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quarta-feira, 09 de março de 2022

Conflito na Ucrânia pode arrefecer benefícios da queda do IPI

Há mais de 20 anos, quando a indústria automotiva caminhava a passos largos com a chegada dos chamados newcomers (novas montadoras), um antigo presidente da Anfavea costumava dizer que o setor crescia sob soluços, referindo-se a curtos momentos de expansão e reivindicando redução de carga tributária junto a programas de renovação de frota.
De volta a 2022, assim que a indústria recebeu no final de fevereiro o grato comunicado de uma redução de IPI por parte do governo federal, que por mais que não represente uma redução expressiva nos preços finais dos veículos leva a um cenário mais positivo, o conflito entre Rússia e Ucrânia, ainda sob incertezas, gera preocupações.
Nesta quarta (9), o governo editou o decreto e estendeu a redução do IPI aos modelos em estoque de quando a medida foi decretada. De acordo com a Fenabrave, 83 mil veículos seriam beneficiados. As lojas poderão emitir nova nota fiscal com o valor de IPI mais baixo, sem precisar devolver os veículos fisicamente à montadora.
O impacto sobre os preços é estimado entre -1,4% e -4,1%. Enquanto poucas marcas anunciaram redução de preços por aqui (Kia, Ford, Toyota, Lexus, Jeep e Nissan), sabe-se que tudo é motivo para reajustes (para cima). Então, é preciso observar o quanto a baixa do IPI chegará ao bolso do consumidor.

Fábrica Fiat Betim. Imagem: Stellantis

Riscos da guerra

Ao mesmo tempo, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, indicou as principais preocupações que as associadas têm em relação a desdobramentos mais graves nos conflitos do leste europeu.
Entre elas, a valorização de commodities (aço, alumínio, níquel, cobre); riscos ao agronegócio (impactos na importação de fertilizantes, potássio, ureia e nitrogênio); prolongamento da crise de semicondutores (Ucrânia e Rússia são responsáveis por matérias-primas desses componentes); riscos logísticos (congestionamentos de portos, falta de contêineres, atrasos de navios, fretes pressionados e alteração de rotas aéreas para transporte de carga); e riscos econômicos, como pressão inflacionária e aumento das taxas de juros.

Melhora em fevereiro

Nos números de fevereiro, a Anfavea registrou pequena alta de 2,2% nos licenciamentos de fevereiro sobre o mês anterior e uma retração de – 24,4% no bimestre.
Moraes aponta que a conjunção de problemas como ômicron, férias coletivas e falta de componentes foi responsável pelo fraco desempenho e tudo indica que o mercado se recuperará logo.
A produção avançou 14,1% entre os dois meses, também com acumulado desfavorável, de -21,7%.

Trocas das cadeiras 1

A CNH Industrial, dona das marcas Case IH, New Holland Agriculture, Case Construction Equipment, New Holland Construction e do Banco CNH Industrial Capital, agora se dedica exclusivamente aos segmentos de Agricultura e Construção. Em sua nova estrutura, Roque Reis deixa a vice-presidência da Case para liderar todo o segmento de construção da CNH Industrial na região Latam. Carlos França assume a posição dele, enquanto Paula Araújo segue como vice-presidente da New Holland Construction, posição que ocupa desde 2019.

Trocas das cadeiras 2

A Sumitomo Rubber do Brasil, detentora da Dunlop, Falken e Sumitomo, está sob novo comando. Hisaya Kamohara assumiu a vaga deixada por Yoshinori Wakitani, que retorna ao Japão. Kamohara está há sete anos na companhia e ocupava o posto de diretor administrativo e planejamento corporativo, cargos que acumula com a presidência.

Trocas das cadeiras 3

A futura montadora Great Wall Motors do Brasil (GWB) indicou Oswaldo Ramos para cuidar da área de vendas e desenvolvimento de rede. O executivo será o novo diretor, com a responsabilidade de iniciar a comercialização dos primeiros veículos da marca, previsto para o fim do segundo semestre.
A GWM Brasil também anunciou que Andre Leite para a posição de Head do Brand Haval e terá o desafio de planejar e executar o lançamento da nova linha de SUVs híbridos on-road. A Haval é uma das três marcas que serão inicialmente oferecidas pela GWM no mercado brasileiro – as demais serão a Poer, especializada em picapes, e a Tank, focada em SUVs off-road de luxo, ambas eletrificadas.

Trocas das cadeiras 4

Vicente Marino foi nomeado presidente da Bridgestone América Latina Sul. Marino chegou à empresa em 2019 como diretor comercial na Bridgestone EMIA (Europa, Rússia, Oriente Médio, Índia e África).