O mecanismo de busca Bing, da Microsoft, pode em breve se tornar mais sintonizado com as necessidades dos seus usuários e fornecer resultados de uma forma mais natural.
Vivaldo José Breternitz (*)
De acordo com o portal The Information, a Microsoft planeja incorporar o software ChatGPT, desenvolvido pela instituição de pesquisa OpenAI, ao Bing, na esperança de concorrer mais efetivamente com o Google.
A Microsoft investiu US$ 1 bilhão na OpenAI em 2019, e relatórios mais recentes dizem que está em negociações com a instituição para fazer nela novos investimentos – a OpenAI se apresenta como uma instituição de pesquisa em inteligência artificial (IA) sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover e desenvolver IA de tal forma a beneficiar a humanidade como um todo. A organização busca colaborar com outras instituições e abre suas patentes e pesquisas ao publico.
A OpenAI desenvolveu o ChatGPT como uma ferramenta que usa deep learning, uma ferramenta de IA, para responder a questões que lhes são apresentadas. Lançado no final do ano passado, o ChatGPT rapidamente se tornou muito popular devido à sua capacidade de retornar respostas que parecem ter sido escritas por seres humanos.
Educadores tem levantado preocupações no sentido que a ferramenta poderia ser facilmente usada para fraudar o processo de elaboração de trabalhos acadêmicos. Professores que experimentaram a ferramenta disseram que dariam boas notas às respostas dadas pelo ChatGPT.
Ainda não está claro como funcionaria a integração ChatGPT-Bing, mas uma das prováveis alternativas seria o Bing receber uma questão, e varrer a Internet em busca de resultados, como faz atualmente, coisa em que o ChatGPT não é tão eficiente.
Reunidos os resultados, estes seriam trabalhados pelo ChatGPT que os apresentaria aos usuários de maneira mais amigável, na forma de frases completas e com esclarecimentos acerca de fontes e relevância.
O ChatGPT por enquanto é gratuito por, mas a OpenAI pretende cobrar por seu uso no futuro.
Já o Google, apesar de seu mecanismo de busca ter um market share ao redor de 92%, contra cerca de 3% do Bing, parece estar bastante preocupado com o possível sucesso do projeto da Microsoft, a ponto de seus gestores terem declarado um “alerta vermelho” a respeito do assunto – alguns temem que a possa estar se aproximando o momento que as maiores empresas do Vale do Silício temem: a chegada de uma enorme mudança tecnológica que inviabilize seu negócio.
(*) É doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
