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Tecnologia 04/07/2018

em Tecnologia
terça-feira, 03 de julho de 2018
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Uso do blockchain para rastrear suprimentos pode ser solução interessante para o mercado

Um dos maiores desafios para as empresas brasileiras na atualidade tem relação com a questão logística

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Carlos Abreu (*)

Os entraves são inúmeros: a qualidade das estradas, as dimensões do país e, logo, as distâncias a serem percorridas, a remuneração – e os custos – para os caminhoneiros (uma vez que o transporte por caminhões é um dos mais utilizados no país), o acompanhamento do trajeto feito por matérias-primas e produtos prontos, a insegurança nas estradas, entre outros aspectos.

Recentemente, com a greve dos caminhoneiros, foi perceptível que há uma falta de planejamento da nossa classe política. A produção de diversas empresas foi paralisada, acarretando prejuízos extremos. Mas, acredito que isso pode ser evitado.

A tecnologia pode ser uma forte aliada neste processo. E, neste artigo, sugiro voltarmos nossas atenções ao Blockchain. Você sabe o que é isso? O Blockchain é uma rede descentralizada que trafega transações/informações com um padrão de segurança elevado (criptografia).

A inserção ou modificação de um registro dentro da rede Blockchain deve ser aprovada pela maioria dos colaboradores da rede, ou seja, essa democracia garante que a informação se mantenha íntegra. Conclusão: como a informação é trafegada entre colaboradores conhecidos e em equipamentos diferentes, o seu modelo, na verdade, é muito mais seguro no que se refere a invasões, roubos de dados e indisponibilidade dos serviços.

Atualmente, quando se fala em Blockchain logo acontece uma menção às Bitcoins, que são moedas virtuais – ou crypto-moedas – que rodam sobre redes Blockchain proprietárias. As Bitcoins surgiram com o intuito de substituir o modelo financeiro atual, com moedas físicas e instituições financeiras que controlam todas as transações mundiais.

Para que haja a capacidade de atender a demanda de moedas virtuais. Existem centros tecnológicos espalhados pelo mundo, que processam as transações sobre as crypto-moedas. E, por isso, eles ganham uma comissão a cada transação efetuada.

Você deve estar se perguntando por qual motivo estou explicando tudo isso, certo? Em uma linha de produção, a cadeia de suprimentos é um dos fatores principais para que não haja atrasos e prejuízos para a empresa. A agilidade e a confiança na entrega da informação são essenciais para que as empresas possam se planejar. Aqui entra o Blockchain. Por que não utilizar essa tecnologia para criar uma rede em Blockchain colaborativa entre empresas, que possa atender as duas necessidades, de confiança de entrega e na agilidade da informação?

Como essa é uma rede distribuída, não existe o risco de perder a informação e a tendência é que a mesma seja entregue o mais rápido possível para todos os participantes, no caso, as empresas que estão contribuindo para o abastecimento das informações.

No atual cenário econômico brasileiro, há uma desvalorização da nossa moeda, o real. Isso encarece os custos de produção, principalmente no caso de insumos importados. Por que, então, não atrelar parte dos custos de produção às Bitcoins? O mercado asiático, por exemplo, tem aumentado cada vez mais seu uso. Visto que a China é a principal parceira comercial do Brasil, uma boa alternativa para as empresas nacionais é fazer uma reserva em Bitcoins, já que a moeda virtual tem atingido uma boa taxa de crescimento, muito maior que o dólar. Vale lembrar que o Fórum Econômico Mundial aponta que até 2027 10% do PIB global será armazenado em Blockchain.

Claro, a tarefa não é simples. Mas, também não é nenhum bicho de sete cabeças. O uso de Bitcoins está em expansão nos mercados externos e, para que isso aconteça também no mercado brasileiro – que ainda engatinha neste quesito – precisaríamos vencer alguns desafios, como:
• Cultura organizacional: quando se fala em rede de informações descentralizada, muitas empresas (para não dizer todas) sentem desconfiança. No entanto, esse é um modelo que é realidade para tratar transações financeiras, que está em plena expansão nos mercados externos, isso já responde que é um modelo Seguro;
• Definir normas/padrões: quando pensamos em envolver diversas empresas em modo de colaboração, é necessário que haja algum órgão ou um conselho que defina padrões e normas sobre como a troca de informações irá ocorrer;
• Definir as melhores opções de rede Blockchain: existem redes de Blockchain públicas e redes que podem ser construídas para funcionar de modo privado. No modo público, a grande vantagem é que não é necessário se preocupar com qualquer custo com infraestrutura. Porém, é necessário arcar com os custos de mineração toda vez que a informação for inserida/modificada. Já no modo privado, é necessária uma preparação de infraestrutura entre as empresas colaboradoras, o que aumenta o tempo de execução do projeto. Porém, os custos de mineração não irão existir e isso pode ser uma vantagem importante para o futuro.

E então, que tal encarar o futuro e usar a TI como uma verdadeira aliada competitiva para o seu negócio?

