119 views 3 mins

Mercedes estuda o uso de robôs humanoides

em Tecnologia
terça-feira, 26 de março de 2024

Robô humanoide é um tipo de robô projetado para se parecer e agir como um ser humano, sendo dotado de cabeça, tronco, braços e pernas.

Vivaldo José Breternitz (*)

A Mercedes-Benz firmou uma parceria com a Apptronik, empresa texana especialista em robótica, para um projeto que pretende verificar se é viável que robôs humanoides trabalhem ao lado de funcionários de suas fábricas da Alemanha.

Como parte projeto, o robô levará peças de veículos à linha montagem, onde serão incorporadas aos veículos pelos trabalhadores, além de executarem outros trabalhos braçais, especialmente aqueles fisicamente desafiadores.

O medo que robôs humanoides, cada vez mais habilidosos, venham a substituir um grande número de trabalhadores humanos é rechaçado pela Mercedes e pela Apptronik, que procuram deixar claro que os robôs apenas irão resolver o problema de falta de mão de obra em áreas onde o trabalho é repetitivo, fisicamente desgastante e não exige maiores qualificações – o pessoal que agora faz esse tipo de trabalho seria remanejado para outras funções.

O robô empregado no projeto será o Apollo, que tem 1,72 metro de altura, pesa 73 kg e pode transportar cargas de até 25 quilos. Tem autonomia de quatro horas e suas baterias podem ser trocadas rapidamente, para maximizar a eficiência.

A Apptronik não é a única empresa envolvida no desenvolvimento de robôs para o setor automotivo. Além dela, a Figure, sediada na Califórnia, fechou parceria semelhante com a BMW, envolvendo o uso de seus robôs humanoides na fábrica da montadora na Carolina do Sul, e a Tesla está desenvolvendo seu robô Optimus.

Outras empresas como a Boston Dynamics e a Xiaomi também estão desenvolvendo robôs humanoides para utilização em chão de fábrica. A popularização da inteligência artificial certamente aumentará o uso dessas máquinas.

Dado esse cenário, não deve ser descartada a possibilidade que robôs humanoides substituam mão de obra de forma massiva, gerando mais problemas sociais.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].