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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Nova Ford ainda não empolga

Um ano após a saída da Ford do Brasil, a marca caminhou devagar com a renovação de seu portfólio. Antes da decisão estratégica, a situação da Ford em 2020, lembra o consultor automotivo Francisco Mendes, era de 139 mil unidades vendidas, com 7,1% de market share e 280 pontos de vendas.
Após decidir encerrar a produção no Brasil, a marca de origem norte-americana conclui 2021 com 1,1% do mercado, 25 mil unidades importadas vendidas e um enxugamento de rede que chega a 110 lojas (número que ainda pode ser reduzido).
“Naquela época que decidiu fechar, Ka e EcoSport representavam mais de 80% de seu volume local”, avalia Mendes, que em seu balanço desconsiderou as unidades remanescentes desses dois modelos descontinuados.
Com isso, restou à “nova Ford” emplacar no Brasil a Ranger (84,3% de suas vendas), Territory (9,2%), Bronco (4,3%) e Mustang (2%). Nem a vida da Ranger tem sido muito fácil. A picape da Ford enfrentou problemas de fornecimento de peças e teve altos e baixos em 2021.
Enquanto o segmento de picapes cresceu 25% em 2021, as vendas da Ranger avançaram apenas 3%. O SUV chinês Territory teve uma queda de vendas no segundo semestre e o Bronco manteve uma média mensal de apenas 150 unidades.

Ford Ranger CD Limited. Imagem: Ranger

Não cresce muito

Os novos modelos não tendem a aumentar muito seu share. A Maverick, picape média que chega em breve, vai vender entre 1.800 e 2 mil unidades, pouco em relação à Fiat Toro, sua principal rival, que em 2021 teve 38 mil licenciamentos. E ainda, afirma Mendes, “com risco de canibalização com a Ranger”, ou seja, o consumidor deixar de levar a picape maior pelo modelo menor.
O consultor estima que todas as marcas devam crescer neste ano. “Considerando o peso da Ranger, com um fornecimento continuado na casa de 2 mil unidades, a Ford vai melhorar sua participação e deve encerrar o ano em 1,4%”, conclui Mendes.

Mudanças de cadeiras na Caoa

A Caoa anunciou mudanças em sua diretoria. O chinês Ethan Zhang foi nomeado para o cargo de CEO da fábrica de Jacareí (SP), sucedendo Márcio Alfonso, que passa a ser vice-presidente da Caoa Montadora e se reporta ao presidente Mauro Correia. Já o brasileiro Durval Pinheiro Júnior assume como novo CFO, no lugar de Shawn Xu.
As mudanças são relacionadas, exclusivamente, à unidade fabril e as decisões sobre a marca Caoa Chery, incluindo concessionárias e estratégia de lançamentos segue sob gestão da Caoa.

Ampliando a frota eletrificada

A Unidas anunciou que vai adquirir 2 mil veículos eletrificados, sendo 1.600 deles 100% elétricos (BEVs), que serão dedicados à locação diária no rent a car e aos clientes corporativos de gestão e terceirização de frotas. O investimento será de R$ 370 milhões
A companhia acredita que esse é um movimento inevitável no longo prazo e optou por assumir o protagonismo em oferecer esses veículos ao mercado local, acelerando cultura, atendendo a demanda e proporcionando aos clientes B2B e B2C uma experiência diferenciada.
A Unidas oferece veículos elétricos desde janeiro de 2020 para frotas corporativas, com o furgão elétrico Renault Kangoo ZE Maxi. Ampliou o portifólio com Volkswagen Golf GTE (novembro de 2020) e BMW i3 (janeiro de 2021), e hoje possui 400 veículos eletrificados.

Unidas. Imagem: Unidas

Startup investe em SUV

A Turbi, empresa de tecnologia de locação 100% digital e presente em São Paulo, adquiriu 250 novos Volkswagen T-Cross Comfortline 200 TSI 2022, expandindo sua frota para mais de 1.500 veículos.
“Notamos que a demanda de procura pelo T-Cross aumentou muito nos últimos meses. Tivemos 242 mil novos cadastros em 2021 e isso fez com que ampliássemos nossa frota com um dos favoritos de quem tem um cadastro e aluga um carro pela Turbi, seja por hora ou pelo modelo mensal”, aponta Diego Lira, CEO da Turbi.

Diego Lira. Imagem: Turbi

Impacto ambiental zero em resíduos orgânicos

A Continental, empresa que desenvolve tecnologias e serviços, firmou parceria com a Usina Termelétrica a Biogás (UTB) de Ponta Grossa (PR), onde está uma de suas principais plantas da companhia, para reaproveitar 50 toneladas de resíduos orgânicos gerados por ano, reduzindo o impacto ambiental a zero.

Continental. Imagem: Continental

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: [email protected]