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Tecnologia 23/04/2019

em Tecnologia
segunda-feira, 22 de abril de 2019

Dez tecnologias quentes nos bancos este ano

A Ciab/Febraban ouviu profissionais de bancos e de consultorias especializadas para identificar as tendências tecnológicas que as instituições financeiras vão adotar ou ampliar o uso atual.

Odilon Costa (*)

Várias dessas tendências envolvem alterações no modo como os bancos e fintechs funcionam, muitas pouco visíveis para os clientes, mas decisivas para aumentar a lucratividade da empresa. A maioria das tecnologias se destaca porque melhora a experiência dos clientes, levando maior comodidade e assertividade nos relacionamentos e na oferta de produtos.

Veja quais são:

1. Analytics e big data: A sistematização e análise de volumes gigantes de dados gerados por clientes por operações e até mesmo por processos internos tornaram-se uma necessidade para os bancos e vai avançar ainda mais em 2019.

2. Open banking: Se os dados são uma das peças-chave para inovações, a colaboração é outro caminho em que os bancos deverão apostar este ano. O open banking vai permitir que diferentes empresas desenvolvam soluções a partir de interfaces de programação para aplicações desenvolvidas pelas instituições financeiras, as APIs. Ainda falta o Banco Central definir melhor todas as regras para o open banking, deixando o caminho livre para que essa tendência possa avançar.

3. Chatbots: Os chatbots personalizados vão melhorar a experiência do usuário e vão se aproveitar, cada vez mais, das informações captadas e processadas por big data e analytics, por exemplo, para se tornar mais eficientes e convincentes. À medida que o NLP (Natural Language Processing) evolui e a especialização de domínio é adicionada aos sistemas de inteligência artificial, os chatbots estão demonstrando um histórico comprovado de entrega de serviços contínua, que impulsionará a adoção por instituições financeiras inicialmente céticas.

4. RPA: Os robôs não vão participar apenas de conversas com os clientes. Uma outra tendência prevista para 2019 é sua atuação nos bastidores das instituições, por meio da Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês). Com a ajuda da inteligência artificial, será possível automatizar processos. O estudo Accenture Tech Vision 2018, feito com executivos de várias empresas globalmente, concluiu que 80% dos processos financeiros vão ser automatizados em três anos. Procedimentos usados em financiamentos, crédito e até hipotecas são apenas alguns dos exemplos do que podem passar por mudanças.

5. Biometria: O uso da biometria pelos bancos, principalmente para proteção e segurança para transações virtuais, vai continuar intenso e de uma maneira mais ampla. Essa tecnologia permitirá, por exemplo, que o cliente tenha uma gama maior de autosserviço no celular, com maior agilidade, segurança e melhoria da usabilidade.

6. Segurança cibernética: As ameaças virtuais avançam à medida que tecnologia evolui para proporcionar melhores produtos e serviços. A segurança cibernética consiste em usar ferramentas como analytics e big data para evitar fraudes, moldando diferentes cenários para definir níveis de proteção maiores e menores – a chamada segurança adaptativa.

7. Computação forense: Ferramentas de segurança podem ir além de garantir a integridade das transações. A computação forense não está mais restrita a investigações policiais e pode ser aplicada para analisar o comportamento dos próprios funcionários nos bancos e, com isso, preservar o sigilo das informações.
É possível monitorar os dados que circulam pela rede para identificar vazamentos na empresa. Em casos extremos, é possível inclusive um cliente ser instalado na máquina do funcionário suspeito, para confirmar se ele está vazando informações.

8. Blockchain: Experimentos em blockchain vão continuar a ocorrer nos bancos e o salto prometido para aplicações em larga escala deve ocorrer este ano. De acordo com a Accenture Strategy, um dos caminhos de aplicação prática está na interoperabilidade que a tecnologia pode proporcionar.

9. Cloud: No passado, a adoção de computação em nuvem pelos bancos esbarrou no receio quanto à segurança das informações dos clientes e em questões regulatórias. A Resolução 4.658 do Banco Central, divulgada em maio do ano passado, abriu caminho para superar esses obstáculos. Os resultados dessa mudança devem ser vistos ao longo de 2019, resultando na migração de sistemas para clouds híbridas ou públicas. Muitos, inclusive, estão seriamente pensando em levar os seus sistemas core para a nuvem.

10. Internet das coisas: Este ano a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) pode trazer novas oportunidades de produtos e serviços financeiros. Embora ainda não se saiba quando será implementado o 5G (tecnologia que vai permitir a conexão de qualquer dispositivo à internet, de uma geladeira a um carro autônomo), experimentos já começaram. IoT permite, principalmente, o registro de uma enorme quantidade de dados e, no futuro, essas informações vão permitir a oferta de produtos e serviços mais personalizados.

(*) É CEO da Tree Solution – especializada em soluções de Câmbio, Comércio Exterior e Offshore Banking.