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Tecnologia 02/10/2019

em Tecnologia
terça-feira, 01 de outubro de 2019
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Mulheres crescem na tecnologia

As mulheres se consolidaram no mercado de trabalho e conquistaram espaço na liderança em todos os setores da economia, até mesmo nos mais tradicionalmente comandado por homens, como seguros e tecnologia

As mulheres vêm crescendo no setor de tecnologia em várias áreas, desde Negócio, codificação, Banco de Dados, PMO e também em altos cargos executivos. Foto: Exame/Abril

Cleonice Bagio da Silva (*)

Segundo estudo da McKinsey em parceria com a Harvard Business School e o Boston Consulting Group, ter mulheres na liderança traz melhor performance dos profissionais, pois equipes diversas resolvem problemas e desafios complexos com mais facilidade, e isso gera inovação, pois ideias e experiências diferentes promovem um ambiente propício à criatividade e soluções inovadoras. Isto gera versatilidade.

Uma iniciativa global sem fins lucrativos promove o engajamento de mulheres inovadoras e empreendedoras com tecnologia. A Girls in Tech foi fundada em 2007 pela americana Adriana Gascoigne, a GIT está presente em mais de 18 países. No Brasil, a GIT foi lançada em 2013 em São Paulo, em 2015 no Rio de Janeiro e em 2019 no Rio Grande do Sul. As mulheres vêm crescendo no setor de tecnologia em várias áreas, desde Negócio, codificação, Banco de Dados, PMO e também em altos cargos executivos.

Um exemplo de liderança feminina do setor no Brasil é a Margarida de Fatima Veiga Afonso, conhecida como Guida, que construiu sua carreira na área de tecnologia, onde atua há 32 anos. No cargo de superintendente Executiva de Tecnologia no Banco Santander, ela conta que 18% da sua área é composta hoje por mulheres. “Cresci em uma função que as mulheres não gostam, que é a parte de codificação”.

Na visão de Guida, as mulheres não têm muito interesse por ciências exatas, se sentem menos habilitadas. Mas eu tenho um olhar oposto. Algumas profissões de exatas são comandadas por mulheres, como Arquitetura e Estatística. Acredito também que cada pessoa possui suas afinidades com determinadas habilidades e competências, mas, nada impede que novas aptidões sejam desenvolvidas ao longo de sua jornada profissional, para isto existe o aperfeiçoamento e capacitação para exercitar suas funções com maestria. As mulheres de TI são práticas, de personalidade e versáteis, e isso reflete a afinidade delas com a área de exatas.
Guida e eu observamos que está é “uma área extremamente bem remunerada, as oportunidades de mercado são enormes, tem muita oferta de trabalho, carência muito grande de pessoas especializadas”. O mercado é extremamente aquecido para quem opta por esta profissão. Assim como em qualquer área de atuação a ideologia do machismo é oriunda das raízes culturais da sociedade, mas acredito que o talento feminino sempre supera qualquer preconceito.

Para o sucesso nesta área, é necessário muita dedicação. Assim, como a Guida, sempre gostei muito de estudar, principalmente matemática, e me empenho com muito afinco em tudo que me proponho a aprender. Comprometida e sempre determinada em conseguir meus objetivos pessoais e profissionais, entendo que este foi o meu grande segredo, tendo como lema “Desistir jamais”.

Em outra ponta da carreira, iniciando sua jornada, acreditando e investindo, está a Gabrielle de Carvalho, que atua como analista de PMO aqui na Sistran Informática. Aos 21 anos, ela estuda Sistemas de Informação, na Uninove, e vislumbra um campo de promissoras possibilidades.

Para ela o machismo ainda não a confrontou. Quem sabe por pertencer a uma nova geração, e as coisas estarem evoluindo. “Sempre me interessei muito pela área, que tem grande potencial de crescimento, por influência familiar totalmente masculina, mas ser mulher nunca me pareceu um empecilho”, disse. Na classe dela hoje, último semestre de Sistemas de Informação, ao todo são 19 alunos e apenas 3 mulheres, e no início eram quase 60 e apenas 6 mulheres.

No entanto, a jovem percebe a importância da atuação feminina, até mesmo na Sistran. “Tive a oportunidade de estagiar em um Escritório de Projetos com duas mulheres incríveis com quem aprendi muito e continuo aprendendo dia após dia. Na Sistran, mesmo a maioria sendo homens, vemos mulheres em cargos de liderança e de muita responsabilidade e isso é realmente revigorante”.

