O governo americano vem se esforçando e investindo muito dinheiro para aumentar a fabricação de chips no país, preocupado com uma possível anexação de Taiwan pela China.
Vivaldo José Breternitz (*)
Muito afetada por essa situação está a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), uma empresa multinacional taiwanesa de fabricação e design de semicondutores – é a empresa de semicondutores mais valiosa do mundo, e uma das maiores empresas de Taiwan, majoritariamente de propriedade de investidores estrangeiros.
A TSMC está expandindo suas operações nos Estados Unidos, mas disse que o material ali produzido poderá ser até 30% mais caro que o fabricado em Taiwan; a empresa também produz no Japão, com custos até 15% maiores.
Os clientes americanos da TSMC, como a AMD e Qualcomm, por exemplo, que fabricam processadores utilizados em smartphones, computadores e outros equipamentos, vem buscando fornecedores alternativos, dentre eles a Samsung.
Esse aumento de preços não é surpreendente, pois já em abril de 2022, o fundador da TSMC e seu ex-CEO, Morris Chang, havia feito alertas a respeito do assunto – na ocasião estimou que fabricar chips nos Estados Unidos seria cerca de 50% mais caro do que em Taiwan, principalmente devido aos custos de mão de obra.
Ao final, será mais um custo a ser suportado pelos usuários finais, gerado principalmente por questões geopolíticas, em especial o desejo da China de ocupar Taiwan.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas