A SAP, grande empresa alemã, cujo principal produto é um ERP ou sistema integrado de gestão, é mais uma organização da área de tecnologia da informação que anuncia mudanças em sua estrutura de pessoal.
Vivaldo José Breternitz (*)
Segundo a empresa, oito mil de seus funcionários serão afetados até o final deste ano, havendo incentivos para que adiram a programas de demissão incentivada ou passem por processos requalificação.
Com as medidas ora anunciadas, a SAP pretende principalmente reposicionar-se em função do crescimento da inteligência artificial.
Em 2023, mais de 240 mil pessoas perderam seus empregos na área de tecnologia da informação. Em 2024, esse movimento vem se acentuando, com empresas como Google, Amazon, Microsoft, Yahoo, Meta, Zoom e startups anunciando cortes.
No dia do anúncio das medidas as ações da SAP subiram cerca de 5%. Em 2023 elas já haviam subido aproximadamente 50% – seu melhor desempenho desde 2012. A título de comparação, o índice Nasdaq, bolsa de valores americana onde são negociadas ações de grandes empresas do setor de tecnologia, subiu 43% no ano passado, contra uma inflação de 3,4% naquele país. É curioso ver como um setor que fez tantas demissões teve suas ações tão valorizadas.
A SAP disse que espera lucro operacional da ordem de 10 bilhões de euros em 2025 – em 2024, seus resultados devem ser afetados pelos custos da reestruturação.
A empresa vem também se esforçando para aumentar seu faturamento proveniente de serviços de computação na nuvem, seguindo o mesmo caminho trilhado por empresas como Amazon, Adobe, Microsoft, Oracle e outras; no final de 2023 cerca de 44% de seu faturamento veio dessa área.
Este ano de 2024 promete ser agitado, com profissionais da área de tecnologia da informação bastante preocupados com seus empregos, inclusive no Brasil.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].