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O futuro do comércio nas pequenas lojas

em Tecnologia
quinta-feira, 14 de maio de 2020

Uma plataforma que facilita a vida do varejista, centralizando vários serviços numa única “maquininha” (POS), e ao, mesmo tempo, dá ao consumidor uma experiência rica e confiável como nos bons tempos das lojas da vizinhança, pré internet. É esta a promessa da STOQ , empresa de tecnologia baseada em São Carlos-SP, com seus produtos integrados Stoq Smart POS e zappay.vc (Zap Pay ponto você).

O CEO da STOQ, Celso Providelo explica que uma das vantagens da plataforma é reunir, no mesmo ambiente, lojas físicas e e-commerce, já que o software oferece ao varejista a possibilidade de receber no mesmo terminal tanto um pedido de compra das plataformas de delivery, como do cliente no balcão. Exemplificando na área de alimentação, o terminal recebe um pedido para entrega via iFood ou um pedido na mesa de seu restaurante físico. O mesmo se aplica para outros setores, como o fashion que atenderia pedidos na loja física e também de plataformas de marketplaces como Amazon, Shopify ou Magalu.

Sempre que se fala de migrar para um novo sistema de vendas, é natural que haja uma resistência por conta do custo financeiro, mas notadamente pelo tempo perdido para a mudança, aprendizado e unificação de base de dados. Prevendo estas dificuldades, o Providelo garante que sua empresa investiu para diminuir tempos e valores: “O varejista usa um equipamento muito mais simples e ágil que é a maquininha (POS). Uma parte do nosso software roda lá dentro e outra em nuvem, compartilhada com outros clientes com custo muito menor do que comprar um servidor”.

Nos investimos muito nisso, porque cada mudança de sistema era como um parto, tudo novo, tudo diferente. O lojista entendia que nenhuma mudança se pagaria nem valeria as vantagens. Mudamos isso e nossa equipe facilita muito essa migração, pega todos os dados do meio físico que normalmente estão desorganizados em planilhas ou em vários sistemas antigos e unifica tudo. Nosso on board prepara o varejista começar a vender na nova plataforma no dia seguinte.

É muito difícil hoje sustentar um varejo com os custos de propriedade e mão de obra, são inúmeros pontos de red flag.

Além da operação de venda local, a STOQ enxergou vários segmentos que não são convenientemente atendidos pelos os grandes apps dos alimentos nem pelos grandes players do comércio virtual. Para estes clientes criou seu próprio marketplace, o zappay.vc. Providelo descreve: “O varejista tem a loja física e um e-commerce, que são completamente diferentes, dinâmicas diferentes, operação diferente. A nossa plataforma reúne essas duas lojas. A gente suporta todos os canais de venda neste terminalzinho (o POS). Ele pode aceitar tudo: recebe o pedido, aceita, recebe pagamento, emite nota fiscal, paga fornecedor, tudo por esse terminal”.

O Zappay.vc é uma plataforma híbrida, que combina a experiência de e-commerce, de poder comprar de seu próprio celular, com a retirada na plataforma física. Então, a caminho do estabelecimento você escolhe, enche o seu carrinho de produtos, envia o pedido e a loja deixa a sua encomenda pronta para ser retirada, com um código identificador. Para o CEO da STOQ, estas inovações trazidas ao varejo servem tanto para esta época de distanciamento social, onde prevê muita aderência para a plataforma, como para depois. Além da facilidade de fazer as compras à distância, elas podem ser apanhadas na porta da loja com hora marcada. Com isso, segundo Celso Providelo a experiência local se torna mais prazerosa do que esperar dias para que a encomenda chegue à sua casa.

É semelhante ao que muitos shoppings estão fazendo e que vem sendo chamado de “drive thru”, como nas compras de lanches, em que se pede e retira na lanchonete, sem sair do carro. Mas na verdade o sistema com a possibilidade de compras maiores, feitas à distância e com hora marcada se chama “curbside”, esclarece o CEO da Stoq.
Este sistema atende a urgência atual provocada pelo isolamento, mas é visto como uma tendência de médio e longo prazos, o futuro do varejo.

“É muito difícil hoje sustentar um varejo com os custos de propriedade e mão de obra, são inúmeros pontos de red flag (sinal de atenção). Nos posicionamos como uma alternativa de otimizar o processo dentro da loja, como melhorar a experiência de quem vem retirar o pedido. Mas também melhorar a experiência do consumidor de interagir com o varejo local. O zappay não é uma ferramenta apenas para o varejista.

Vejo muita vantagem para o consumidor quando passa a construir uma constelação de estabelecimentos com os quais interage rotineiramente. Restaurante, supermercado, loja de conveniência… E esse consumidor é bonificado, porque passa a fazer parte de um cadastro automaticamente, sem ter que levar cartãozinho de fidelidade no bolso”, conta Providelo.

No futuro próximo, o consumidor que quiser comprar, por exemplo, uma bateria de celular, consulta o zappay, pra saber se tem na sua cidade, próximo a ele. Se ela é bem avaliada no sistema, a indicação é confiável mesmo que ele nunca tenha comprado nesta loja,. Além do mais é uma loja física, ele pode ir lá retirar. Muitas vezes a loja é na mesma cidade, mas os aplicativos de marketplace impediam o cliente de interagir diretamente e ainda cobram uma comissão e frete.

Celso Providelo imagina que sua plataforma pode incentivar a volta de um tipo de relação entre consumidor e loja anterior à internet, na qual o lojista conhecia seu cliente pelo nome, sabia indicar produtos específicos para ele, num vínculo baseado na constância e na confiança mútua: “Quando o consumidor passa a soleira da porta, esse varejista sabe o que vender. Só que esse varejista que tem esses valores, é incapaz de tratar dos valores da internet, se ele abre um e-commerce, ele vai quebrar daí dois meses, porque a dinâmica é completamente diferente, baseada em advertisement, em edge do Facebook e do Google e outras métricas.

E fora deste cenário, o varejo não está evoluindo, é quase sobrevivência. Nós enxergamos que resgatar os valores do varejo de servir bem a comunidade que está em volta dele é muito importante”, conclui.