A Humane, uma startup fundada por ex-funcionários da Apple, começou a entregar seu primeiro produto, o AI Pin, no início de março.
Vivaldo José Breternitz (*)
É um dispositivo portátil com inteligência artificial que a empresa diz poder executar as tarefas que muitos celulares e assistentes digitais sofisticados executam, mas de forma radicalmente diferente: ele não possui tela, opera por meio de comandos de voz e, ocasionalmente, por meio de uma tela virtual projetada na mão do usuário. A ideia é que o dispositivo seja preso ao corpo do usuário e que caso este deseje, comande a projeção.
Mas como dizem os mais jovens, o Ai Pin parece ter “flopado”: o dispositivo foi muito criticado por suas respostas lentas e por gerar uma experiência do usuário que fica aquém da que seus fundadores prometeram antes do lançamento, levando as vendas a serem pífias. Os analistas dizem que o software do AI Pin é mal desenvolvido e há problemas de bateria, que apresenta superaquecimento e cuja carga dura pouco.
Segundo a Bloomberg, a Humane está procurando um comprador, pedindo algo entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão. Essa deve ser uma venda difícil, apesar de a empresa ter sido avaliada em US$ 850 milhões em 2023, antes de começarem as entregas do AI Pin.
A lista de compradores potenciais para a Humane é bem pequena, considerando o preço pedido. Amazon, Apple, Google, Meta e Microsoft estão fazendo investimentos significativos no mundo da inteligência artificial, mas não está claro quanto valor a propriedade intelectual da Humane agregaria aos esforços dessas empresas.
Quanto aos early adopters que já pagaram US$ 699 por um AI Pin….
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].