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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Audi volta a produzir no Paraná

Desde fevereiro, a Audi mantinha a produção de veículos suspensa em São José dos Pinhais, Paraná. À época, os executivos afirmaram que voltariam com a operação quando o governo federal devolvesse créditos relativos a benefícios para montadoras que substituíram importações por fabricação local.
De 2015 a início de 2021, a Audi produziu os modelos A3 Sedan e Q3, com os quais acumulou os créditos tributários. O valor não foi revelado, mas a proposta agora envolve negociações com Ministério da Economia e governo do Paraná para abater impostos dos modelos a serem produzidos.
A partir de meados de 2022, a planta paranaense volta a fabricar os modelos Q3 e Q3 Sportback com o motor 2.0 TFSI de 231 cv e tração integral.
“Estamos muito felizes em anunciar a retomada da produção na fábrica de São José dos Pinhais, a única da marca na América do Sul. Mesmo em um momento desafiador, a empresa sempre trabalhou para viabilizar a fabricação nacional por acreditar no potencial do país”, disse Johannes Roscheck, CEO e presidente da Audi do Brasil.
A produção do Audi Q3 será feita em uma linha de montagem exclusiva, a mesma que produziu a geração anterior do SUV até 2019.
Em um primeiro momento no país, a Audi montou entre 1999 e 2006 a primeira geração do hatch A3.

Da esquerda para a direita: Antonio Calcagnotto (responsável por Assuntos Institucionais e Sustentabilidade na Audi do Brasil), Johannes Roscheck (CEO e presidente da Audi do Brasil), Ratinho Junior (Governador do Paraná) e Abílio Oliveira (presidente da Assoaudi). Imagem: Audi

Estratégia de eletrificação

A Audi e sua rede de concessionárias também anunciaram que vão ampliar a infraestrutura de recarga ultrarrápida para veículos elétricos.
A partir de 2022, serão investidos mais de R$ 20 milhões para instalar estações de recarga DC de 150kW em quase todas as concessionárias. Nestes carregadores, o 100% elétrico Audi e-tron, por exemplo, recarrega a bateria de 0% a 80% em menos de 25 minutos.

Land Rover retoma produção do Evoque

Outro modelo que deixou de ser feito no Brasil (em 2019) e agora retoma a nacionalização é o Evoque, da Land Rover. As primeiras unidades da nova geração do SUV já saem da linha de produção em Itatiaia (RJ). Além do Evoque, o Discovery Sport é fabricado nesta planta.
Montado sobre a mesma plataforma da versão importada, o Evoque é oferecido em duas versões com motor flex turbo 2.0 de 250 cv: a SE custa R$ 377.950 e a R-Dynamic HSE sai por R$ 407.950.

Evoque em Itatiaia. Imagem: Land Rover

Extrapesado exige forte treinamento

A Mercedes-Benz prepara sua rede de concessionários para receberem o novo Arocs 8×4, caminhão fora de estrada produzido em São Bernardo do Campo (SP).
Seis engenheiros dedicados exclusivamente ao Arocs participaram de 9.600 horas de treinamento de capacitação na Daimler Truck na Alemanha. “Até dezembro de 2022, serão 840 turmas treinadas, com previsão de cerca de 11.000 participações, entre profissionais da rede e da fábrica, considerando que muitos fazem vários cursos, daí o grande número de envolvidos”, afirma Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
Voltado para severas operações off-road, o Arocs é um extrapesado repleto de tecnologias. Para isso, equipes de vendas e pós-vendas precisam estar afinados ao novo produto, que custa R$ 1,1 milhão. A Mercedes-Benz ainda oferecerá treinamento gratuito para motoristas.

Treinamento Mercedes Arocs. Imagem: Mercedes-Benz

Cinco décadas de Brasil e crescendo

Ao comemorar 50 anos de Brasil, a fabricante de motores e geradores a diesel Cummins celebra a produção do motor de número 1,4 milhão produzido em Guarulhos. Após crescer 50% este ano em relação a 2020, a companhia projeta alta de 5 a 10% em sua produção em 2022.
A planta paulista recebeu investimentos na ordem de R$ 170 milhões para produzir novos motores que atendem às regras de emissões Euro 6.
A companhia ainda divulgou uma nova unidade de negócios, a New Power, com a oferta de motores elétricos ou movidos a célula de hidrogênio, além de soluções de armazenamento e abastecimento de hidrogênio. Por ora, a maior parte vem importada dos EUA. Assim que tiver volume representativo no Brasil, alguns itens poderão ser nacionalizados.

Fabrica de motor Cummins. Imagem: Cummins

(*) – é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: [email protected]