana e eficiente ou uma mais potente e 4×4?
Pelo mesmo preço da FX4 a gasolina (2.0 de 253 cv), a Ford inicia a venda da primeira picape híbrida do Brasil, com motor 2.5 de 194 cv apenas 4×2 (tração dianteira): R$ 244.890.
Os conteúdos são os mesmos: ar-condicionado dual zone, botão de partida, multimídia com tela de 8” e conexão com fio, câmera traseira, piloto automático, revestimento de couro sintético em 2 cores e 8 ajustes elétricos do banco do motorista, entre outros. Para a segurança 7 airbags, assistente de pre-colisão com frenagem de emergência, farol alto automático, assistente de partida em rampa e monitoramento de pressão dos pneus.
As principais diferenças além do motor e tração, são as rodas de 18” (a FX4 é de 17”) e pneus de baixa resistência ao rolamento (ajudam a reduzir consumo de combustível) enquanto a 4×4 têm pneus de uso misto. A capacidade de carga de 659 kg é ligeiramente maior na Hybrid (42 kg).
A nova picape intermediária traz sistema híbrido autorrecagável (não requer tomada) acoplado à transmissão e-CVT, que usa um motor elétrico como gerador e partida. O consumo de gasolina é um de seus destaques: 14,6 km/h (média cidade/estrada) e autonomia que pode chegar a 895 km.
Nova Ranger será lançada em breve
A nova geração da picape Ford Ranger, fabricada na Argentina, deve chegar às lojas em meados de junho. Uma unidade foi vista pela reportagem sendo desembarcada de um caminhão, próximo à sede da Ford, em São Paulo.
Com a versão Limited estampada na carroceria, foi possível verificar que se trata da versão com o novo motor turbodiesel V6 3.0 de 250 cv com a transmissão automática de 10 marchas. Traz ainda rodas de 18”, faróis de LED, santantonio e detalhes cromados na carroceria.
Enquanto isso, a atual geração que sai de linha em breve, tem descontos de até R$ 45 mil nas concessionárias.
(*) É economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: [email protected]