(*) É especialista em TI e sócio-diretor da OPAH IT Consulting, consultoria de TI focada no desenvolvimento de soluções inovadoras customizadas para empresas de todos os portes e segmentos – www.opah.com.br

Inteligência Artificial, o acelerador da área tributária

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O uso de Inteligência Artificial pode revolucionar a área tributária nas empresas. Com as melhores combinações de algoritmos e ferramentas, a nova tecnologia veio para colaborar de vez com a redução custos nas empresas, mas principalmente para acelerar as análises da grande massa de informações geradas pela área, garantindo que seja utilizada de forma ainda mais estratégica, com grande poder de processamento colaborando para manter o compliance.
A IA entra na área tributária realmente com a função de acelerador. Essa tecnologia permite a interação mais rápida e segura entre o volume de informações, já que os SPEDs geraram uma massa de dados grande que vem de pontos diferentes, mas que se convergem e necessitam ser concentradas e analisadas para que possam gerar as melhores abordagens.
Ao contrário do que se pode imaginar, definitivamente, a tecnologia não é o “Exterminador do Futuro” do profissional dessa área. Ao contrário. É uma aliada vital para fortalecer a profissão, extraindo e valorizando o conhecimento do ser humano e transferindo para a tecnologia apenas a função operacional. Com isso, o status desse profissional salta de operacional pagador de impostos e “planilheiro” para tornar-se muito mais estratégico e valorizado.
A IA não é mais uma novidade. Os algoritmos de IA já existem há tempos. O que temos agora é poder computacional para lidar com isso. Chegamos no momento em que temos o ambiente mais favorável para a implantação da IA: volume de dados, dados disponíveis e máquinas capazes de lidar com toda essa massa.
Há 10 anos, quando o governo implantou o SPED, iniciou um movimento de padronização das informações que recebe das empresas. Obrigatoriamente foi preciso automatizar os controles internos das empresas, com dados mais estruturados e padronizados, o que facilita a aplicação dos algoritmos de IA.
Apesar dos inquestionáveis benefícios, a machine learning e esse arsenal de ferramentas é recente e pontual nos processos da área. Sua extensão de forma massiva ainda está nos primeiros passos. O desafio é aplicar essa tecnologia nos dados para extrair as estratégias e, a partir delas, fazer uma leitura muito mais pragmática, sem a contaminação dos “vícios” humanos. A tecnologia vai produzir análises mais isentas e seguras.
O uso da tecnologia aponta duas vertentes: acelerar a extração de informações úteis para a tomada de decisão ou também para identificar problemas no dia-a-dia de forma certeira, com rotinas que realizam validações entre as obrigações e entre as operações da empresa, dos seus fornecedores e clientes. Assim será possível identificar falta de compliance e evitar que os erros se propaguem.
Para exemplificar a grandeza da contribuição do IA à área tributária podemos utilizar o caso do Ex-Tarifário. Complexo de interpretar, o mecanismo permite a redução de tributos na importação de bens, desde que não haja um similar feito localmente.
Todo o processo de identificação do item para pleitear o benefício exige um detalhamento técnico minucioso, garantido que não haja similar nacional. Aí entra a IA. Imagine uma machine learning capaz de monitorar e aprender sobre as bases do governo para buscar um Ex-Tarifário já existente e que se encaixe para o seu produto ou ainda apontar Ex-Tarifários semelhantes que podem se encaixar no seu pleito com algumas alterações na descrição atual do pedido. Uma tarefa humanamente impossível de concluir no mesmo tempo, qualidade e segurança.
O ideal é estar pronto para esse novo aliado da área tributária que vai tornar esse mercado ainda mais estratégico e sua mão-de-obra imprescindível.

(Fonte: Rogério Borili, vice-presidente da Becomex).

Mobilidade e a revolução das insurtechs

Henrique Mazieiro (*)

Nos últimos 30 anos, o mundo vem passando por uma grande revolução tecnológica

Prova disso é o advento da mobilidade, que através de dispositivos como os smartphones, notebooks e tablets, permite que agora estejamos conectados o tempo todo. Hoje, utilizando essas ferramentas, conseguimos acessar notícias em tempo real, trabalhar e resolver burocracias em poucos clicks.
Porém, alguns anos atrás todas essas facilidades eram bem limitadas. Quem nunca precisou salvar documentos naquele disquete de 3,5 polegadas ou esperou horas para se conectar na internet discada? Em apenas 20 anos evoluímos desse cenário lento e instável para a era da alta velocidade.
Agora, estamos vivendo uma transformação em que tudo que anteriormente precisava ser instalado para funcionar, está migrando para a nuvem. E esse avanço cada vez maior da tecnologia está mudando a forma como realizamos praticamente tudo: compras, fotos, pesquisas, pagamentos.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada em 2016 revelou que dobrou o número de acessos à internet sem o uso de computadores. Isso porque muitas pessoas que até pouco tempo não tinham acesso às redes, hoje estão conectadas através dos smartphones. Se pensarmos que o Brasil tem atualmente 220 milhões de celulares inteligentes ativos e 209 milhões de habitantes, temos mais de um celular por pessoa. Ou seja, o futuro com certeza será 100% móvel!
E foi refletindo e acompanhando todas essas mudanças que o mercado de seguros vem desenvolvendo novas soluções que buscam atender as necessidades desses novos clientes digitais. As insurtechs, inclusive, chegam justamente para suprir antigas ineficiências do setor com o uso da tecnologia. Aqui na Planetun, por exemplo, criamos produtos que levam mais agilidade e praticidade aos consumidores, melhorando a sua experiência. Como é o caso dos aplicativos web, que trazem uma série de vantagens, e não precisam ser instalados no celular, ocupando espaço da memória. Todo o processo é feito através de tokens (e-mail, SMS e chats), ou seja, estamos falando de mais autonomia, comodidade e segurança!
Com todos os benefícios e avanço da mobilidade, o mercado segurador, assim como todos os demais setores, também vem se adaptando a essa nova era digital. O uso das novas tecnologias não somente traz vantagens para os usuários finais, como também inova processos antigos, aumentando os ganhos e reduzindo os custos.
Portanto, acredito que esse cenário será o padrão de agora para o futuro. De um lado, o mercado implementando tecnologia em seus processos e, de outro, os consumidores ganhando com a mobilidade, já que resolver um problema que antes era tão burocrático, como contratar um seguro, agora pode ser feito na palma da mão!

(*) É diretor executivo e sócio fundador da Planetun, insurtech que desenvolve soluções disruptivas para o mercado de seguros e automotivo.