Liderança na era exponencialTransformar não é fácil. Em grandes organizações, o desafio é ainda mais complexo. Leva tempo para alterar a direção de grandes estruturas, mas não é uma missão impossível, especialmente se contarem com uma liderança ativa capaz de assumir a peleja (como dizem no Sul) e que se coloque como guia desta jornada. Sem adesão da liderança, grandes mudanças serão quase impossíveis Foto: Reprodução Ademir Piccoli (*) No livro Organizações Exponenciais, os autores Salim Ismail, Michael Malone e Yuri Van Geest afirmam que nesse novo mundo de alto metabolismo, onde as tecnologias aceleradas estão impactando um número cada vez maior de setores, as grandes companhias precisam de estratégias para se alinhar ao pensamento das organizações exponenciais. Entre elas, é destacada a transformação da liderança como uma das estratégias a ser implantada, enquanto suas atividades operacionais são mantidas. Ainda segundo eles, para transformar a liderança, primeiro é preciso investir em educação. As mudanças estão sendo impulsionadas por uma nova geração de tecnologias exponenciais e, se quem está a frente das organizações não conhece estas tecnologias, não está fazendo bem o seu trabalho. Segundo, é preciso preparar os membros do conselho, tanto quando a liderança, para enfrentar a realidade de um mundo exponencial. Terceiro: eles citam a diversificação da composição de seus líderes, que é preciso buscar os jovens mais inteligentes na organização e aproximá-los das lideranças para fechar as lacunas geracionais e tecnológicas. E, por fim, deve-se entender as habilidades necessárias de um líder de sucesso na era exponencial. Habilidades dos líderes exponenciais: 1. Visionário e defensor do cliente Os líderes são os mais expostos aos desafios da transformação. A explosão digital, que envolve desde a adoção de novas tecnologias até novos modelos organizacionais, exige que novas habilidades também sejam desenvolvidas, pois precisam de um tempo de resposta cada vez menor às mudanças. Decisões de todas as naturezas, inclusive estratégicas, precisam ser tomadas sem muitas mensurações. Segundo Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, é importante estar bem informado, mas a maioria das decisões devem ser feitas com cerca de 70% das informações que você deseja ter. Se esperar até conseguir 90%, na maioria dos casos, vai se atrasar. As lideranças, especialmente aos CEOs, se atribuem o desafio do aumento da eficiência como estratégia chave de suas funções, a transformação digital é imperativa, mas é um desafio que gera também grandes oportunidades, especialmente em setores mais tradicionais. Assim, a alta administração precisa ser futurística, criar uma visão compartilhada e cuidar para que as demandas operacionais não impactem nas iniciativas orientandas para o futuro. Citando novamente Jeff Bezos, a estratégia de negócios de uma organização deve ser construída com base naquilo que não vai mudar. No caso da Amazon, quando olha dez anos para frente, por exemplo, Bezos trabalha com a premissa de que o cliente vai querer sempre pagar menos e receber mais rápido seus pedidos – e com base nesta visão, as estratégias são direcionadas. Já pensou o que não vai mudar na sua empresa nos próximos anos? O comando exponencial deve estar atento ao fato de que as indústrias estão sendo remodelas baseadas em informações, na maioria por novos dados que estão sendo coletados a todo momento. Por isso, é importante observar todas as áreas, pois oportunidades de inovação podem vir de qualquer ponto. A era exponencial afeta todos os níveis de comando, mas depois dos CEOs, os mais impactados são os CIOs (líderes de tecnologia). O desafio da área de TI, que desde sempre foi de prover tecnologia a todas as áreas, garantindo somente que soluções autorizadas fossem utilizadas, é lidar com o número crescente de dispositivos e aplicativos trazidos por uma força de trabalho que está exigindo cada vez mais acesso a qualquer hora e lugar. Sua área de TI está preparada para atender as expectativas dos colaboradores do mundo digital? A área de TI é um agente importante em qualquer instituição que tem a transformação digital como prioridade. Mas além da TI, é fundamental compreender que o CIO não é a liderança que deve assumir o papel de inovação. Nessa nova era, é importante considerar a criação de uma área e um líder de inovação, cujo foco é acompanhar o ritmo acelerado das mudanças e estimular o processo de inovação em todas as áreas e níveis da instituição. Tecnologias estão transformando todos os aspectos da instituição por isso os líderes devem estar preparados não apenas para mudar seu pensamento, mas para ser a bússola que vai dar a direção das mudanças e principalmente orientar as pessoas para uma nova cultura. *Ademir Milton Piccoli é advogado evangelizador do uso intensivo de tecnologia no segmento Jurídico, atuando a mais de 15 anos no mercado de tecnologia com experiencia nos setores público e privado. É curador de projetos ligados à tecnologia e inovação, difusor de conceitos e atividades ligadas a modernização do setor público, ativista na transformação digital do poder judiciário, faz mentoria e aceleração de startups e atua em projetos de inovação corporativa. (*) É Palestrante em centenas de eventos ligados ao direito e à tecnologia. | A consolidação das fintechs no Brasil e no mundoFoto: Reprodução Não é de hoje que a tecnologia vem ganhando espaço nos mais diversos segmentos, sobretudo, no que diz respeito aos ligados às operações financeiras. Ao oferecer praticidade e comodidade aos clientes, as empresas que aliam finanças ao universo tecnológico, mais conhecidas como fintechs, têm crescido de forma exponencial por todo o mundo e conquistando cada dia mais adeptos. (Fonte: Victor Farias é CEO do pag!). A vez do Brasil na revolução digital do varejoDavid Suarez (*) Observar bem de perto as tendências mundiais do varejo Certamente essa é a melhor recomendação para que se identifique as tecnologias que nos próximos anos vão revolucionar a maneira como as pessoas interagem e consomem produtos e serviços. Se, em um passado não muito distante, expressões como self-shopping, omnichannel, big data e inteligência artificial remetiam a conceitos abstratos — e restritos aos mercados mais desenvolvidos do mundo —, hoje a realidade está em plena transformação. Já há motivos para se acreditar que essas novidades em breve mudarão de vez a experiência de compra dos brasileiros. Conectados na loja física (*) É vice-presidente de vendas para Varejo da Datalogic nas Américas. |
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