A falta de chips no mercado segue trazendo problemas para fabricantes de computadores, tablets, smartphones, veículos e outros. Essa falta é causada pelo aumento do consumo desses bens no período de pandemia e pelos desarranjos que esta vem trazendo às cadeias de suprimentos.
Vivaldo José Breternitz (*)
O problema é tão sério que gerou uma medida muito pouco comum nos Estados Unidos, onde predomina a lógica da livre iniciativa: uma coalizão de montadoras, a Alliance for Auto Innovation, pediu que o governo determine que os fornecedores de chips reservem uma quota desses produtos à indústria automobilística, alegando que se isso não acontecer, as montadoras americanas deixarão de produzir um milhão de carros neste ano.
A administração Biden vem tomando medidas para tentar resolver esse problema, inclusive tendo pedido ao Congresso que autorize investimentos da ordem de US$ 37 bilhões para ajudar a aumentar a produção de chips no país, que é fortemente dependente de outros nessa área, especialmente Coréia e Taiwan.
A indústria automotiva vem sendo particularmente atingida pela escassez de chips por causa das ações tomadas no início da pandemia: acreditando, equivocadamente, em queda duradoura nas vendas, as montadoras paralisaram a produção e cancelaram pedidos de peças, inclusive chips. Como resultado, as empresas que fabricam esses componentes assumiram o compromisso de vendê-los para outras indústrias.
É uma situação muito difícil, com poucas perspectivas de solução a curto prazo. Para o consumidor, estão no horizonte falta de produtos e elevação dos preços daqueles que usam chips.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
