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Tecnologia 07 a 09/10/2017

em Tecnologia
sexta-feira, 06 de outubro de 2017
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Plug&Play Companies: um modelo radicalmente novo de pensar negócios

De tempos em tempos nos damos conta de que mudanças importantes estão em processo de consolidação. Mudanças tão profundas e significativas que geram impactos imensos em toda dinâmica organizacional: do modelo de negócio ao perfil da liderança. Vivemos hoje um destes momentos, um verdadeiro turning point. O nascimento das Plug&Play Companies, uma evolução natural das chamadas Organizações Exponenciais

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Gian Franco Rocchiccioli (*)

Você já deve ter se dado conta de que, de hoje para o futuro, os grandes players do mercado não serão mais simples fabricantes de um determinado produto ou serviço, mas empresas que compreendem uma necessidade específica e, são capazes de criar ao redor desta necessidade, todo um “ecossistema” para a entrega de valor real. São companhias que transformam radicalmente sua lógica atual de negócio, colocando o valor a ser entregue, o propósito, a experiência e a interação com seus consumidores à frente de todos os principais dogmas corporativos, como a posição na cadeia de negócios ou o dilema da produtividade, por exemplo.

Elas sugiram como consequência direta da evolução tecnológica, da velocidade das transformações e do tamanho do impacto exigido pelo cenário atual. Mas o que isso significa? Significa que o conceito de “empresa” como o compreendemos hoje está deixando definitivamente de ser aquele que define uma organização entre quatro paredes, para se aproximar cada vez mais, dos complexos sistemas que se integram interna e externamente, em camadas e mais camadas (ou layers como costumo chamar) de produtos, serviços, canais de distribuição e tudo mais que se fizer necessário para que a entrega do valor final desejado por seus usuários (ou participantes do ecossistema) seja efetivamente possível. Ou seja, são modelos de organizações capazes de integrar toda a cadeia de valor em si mesmas (sempre que necessário), tornando-a assim, parte de suas próprias operações.

Talvez a melhor forma de entender uma Plug&Play Company seja associá-la a ideia de “plataforma”. Um dos primeiros ensaios para a viabilidade desse modelo de organização foi feito por Steve Jobs na Apple ao integrar computadores, celulares e tablets a pontos de contato próprios de distribuição, on e off-line. Desde então, já vimos muitos outros exemplos se formando, como o Uber e o Airbnb, por exemplo. Exemplos que levaram essa mesma lógica a um outro patamar. E eles não param por aí. Empresas como Redbull já estão muito longe dos modelos tradicionais de organização. A organização RedBull pode ser muito melhor compreendida se a entendermos como uma “plataforma de estilo de vida” integrada a uma infinidade de entusiasmados seguidores, todos participantes de um ecossistema específico, uma verdadeira sociedade em si e com um corpo social fluido e dinâmico. E os negócios onde acontecem? No próprio ecossistema.

Enfim, concebendo-se como plataformas de negócio extremante dinâmicas as Plug&Play Companies prometem mudar radicalmente a forma de pensar o ambiente corporativo do futuro. Serão organismos vivos, muito mais capazes de adaptar suas estruturas, seus processos, suas equipes e seus modelos de negócios às transformações em curso, tratando, portanto, a questão da evolução, não mais como uma disrupção ou quebra de seu próprio modelo (como vemos hoje o tema da inovação sendo tratado dentro das organizações), mas sim como algo totalmente incorporado ao seu jeito de ser. Algo natural. Parte da cultura destas organizações.

(*) É cofundador e diretor estratégico da startup de biotecnologia TISMOO, primeiro laboratório do mundo exclusivamente dedicado à medicina personalizada com foco no Transtorno do Espectro do Autismo e outros transtornos neurológicos de origem genética, e diretor da PANDE, uma das principais agência de Design Estratégico e Branding do Brasil.

