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Tecnologia 30/06/2015

em Tecnologia
segunda-feira, 29 de junho de 2015

Marco Civil da Internet: bloqueio de dados dribla a lei

A Lei 12.965 de 23/04/14, genericamente denominada Marco Civil da Internet, representou para os internautas brasileiros um expressivo avanço no sentido de manter as principais regras que originalmente inspiraram os criadores da Word Wide Web, ou simplesmente rede mundial de computadores

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Dane Avanzi (*)

Nesse contexto, de todos os princípios da internet, um deles, o da neutralidade, merece destaque especial. Diz o princípio da neutralidade que não pode haver distinção entre tipos de pacotes que trafegam na web. Trocando em miú­dos, as operadoras não podem cobrar o acesso dos assinantes por tipo de conteúdo.

Para se entender melhor como funciona o tráfego de conteúdo na internet, usaremos como exemplo o serviço dos Correios. Quando se despacha uma carta ou pacote, se paga por peso, sendo essa uma das principais variáveis para o cálculo da tarifa desse serviço. Quanto maior o peso e volume do pacote, mais caro para o Correio transportar e, consequentemente, o preço do despacho.

Na internet é a mesma coisa. O que muda é que em vez de estradas, navios e aviões, o conteúdo trafega por cabos de fibra ótica, satélites e rádios de dados. Em sendo assim, tipos de serviços diferentes ocupam espaços de banda e geram impactos diferentes na rede. Por exemplo, um e-mail sem anexo equivale a uma carta simples com uma folha de sulfite dentro, enquanto um vídeo do Youtube em High Definition equivale a um pacote com o volume e peso de uma geladeira.

Dessa forma, o Marco Civil da Internet, ao acolher o princípio da neutralidade, determinou que não pode haver diferenciação entre os tipos de pacotes que trafegam na internet. A decisão foi comemorada inclusive fora do Brasil por um dos pais da internet, Vint Cerf, atual vice-presidente do Google. Explico. Mais que o principal meio de comunicação na era da informação e da convergência digital, a internet é uma ferramenta de conhecimento e promoção do ser humano, assevere-se, a mais abrangente e universal de todos os tempos.

Em verdade, a promoção social do indivíduo e das sociedades mundo afora, são parte integrante do pensamento filosófico dos criadores da internet. Daí a importância do princípio da neutralidade, que extrapola questões comerciais, burocráticas e políticas. Dessa forma, havendo perdido a batalha no Congresso Nacional para que houvesse tributação diferenciada para tipos diferentes de conteúdos, as operadoras de telecomunicações se reposicionaram e passaram a bloquear a linha de dados uma vez que a cota do plano fosse atingida, obrigando os consumidores a pagarem mais migrando para pacotes mais caros. Como é de conhecimento de todos os usuários, antes a operadora diminuía a velocidade de conexão, mas não bloqueava. Tão logo o Marco Civil da Internet foi aprovado, as regras foram mudadas.

Em reação a essa postura das operadoras, pululam ações contra elas nas Justiças Estaduais, Procons, não sendo exagero afirmar que o Marco Civil da Internet, que a princípio firmou uma posição importante na defesa dos direitos do consumidor brasileiro, passa agora por uma prova de fogo. Algumas operadoras inclusive estão proibidas de vender serviços em alguns estados, por conta de ações judiciais.

Semana passada a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, determinou que as operadoras regularizem em até seis meses o processo de ressarcimento por meio de créditos a clientes afetados por interrupções no serviço, sob pena de multas de até R$ 20 milhões cada uma delas. Diga-se de passagem, há tempos outras operadoras de serviços públicos pagam severas multas em razão da interrupção do serviço – caso das concessionárias de energia elétrica por exemplo, sendo os serviços prestados pelas operadoras de telefonia igualmente importantes a sociedade brasileira.

A medida protege os diretos dos consumidores e, por via oblíqua, insta as operadoras a melhorar a qualidade de seus processos e serviços, mas não resolve a raiz do problema. Existe uma equação a ser resolvida entre Anatel e operadoras. Essa equação passa por um equilíbrio entre qualidade de serviço, investimentos na manutenção, ampliação da rede e preço justo pelo serviço. O que vemos hoje são tarifas altas, serviços degradados e investimentos incompatíveis com a quantidade de serviços vendidos.

(*) É advogado, empresário de telecomunicações e vice-presidente da Aerbras.