Minha experiência profissional iniciou a há 25 anos, quando hoje sou Bacharel em Análise de sistemas, com Pós-graduação e MBA em Gestão de Projetos, e sempre fazendo muitos cursos de atualização e inovação. Percorri uma trajetória de codificação, gestão de projetos e hoje atuo como Diretora Técnica.

Por mais que tenhamos alguma dificuldade de encontrar profissionais femininas no setor, a Sistran se empenha em abrir as portas para as mulheres, tanto que hoje temos mulheres em todas as áreas, desde a Negócio, codificação, certificação, DBA, PMO, Gestão e, também no nível executivo, como eu.

O mundo de TI muda muito rapidamente e as pessoas precisam se adaptar às mudanças. As mulheres, com sua sensibilidade, racionalidade e responsabilidade, estão mais propensas a se adaptar e ajudar na mudança daqueles que estão ao seu redor gerando assim a inovação.

Mulher sempre surpreende.

(*) É é diretora Técnica da Sistran Informática.

Home Office: Solução ou Problemão?

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Foto: PraCarreiras

Imagine a cena: pijamas, cachorro do lado, levar o filho no colégio, almoço caseiro, sem trânsito e ainda com tempo daquela malhação a qualquer hora do dia. E o melhor de tudo, com o trabalho fluindo a milhão, muito mais produtivo do que em qualquer escritório. E para fechar a discussão, a empresa ainda economiza escritório, telefone, luz, internet e todo o conjunto da obra. Quase o paraíso para todos.
Quando vejo as pesquisas nos EUA e Europa falando que o home office é o que há de mais fantástico no mundo, com produtividade melhor e muito mais qualidade de vida, me dá vontade de comprar espaços em prédios de escritório, só para vender em seguida e dizer que estou na tendência do mundo.
E o brasileiro, que tem um dom especial para ser seguidor começa a implementar isso com toda a força, e com a certeza absoluta de que isso é quase uma mega sena.
Mas deixa-me dar uma visão diferente só para refletirmos, até porque acho que não tem certo ou errado nessa questão, tudo ainda é muito novo.
Já trabalhei em empresas americanas e europeias, bem como em empresas brasileiras. Tem duas coisas que chamam a atenção de cara:
1- Especialmente os americanos, tendem a medir tudo melhor que a gente, ou seja, fica muito mais fácil de controlar as entregas, os prazos, os acessos e tudo mais que dá para se medir.
2- A produtividade é muito maior nesses países. Nos EUA as pessoas comem nas suas mesas de trabalho, não param para bater papo no cafezinho, não descem a cada hora para o cigarrinho. Aqui no Brasil a gente tem uma queda para ser mais sociável, o que é maravilhoso e saudável, mas o fato é que o dia rende menos.

O povo brasileiro, diferente dos americanos, tende a “demonizar” o patrão, o capital e especialmente o ganho. Então se der para dar uma de espertinho, coisa que culturalmente é “aceitável”, muitos de nós brasileiros faremos, essa é a regra e não a exceção. Acredito que essa cultura está mudando, mas muito devagar.
Outra coisa que entendo valer para todos é a troca de informações. Quando se trabalha de casa, tem-se uma dificuldade muito maior de termos uma ideia que seja compartilhada e principalmente construída em conjunto. As ideias têm uma tendência muito maior de morrer com uma pessoa do que ser dividida com uma equipe e florescer.
Um outro ponto que acho extremamente importante de se colocar é a parte cultural. Como se constrói uma cultura por email, Whatsapp, Slack e afins? Será que isso é possível?
Uma amiga minha é diretora de uma multinacional que introduziu o Home Office. Na empresa dela pode ser alguns dias por mês, escolhido pelos funcionários. É uma empresa britânica e o conceito já foi inserido na matriz com algum sucesso.
O problema é que no Brasil o dia escolhido por praticamente todos os funcionários é, por uma incrível coincidência dessas que a vida insiste em criar, as sextas-feiras. Na rádio corredor muitos já chamam jocosamente de home “day” office. É complicado quando o conceito vira piada.
Minha opinião formada ainda não existe. Tendo a achar que é ótimo para algumas pessoas e outras não conseguirão fazer isso de forma alguma. Pouquíssimos tem maturidade para admitir.
A propósito, eu sou péssimo de home office, produzo muito mais no escritório do que em casa, num café ou qualquer coisa que o valha. E adoro colocar as ideias para debater com a turma e pedir pitaco, preciso das pessoas para isso.

(Fonte: Claudio Gandelman é CEO da Auti Books).