Siemens e TCS unem forças para promover IoT Industrial sobre MindSphere

A Tata Consultancy Services (TCS), empresa líder em soluções de negócios, consultoria e serviços de TI, e a Siemens anunciam nova cooperação em torno de inovações na área da Internet das Coisas (IoT). Com foco em clientes dos setores de manufatura, energia, tecnologias de construção, saúde e ferrovias, a parceria permitirá que os clientes se beneficiem de novos insights a partir de dados e serviços baseados na MindSphere, o sistema operacional aberto da Siemens baseado na nuvem para IoT.
Os clientes poderão contar com novas aplicações da TCS para MindSphere e novos serviços analíticos e digitais, como manutenção preditiva e monitoramento de energia. O Siemens MindSphere e as soluções da TCS permitirão que os clientes explorem novos modelos para capitalizar a inovação em IoT e oportunidades apresentadas pela economia digital.
Milind Lakkad, vice-presidente executivo e chefe global da área de manufatura da Tata Consultancy Services, comenta que “a cooperação com a Siemens em torno da inovação tecnológica acontece há vários anos, e essa nova fase permitirá que nossos clientes tenham grandes avanços na inovação em IoT. Com o acordo em torno do MindSphere, vamos intensificar nossa parceria e nosso suporte aos clientes para que eles possam explorar as oportunidades apresentadas pela inovação digital. Nossos clientes serão beneficiados não apenas pela expertise em integração de sistemas e desenvolvimento de aplicações, mas também pela experiência em construção de plataformas”.
A digitalização das indústrias – tendência em que tecnologias digitais estão redefinindo radicalmente setores inteiros – vai criar importantes oportunidades para empresas de todos os segmentos e tamanhos ao redor do mundo. Inicialmente, o programa se concentrará no setor de manufatura, no qual a IoT já tem ganhado impulso significativo devido aos imensos volumes de dados gerados no processo produtivo, permitindo grandes inovações em desempenho de sistemas e conectividade.

BOTs para PMEs: já está na hora de investir na ferramenta

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Se a sua empresa é pequena ou média e você acredita ainda que Inteligência Artificial é somente para as grandes corporações, está na hora de rever seus conceitos. As PMEs já estão se beneficiando das novas tecnologias para dar agilidade ao seu dia a dia, ganhar em produtividade e, consequentemente, tornarem-se cada vez mais competitivas.
O diretor de pesquisa do Gartner, Henrique Cecci, já disse em reportagens que não se pode imaginar uma empresa moderna sem tecnologia da informação, fora do contexto digital e isso, evidentemente, se aplica às PMEs: “TI é parte do negócio e as pequenas também devem se adaptar”, afirmou.
Entre as novas tecnologias que as PMEs devem apostar estão os bots, designação dos softwares de respostas automáticas. Segundo levantamento da Sage, fornecedora em sistemas de gestão empresarial e contabilidade, a maioria dos brasileiros (66%) acredita nos benefícios do uso da inteligência artificial e dos bots na organização da vida profissional e dos negócios contra 47% dos empresários de outras partes do mundo.
Os brasileiros acreditam, porém são cautelosos, pois de acordo com a IDC, as PMEs ainda não aderiram fortemente aos Bots o que, segundo a consultoria, é um erro, uma vez que as empresas de menor porte tem muito mais facilidades para inovar, justamente pelo fato de serem menores. É possível experimentar, testar, avaliar.
O mercado de PME chamou a atenção da espanhola Louyt, uma rede de franquias de marketing digital que resolveu comercializar seu chatbot com inteligência artificial especificamente para os pequenos e médios empreendedores. O lançamento foi em outubro de 2016 no mercado europeu e chegou ao Brasil em abril deste ano, mas vale lembrar que há importantes players no mercado nacional e inclusive, já atuando há mais tempo.
Com robôs que podem custar menos de R$ 1.000,00 por mês, (também para o mercado de PME’s, sem cobranças extras ou de setup), a BlueLab desenvolve um bot capaz de entender a linguagem natural e atender a uma vasta gama de negócios, embora existam no mercado outros mais baratos, mas que funcionem e atendam automações mais simples.
A funcionalidade dos bots é infinita. Claro que sua capacidade vai depender do investimento feito na ferramenta, mas ainda assim, o modelo mais “básico” já poderá ajudar o empreendedor imensamente. Imagine, por exemplo, anotar o pedido de quem entrou em contato com a loja fora do horário do expediente e fazer o atendimento ao consumidor logo no primeiro horário, com as respostas para o que ele desejava? Ou ter um bot que dê dicas sobre qual acessório usar com determinado tipo de vestuário? Um bot para ajudar na reserva das passagens aéreas?
O robô leva apenas cinco dias para ser desenvolvido e pode atender em uma escala de 24×7, ou seja: full time. Assim, uma startup poderá prestar um serviço de qualidade e atender a uma necessidade de seu cliente a qualquer momento a um custo possível, afinal, seria inviável contratar atendentes que cobrissem nesta escala. Com um robô voltado à operação mais simples, o empreendedor pode focar em seu core business e contratar pessoas qualificadas para operações mais relevantes.
A tecnologia pode ser, portanto, uma forte aliada para os pequenos e médios empreendedores que não devem ter medo de testá-la. A menos que não desejem ganhar mais produtividade e competitividade no mercado onde estão inseridos. Pois lhes faço um convite agora: vamos ousar?