Pesquisa revela o comportamento de crianças e adolescentes na Internet

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A Intel Security divulga os resultados do novo estudo “Realidade cibernética: O que os pré-adolescentes e adolescentes estão fazendo online”, que examina globalmente os comportamentos online e os hábitos nas redes sociais de crianças e adolescentes com idades entre 8 e 16 anos. O estudo também avalia quais são as principais preocupações dos pais em relação ao comportamento dos filhos. No Brasil, a pesquisa foi realizada com 1.014 participantes, incluindo pais e filhos.
O resultado da pesquisa realizada entre os brasileiros mostra que, segundo os filhos, as piores coisas que podem acontecer com eles na Internet é ser hackeado (52%), as pessoas descobrirem sua localização e suas informações pessoais (42%), interagir com estranhos (33%), ser vítima de ciberbullying (29%), e ter segredos revelados que possam afetar sua reputação (27%).
De acordo com a pesquisa, um em cada três (33%) filhos mudam seu comportamento quando sabem que os pais estão vigiando e cerca de metade das crianças e adolescentes brasileiros (48%) dizem esconder algumas de suas atividades dos pais. Alguns optam por apagar o histórico do navegador (23%), apagar mensagens (20%), preferem usar um dispositivo móvel em vez de laptop ou desktop (17%) e até minimizam o navegador quando adultos estão por perto (16%).
Entre as atividades que os filhos disseram que já fizeram online estão: 35% dizem já ter jogado jogos de vídeo game com um estranho, 13% dizem ter acessado pornografia, 6% dizem ter apostado em jogos, 4% já compartilharam ou postaram fotos e mensagens íntimas, 3% já enviaram fotos inapropriadas de si mesmo para outra pessoa e 1% diz ter comprado drogas ou álcool. Mais da metade (54%) dos filhos entrevistados disseram nunca terem feito qualquer uma dessas atividades.
Por outro lado, as piores coisas que os pais pensam que podem acontecer com seus filhos são interagir com estranhos (63%) ou que pessoas possam descobrir a localização da criança e suas informações pessoais (57%). A maioria dos pais (84%) diz que já tentou monitorar o comportamento do filho na internet. Para isso, eles usam técnicas como conversar com o filho (83%), procurar informações em dispositivos (59%), definir controles de acesso (40%), seguir os filhos em mídias sociais (52%) e compartilhar as senhas (36%). Ter os dispositivos das crianças monitorados com GPS é a opção de 11% dos pais.
Thiago Hyppolito, engenheiro de produtos da Intel Security, comenta que os pais devem ter conversas frequentes e abertas com seus filhos sobre o seu comportamento online, bem como sobre os riscos aos quais eles estão expostos. “A comunicação transparente pode ajudar a construir a confiança entre pais e filhos, incentivar as crianças a compartilhar mais informações sobre suas atividades online e a buscar a ajuda dos pais quando se depararem com qualquer atividade suspeita na Internet”, explica Hyppolito.

 

Infra de TI: 5 Dicas para se tornar uma empresa sem fronteiras

André Scher (*)

Compreender a sua infraestrutura de TI e saber como migrá-la pode reduzir custos, alavancar a sua eficiência e ainda evitar perdas e paradas na sua operação. A sua companhia sabe como fazer isso?

Na esteira das mudanças ocasionadas pelas novas tendências em redes sociais, mobilidade, analytics e big data, as corporações querem “cloudificar” sua infraestrutura de Data Center, para assim entregar ao negócio os benefícios de agilidade, elasticidade e self-service.
A primeira fase dessa transformação já está ocorrendo, visto que as empresas, hoje em dia, estão alcançando níveis de virtualização entre 60% e 90% de sua infraestrutura computacional. O próximo passo do processo é começar a tornar a sua infraestrutura independente da localidade. Mas será que as companhias sabem realmente qual é esse novo modelo de Data Center e como devem fazer para chegar até ele?
A nova infraestrutura de Data Center trazida pela transformação digital e comandada por objetivos de negócio deve considerar os seguintes aspectos:
• Infraestrutura programável: servidores, storage, rede, serviços associados (DNS, Backup, etc.) comandados por software;
• Orquestração de ambiente híbrido e distribuído: centro único de controle e gerencia;
• Agilidade para escala web: abordagem Devops para desenvolvimento automatizado;
• Always-On e Segurança: as fronteiras do DC estão mudando;
• Automação e soluções cognitivas: adicionar inteligência e independência aos sistemas de Data Center.
Essa abordagem não se limita a nenhuma vertical específica, já que, apesar de existirem soluções específicas para cada uma, esse é um tema que se aplica, em geral, a todas. E baseado no atual cenário, seja nacional seja global, já é possível afirmar que hoje, como tendência geral, todas as indústrias estão buscando agilidade, eficiência e redução de custo, visto que a cada ano os CIOs possuem o mesmo ou menos budget para operar a sua planta de TI.
Pensando nesses desafios, elencamos cinco dicas que podem auxiliar as companhias a não apensas manter a boa operação da sua infraestrutura, mas sim transformá-la, migrá-la e melhorar a sua eficiência.

