Pesquisadores da NASA testaram com sucesso comunicações a laser no espaço, transmitindo, nos dois sentidos, vídeos entre um avião e a Estação Espacial Internacional.
Vivaldo José Breternitz (*)
O feito demonstra que a agência espacial pode fornecer cobertura ao vivo de boa qualidade de um pouso na Lua durante as missões Artemis, que pretendem levar humanos à Lua em 2028.
Também gera otimismo acerca da possibilidade conexão entre a Terra e Marte, e além.
Normalmente, a NASA usa rádio para comunicação entre a superfície e o espaço, mas acredita que as comunicações a laser usando luz infravermelha podem atingir velocidades entre 10 e 100 vezes maiores.
Para o teste, os pesquisadores equiparam um avião com um terminal laser portátil. O avião sobrevoou o Lago Erie e enviou dados ao centro da NASA em Cleveland. Os dados foram então transmitidos através de uma rede terrestre para uma instalação da NASA no Novo México.
Desse local, os pesquisadores enviaram os dados ao satélite Laser Communications Relay Demonstration (LCRD) da agência, em órbita da Terra a cerca de 35 mil quilômetros de distância. O LCRD então os retransmitiu para o ILLUMA-T (Integrated Laser Communications Relay Demonstration Low Earth Orbit User Modem and Amplifier Terminal) instalado na Estação Espacial, que os devolveu à Terra seguindo o mesmo caminho.
Embora as missões Artemis venham sendo adiadas, a quarta delas, que deverá levar humanos de volta à Lua, ainda está prevista para 2028. Quando ela acontecer, talvez tenhamos transmissões ao vivo de astronautas na Lua exibidas em televisores comuns – certamente serão imagens bem melhores do que as que vimos em 20 de julho de 1969, quando a Apollo 11 pousou no satélite da Terra.
Dependendo da evolução do assunto, poderemos ter também uma nova era para as telecomunicações em terra.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].