(Fonte: Mateus Azevedo é Sócio da BlueLab)

Por que o brasil deve se atentar para o compliance no futebol e em outros setores?

Eduardo Tardelli (*)

Compliance no esporte é pouco discutido aqui no Brasil, inclusive quando o assunto é futebol

Logo já pensamos em todas as transações multimilionárias que os clubes de futebol brasileiros investem para repatriar atletas e bancar grandes promessas. Mas no fim, o cenário é de endividamento.
Recentemente a Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou a criação de um departamento de compliance e governança cujo o objetivo principal é cumprir leis e regulamentos internos e externos. Como exemplo de acontecimentos impactantes, mas nem sempre positivos no mundo do esporte, podemos citar a transferência do craque brasileiro Neymar Júnior para o Paris Saint-German, que foi notícia no mundo inteiro e deu o que falar, afinal é considerada a aquisição mais cara do futebol.
A La Liga, organização responsável pela 1° divisão do campeonato espanhol, recusou a oferta do PSG referente a multa de rescisão contratual do atleta brasileiro. O motivo da recusa? Fair play financeiro, que no continente é regulamentado na União das Federações Europeias de Futebol (UEFA), e visa proporcionar uma melhor saúde financeira para os clubes do continente Europeu e tem como meta equilibrar os gastos dos clubes.
No caso em questão, o clube francês teria que comprovar durante os próximos três anos que não gastaria cinco milhões a mais do que arrecada. Olhando para o PSG, que possui um dono que financia suas ações, o valor pode chegar a 30 milhões.
Mas o que alguns se perguntam é: o que o fair play financeiro tem a ver com compliance? Muita coisa!
Temos consciência que diversos times europeus são financiados por donos bilionários, o que nos leva a pensar sobre a origem dos recursos destinados para gestão financeira. Nesse setor as perguntas podem ser diversas, mas a análise de risco é sempre necessária na hora de tomar uma decisão envolvendo transações multimilionárias.
Vale lembrar que o compliance teve seu boom no Brasil há apenas alguns anos e vem ganhando cada vez mais destaque. Porém no esporte, poucas organizações têm adotado essa prática. Na América do Norte e Europa, por exemplo, esse é um tema comum e que faz parte do dia a dia da gestão de negócios de pequenas, médias e grandes empresas. Isso quer dizer que o universo corporativo desses continentes sempre tratou o compliance como um dos fatores essenciais.
O termo compliance surgiu na virada do século XX, em meados do ano de 1906. Será que dá para perceber o nosso atraso? Apesar disso, o amadurecimento do mercado brasileiro foi realmente absurdo e, atualmente, podemos ver essas investigações em áreas internas das empresas.
Claro que as operações realizadas pela Polícia Federal no combate a corrupção e lavagem de dinheiro acendeu o alerta de que nossas organizações privadas e públicas necessitavam aprimorar e implantar processos de controle fiscal, governança e, até mesmo, sofrer punições.
Muitas leis foram criadas em um curto espaço de tempo, tais como a Lei Anticorrupção e de Lavagem de Dinheiro, mas cabe a nós aderirmos constantemente as práticas de compliance, em todas as esferas (e o mundo dos esportes não foge à regra) e conseguir construir uma cultura de ética e transparência. Somente assim, nosso país conseguirá se organizar e colocar cada peça em seu devido lugar.

(*) É CEO da upLexis, uma empresa de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) extraídos da internet e outras bases de conhecimento.