157 views 3 mins

Starlink retira satélites de órbita

em Tecnologia
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Em inglês a palavra “deorbit” significa “tirar da órbita”, e pode ser traduzida como “desorbitar”.

Vivaldo José Breternitz (*)

E é isso que a SpaceX pretende fazer com alguns de seus satélites Starlink mais antigos, em função de um defeito não especificado. Tomada de forma preventiva, a medida pretende evitar que esses satélites passem a circular pela órbita baixa da Terra de forma descontrolada, permitindo que os mesmos queimem de forma segura ao reentrarem na atmosfera.

Embora a empresa diga estar confiante que a desorbitação destas unidades acontecerá sem quaisquer problemas, este incidente deixa claro que há desafios e incertezas no manejo das grandes redes de satélites, as chamadas “constelações”.

A desorbitação dos satélites Starlink é uma tarefa rotineira para a SpaceX; a empresa liderada por Elon Musk já tomou essa medida para cerca de 400 unidades das quase 6 mil lançadas até o momento. Dessas, 17 saíram de controle, mas espera-se que queimem ao reentrarem na atmosfera. No entanto, a decisão agora anunciada, que envolve retirar de órbita aproximadamente 100 satélites num curto espaço de tempo, é incomum.

A SpaceX planeja iniciar essas descidas controladas nas próximas semanas, devendo as mesmas estenderem-se por cerca de seis meses. As unidades a serem desorbitadas são todas da primeira versão dos Starlink, e segundo a empresa ainda estão sob controle e operando normalmente.

A substituição dessas unidades não deve ser um problema, pois a SpaceX é capaz de lançar mais de 200 satélites por mês. Em 13 de fevereiro, existiam 5.438 Starlinks em órbita, dos 5.828 lançados de 2019 até aquela data, com a SpaceX dizendo que pretende ter dezenas de milhares de satélites em operação.

Essa constelação fornece aos seus usuários acesso à internet, de forma rápida; cada um deles pesa cerca de 260 quilos; para usá-los no Brasil, é preciso adquirir uma antena que custa cerca de R$ 1.500 e pagar uma assinatura da ordem de R$ 200 mensais. É uma solução interessante para regiões isoladas e carentes de acesso à fibra óptica ou à banda larga via cabo coaxial.

Existem também outros planos, que abrangem desde uso comercial até para mobilidade terrestre, marítima e aérea; consta que recursos como esses vem sendo muito usados na guerra da Ucrânia.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].