1. Conheça o seu workload
Hoje, cada vez mais as empresas possuem um ambiente híbrido de infraestrutura, ou seja, estruturas físicas, virtuais e em cloud juntas. Conhecer o seu workload significa saber exatamente pra que servem cada um de seus recursos computacionais, qual a sua criticidade para o negócio e qual a sua utilização, independente do local ou plataforma.
Com isso, a empresa terá uma visão exata de seus ativos de TI, previsão de investimentos futuros necessários para o modelo existente e as oportunidades reais de transformações. O uso de ferramentas e metodologias especializadas é fundamental para esta análise, respeitando a entrega para os usuários e clientes, a necessidade de escalabilidade, se a aplicação ou serviço vai crescer rápido e qual deverá ser o nível de disponibilidade do serviço.

2. Avalie as necessidades de negócio
Cada aplicação seja Oracle, SAP, ou ainda de outros fornecedores, tem uma necessidade específica para funcionar. Então, se você possui o ‘molde’ de cada aplicação, será ainda mais fácil definir a arquitetura que vai indicar como devem ser as estruturas futuras do seu sistema de TI. Esse dado é extremamente importante, pois é ele que vai parametrizar o local onde as suas aplicações e dados serão instalados. Essa definição vai impedir, por exemplo, que uma empresa de e-commerce que realizou uma promoção e teve inúmeros acessos ao site, fique com o ambiente do site lento e não atenda a todos os clientes. No caso da indústria de finanças, vamos supor que uma determinada aplicação esteja rodando no data center do local X. Você recebe a notícia de que esse local X está em uma área por onde vai passar um furação, nesse momento a arquitetura de referência vai permitir que você migre essa aplicação para outro local sem problemas de configuração ou perda de eficiência.
Nesta fase é importante definir o blueprint tecnológico, plano e filtros de distribuição dos workloads no modelo futuro.

3. Crie o Centro de Controle de Infraestrutura sem fronteiras
Muitas empresas começaram a fazer migrações pontuais para nuvem adicionando novas plataformas e processos diferentes para gerenciar estes ambientes híbridos; em não poucas vezes, esse aumento de complexidade frustrou o uso possivel de novas soluções em nuvem ou infraestrutura definidas por software
Por isso, neste momento é importante criar a camada de gerenciamento que permitirá a execução do plano sem impacto na operação, para isso é importante que o centro de controle seja capaz de cobrir todos os ambientes e aplicações envolvidas nessa tranformação.

4. Realize a migração de maneira otimizada para o ambiente target
Nesse momento a companhia pode fazer o uso de aceleradores que possibilitam uma migração sem interrupções para o modelo futuro. Tipicamente, esses aceleradores automatizam as configurações e criam as bases que seriam feitas manualmente; atividade que demandaria muito mais tempo, além de ser passível de erro.
Nesta fase é importante mostrar segurança e previsibilidade na migração com eficiência nos processos, tarefas, recursos e custo da migração.

5. Opere e gerencie o ambiente híbrido
Essa é a hora de ter uma operação e uma visão única sobre a sua operação de TI, acompanhar o ganho de eficiência, criar/mover workloads de acordo com demandas do negócio e ter um guia para melhoria e inovação contínuas. Pensando nisso, a empresa deve adotar melhores práticas e ferramentas (frameworks) ter insights para operação, planejar a capacidade e a adoção de novas tecnologias emergentes.
Essa abordagem se traduzirá em eficiência, redução de custo e alinhamento ao negócio, mas de forma alguma representará o estado final da infraestrutura, a jornada para a infraestrutura sem fronteiras está apenas começando…

(*) É Head para GIS, Global Infraestructure Services, da Wipro LATAM.