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Metaverso perde tração

em Tecnologia
segunda-feira, 06 de fevereiro de 2023

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, em poucos meses deixou de considerar o metaverso como o futuro de sua empresa, e talvez do mundo, para a vê-lo apenas como mais um projeto de longo prazo.

Vivaldo José Breternitz (*)

A divisão Reality Labs, encarregada de construir o metaverso, perdeu US$ 13,7 bilhões no último ano, tendo Zuckerberg dito que a partir de agora Meta se concentrará na “eficiência” e não mais em novos produtos a qualquer custo.

Essa afirmação foi feita em uma teleconferência que manteve com analistas de Wall Street, discutindo os resultados financeiros da Meta no quarto trimestre de 2022. Ele acrescentou que as demissões feitas ano passado e uma reorganização em andamento não apenas cortaram custos, mas também melhoraram a comunicação interna e facilitarão o desenvolvimento de novos produtos.

Segundo o CEO, a redução dos níveis hierárquicos faz com que as informações fluam melhor pela empresa, ajudando a criação de produtos melhores, além de atrair e reter melhores profissionais.

Susan Li, a nova CFO da Meta, disse na teleconferência que as perdas do Reality Labs continuarão a acontecer em 2023 porque o metaverso é um investimento de longo prazo; Zuckerberg complementou dizendo que o Reality Labs estará sujeito aos mesmos esforços de busca de eficiência que as demais áreas da empresa.

Em 2022, Zuckerberg disse várias vezes que o metaverso era o futuro da internet, e que investir muito nele era garantir o futuro da Meta. Em teleconferência com os analistas de Wall Street em outubro passado, quando discutiram os resultados da empresa no terceiro trimestre de 2022, Zuckerberg adotou um tom arrogante ao falar sobre o metaverso, tendo dito que “daqui a décadas as pessoas vão reconhecer a importância do que estamos fazendo agora”.

Seu então CFO, David Wehner, que agora é diretor de estratégia, disse na ocasião que os gastos com a divisão Reality Labs aumentariam “significativamente” em 2023, o que parece não vai acontecer.

Após a discussão sobre os resultados do quarto trimestre, quando ficou claro que o nível de loucura sobre o metaverso diminuiu, as ações da Meta subiram quase 20%, atingindo o nível mais alto em sete meses.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.