Lucia Camargo Nunes (*)
Com Stepway 1.0, Sandero sai de linha
Desde 2017, quando lançou a atual linha do Sandero, a Renault havia alçado o Stepway, até então uma versão de estilo mais aventureiro do hatch, a SUV.
Essa mudança nunca pegou de fato. Pelos dados da Fenabrave, o Stepway continuava sendo um Sandero e por isso seus números de venda não são destacados.
Na semana passada, a Renault anunciou a introdução do motor 1.0 a essa versão pela primeira vez – os demais são 1.6 de 118 cv. Trata-se do três cilindros de até 82 cv, acoplado ao câmbio manual de 5 marchas, ao custo de R$ 77.990 na configuração Zen.
Quatro airbags, direção eletro-hidráulica, ar-condicionado, ajustes de altura do banco e volante, computador de bordo, alarme, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, rodas de 15 polegadas, faróis de neblina, multimídia de 7” e sensor de estacionamento são os principais itens de série.
Último suspiro do Sandero
A chegada da nova versão Stepway 1.0 indica o fim da série especial S Edition, a única opção de Sandero à venda hoje.
O Stepway, por sua vez, deverá ser substituído por um SUV compacto já anunciado pela marca, que será produzido no Paraná, para brigar na mesma faixa do Fiat Pulse, com a estreia de um novo motor 1.0 turbo. A previsão de quando será lançado ainda não foi anunciada pela Renault.
Vendas evoluem, mas inadimplência preocupa
Em bom ritmo de recuperação, as vendas de autoveículos mostraram fôlego em setembro, com média diária de 9,2 mil unidades de automóveis e comerciais leves, oitavo mês consecutivo em que as vendas por dia útil sobem. No mês todo foram emplacados 194 mil veículos.
Ainda há, contudo, algumas limitações de produção e paralisações da indústria por falta de semicondutores, crise que deve continuar até o primeiro semestre de 2023.
Não bastasse os entraves da produção, a Anfavea também se preocupa com as restrições ao crédito e aumento da inadimplência, enquanto a realidade de mercado hoje é ter como maioria vendas à vista e abastecimento a frotistas e locadoras por vendas diretas.
De acordo com a entidade, há uma demanda reprimida de mais de 600 mil veículos por locadoras.
A expectativa para 2023 é que com a retração da inflação, as taxas de juros baixem e isso volte a facilitar as condições de crédito para o setor.
Top 10 dos mais vendidos de janeiro a setembro de 2022
Modelo Unidades
| 1º Fiat Strada | 86.007 |
| 2º Hyundai HB20 | 70.745 |
| 3º Chevrolet Onix | 60.582 |
| 4º Volkswagen Gol | 53.023 |
| 5º Chevrolet Onix Plus | 51.824 |
| 6º Fiat Mobi | 50.035 |
| 7º Volkswagen T-Cross | 48.401 |
| 8º Chevrolet Tracker | 46.799 |
| 9º Hyundai Creta | 45.764 |
| 10º Jeep Compass | 45.760 |
Fonte: Fenabrave
A picape compacta Fiat Strada continua líder disparada de vendas nos 9 meses do ano, enquanto o Hyundai HB20, recentemente renovado, nada de braçada entre os automóveis. Depois dos compactos, os SUVs continuam com boas vendas.
Vem aí o pneu sintético natural
Um estudo japonês pode dar início a uma nossa fase para a criação de uma espécie de borracha sintética natural.
A Sumitomo Rubber Industries, que produz os pneus Dunlop, junto com as Universidades de Tohoku, Kanazawa e Saitama, no Japão, sintetizou um biopolímero, a partir de uma enzima derivada do tomate.
A ideia é continuar esta linha de investigação na esperança de que ela conduza à melhoria dos rendimentos da borracha natural, além da criação de novas categorias de borracha natural que melhorem o desempenho geral dos pneus.
Paulistano pagará menos IPVA por eletrificado
Proprietários de carros elétricos e híbridos registrados na cidade de São Paulo terão desconto de 50% no IPVA em 2023. A medida vale também para veículos movidos a célula de hidrogênio, embora esse tipo de propulsão não seja comercializado (ainda) no país.
O abatimento do imposto será via reembolso, limitado a R$ 3.292, que pode ser abatido do IPTU ou depositado em conta bancária. Uma lei anterior previa um valor limite do veículo. Agora, todos são válidos.
O IPVA é um imposto dividido entre Estado e municípios. Com essa medida, a prefeitura de São Paulo abre mão de sua parte como incentivo ao consumo de veículos mais limpos e eficientes e pode servir de exemplo para que outras cidades sigam o mesmo caminho.
(*) É economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br. E-mail: [email protected]